Conselho amigo.

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Draco estava sentado de frente para o Potter a quase dez minutos, ambos tinha uma xícara de chá nas mãos e nenhum dos dois havia dito uma única palavra. Harry balançava a perna, um sinal de nervosismo e Draco já havia mordido toda a bochecha por dentro.

- eu não vou tirar o bebê de você, Draco. – Harry disse por fim, seus olhos presos nos olhos cinzentos enquanto ele dizia cada palavra tentando mostrar o máximo de sinceridade possível. – eu posso fazer um voto perpétuo se você quiser. Mas...

- mas...? – perguntou quando o grifinorio não terminou a frase.

- mas, eu não quero ser um doador aleatório de um banco de espermas, eu sei que sou o outro pai desse bebê e quero poder desempenhar meu papel. – falou tentando manter a calma.

- e você acha que isso seria possível? – Draco perguntou franzindo as sobrancelhas. – quero dizer... Você quer assumir que tem um filho comigo? Draco Malfoy? – Draco deu um longo suspiro. – olha Potter, eu me preparei para ter esse bebê e aceitei que ninguém iria querer tê-lo comigo, por isso pedi ao doutor Soul que o outro pai fosse anônimo.

- nós podemos tentar, podemos pelo menos ser amigos? Pelo bebê, eu posso te ajudar a cuidar dele, e ele pode viver com você e eu... Eu fico com ele nos finas de semana. – disse com dor no coração, não era assim que ele queria ter seu filho, mas ele preferia isso do que Malfoy desaparecer com seu filho.

- uma guarda compartilhada. – Draco riu. – e você, Harry Potter está querendo minha amizade agora?

- e qual o problema em eu querer ser seu amigo? – perguntou confuso.

- o mundo da voltas, não é mesmo? – riu e bebericou seu chá com um sorriso presunçoso.

- Malfoy... – Harry já estava ficando irritado de novo, porém não sabia se era por causa do sorrisinho no rosto do loiro ou se era porque aquele sorriso o deixava sexy e ele não queria achar o Malfoy sexy.

- não me entenda mau, mas é difícil acreditar depois das últimas semanas. Você me incriminou, deixou bem claro que pode fazer o que quiser comigo, me prendeu e...

- me desculpe. – Harry o cortou, e Draco o encarou por segundos. - eu sei que fiz tudo errado nas últimas semanas. Por favor, me desculpe.

- em Hogwarts, mesmo quando brigávamos, você tinha um brilho nos olhos, era bonito. – Draco desviou seu olhar e encarou a xícara em suas mãos. – mas naquele dia, na sala de interrogatório... Foi como olhar para os olhos de uma pessoa morta. Você sabe quem tentou te matar tantas vezes, e não conseguiu... Mas você deixou que o mundo mágico te matasse da pior forma possível. Você se afogou na fama e glória e aquele espírito determinado que você tinha, morreu, e eu lamento por isso.

Harry encarava o loiro com olhos arregalados, Draco sabia como ele se sentia, Draco o viu quando mais ninguém o viu, ele lutou contra tudo isso até cansar e desistir, deixou isso consumi-lo e se sentir morto por dentro, Draco viu isso, ele viu tudo isso.

- tudo bem, certo. – falou Draco colocando a xícara sobre a mesa. – aceitarei seu pedido de amizade, mas isso não quer dizer que confio em você, você ainda vai ter que me provar que quer minha amizade.

- mesmo? – Harry perguntou um pouco incrédulo. – certo, eu posso provar. Só me diga o que posso fazer para provar e eu farei.

- sim, porque não começar retirando as acusações sobre mim? – deu de ombros.

-otimo, eu vou fazer isso. – Harry estava entusiasmado. – amigos então? - falou o moreno estendendo a mão para o Draco que sem perder o sorriso apertou a mão do Potter.

O filho é meu.Onde histórias criam vida. Descubra agora