NOVE

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   Quando sai do banheiro, coloquei meu celular para carregar junto de uma música(Gloria Groove ‐ Radar), enquanto me arrumava.
    Com a toalha enrolada em meu corpo, procurei alguma roupa que não parecesse tão "sextou, hoje ninguém me segura" ou "querida secretaria...". Acabei achando um macacão que não usava a muito tempo e uma regata branca. Coloquei as alças do macacão para baixo, pequei meu tênis e junto dele alguns acessórios. Terminei de finalizar meu cabelo e já estava pronta.
   Olhei meu celular, e PUTA MERDA! Já era quase duas horas.
   Desci as escadas correndo, estava atrasada quase meia hora, não calculei bem minha hora de sair. Quando estava chegando na porta,  lembrei que faltava alguma coisa, MINHA BOLSA. Voltei para o meu quarto a pegando na maior pressa, junto com minha câmera e alguns filmes, tirei uma foto no espelho e saí correndo quase caindo no carpete do corredor.
   Quando estava na metade das escadas encontrei Latrell
   — Quem é vivo sempre aparece em. Ei, vai pra onde com tanta pressa?
   — Desculpa! Tô sem tempo agora – disse já abrindo a porta. Latrell, desceu as escadas me seguindo.
   — VOCÊ VAI DE ÔNIBUS!? – gritou, quando já estava longe.
   — SIM!! – respondi fazendo um sinal de "beleza" com as mãos.
   — OS ÔNIBUS NÃO FUNCIONAM NO DOMINGO!!
   Parei na mesma hora, falando todos os xingamentos possíveis. Dei meia volta com cara de poucos amigos
   — É melhor ir de carro – disse indo pegar alguma coisa dentro de casa, e voltando com duas chaves de carro.
   — Escolha sua  carruagem, madame.
   Dei um empurrão de leve em seu ombro e fomos para a garagem.
   Lá, tinha três carros cobertos com uma lona, e dois sem, um impala prata e uma picape verde.
   — Impala! Não tô afim de andar nessa picape nojenta – a relação que eu tenho com essa picape é curta, mas traumatizante para uma criança de cinco anos. Peguei meu pai transando com minha antiga babá naquele carro.
   — Desde quando você sabe dirigir? – perguntei assim que Latrell sentou no banco do motorista.
   — Minha mãe me ensinou uns messes atrás, quando ela veio me ver, fui aprovado mês passado! – disse tirando sua carteira de motorista do bolso todo orgulhoso – Entra logo!
   Dei a volta e entrei no carro. Coloquei o cinto e Latrell deu partida no carro. Falei para ele colocar também, mas apenas me olhou com se eu estivesse falando a coisa mais absurda do mundo e deu a ré.
   Saímos da garagem indo em direção a rua. Peguei meu celular para ver a localização da faculdade. Era na cidade vizinha de Freeridge, o tipo de lugar perfeito se você estiver procurando lojas de antiguidades, parques de diversão, drogas ou só quiser fugir da sua família maluca.
   Acabei olhando algumas fotos e vi que ficava de frente para uma praia, que pesquisando um pouco mais, estava na listas dos pontos turísticos mais visitados de Los Angeles.
   – Então, vai me falar onde você tava?
   To vendo que não vou conseguir sair desse assunto...
   – olha! Eu só sai com uma amiga, tá bom? Já sou uma mulher adulta e sei como me cuidar! – tentei falar de um jeito descontraído, mas com meu nervosismo, saiu raivoso.
    Na mesma hora me arrependi de ter falado daquele jeito com Latrell. Vi seu olhar de sem graça e seus lábios dobrados de desconforto. Eu o olhei sussurrando "desculpa", retribuiu com um sorriso, mas ainda com desconforto.
   — Ta bom...eu sei. Só não acho bom você ficar andando por aí sozinha. Freeridge não é mais a mesma. Os Profetas e os Santos estão em guerra constante por território. Ontem mesmo os Profetas invadiram o território dos Santos. Achei que tinha acontecido alguma coisa com você... então me desculpa por me preocupar com você.
   O clima que já estava ruim conseguiu piorar. Percebi pela sua voz de choro que falar daquilo era delicado demais para ele. A mãe de Latrell o tinha abandonado para viver com outro homem, e talvez o medo de me perder fosse um gatinho para ele.
   — Ei, tá tudo bem. Não vai acontecer nada comigo, eu prometo – tentei conforta-lo com as palavras mais genéricas que existe, e aparentemente Latrell parecia mais aliviado. Seus ombros já não estavam mais tensos e lábios mais relaxados.
   Tentei aliviar o clima colocando uma música, acho que já deu pra perceber que conversa não é o meu forte. Conectei meu celular no carro, colocando em uma playlist qualquer. Com o tempo já nem parecia que estávamos quase chorado no ombro um do outro.
   Foi engraçado ver Latrell tentando entender algumas músicas em português, ele tentava pronunciar as palavras, mas saia tudo estranho. Eu tentei lhe ensinar mas só conseguia rir da cara dele, mas depois de um pouco de treino, conseguiu cantar uma praticamente inteira. Parecia uma criança pedindo pra colocar de novo. Fiquei encarando ele com cara de boba, nossa, ele tá crescendo tão rápido e eu nem fui metade do que queria ser para ele.

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                mensagem
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Camila

Camila!

Camila!!

Camila!!!

Responde agoraa!!!!!

Pelo amor de Deus!!

Você não acredita no que acabou de acontecer!

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   A música ficava sendo interrompida toda hora com alguma notificação. Olhei de relance para o meu celular, e vi que era mensagem do meu WhatsApp, eram quase oito só escrito meu nome, a última era "você não sabe oque acabou de acontecer!"












Voltando e fingindo que não sumi por quase 5 messes....(desculpa)
Obrigado pelos comentários positivos🤎🤎, isso me ajudou a querer voltar com a fic.

Próximo capítulo essa semana ou semana que vem, ele vai ser um pouco maior pra compensar o tempo perdido.

Fiz uma pasta no pinterest inspirada na Camila. São mais coisas que me lembram ela, ou tem a mesma vibe. Quem tiver o app e quiser da uma olha vou deixar o link aqui👇🏼

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Por Amor // Oscar Diaz (hiatus)Onde histórias criam vida. Descubra agora