𝑚𝑒 𝑎𝑛𝑑 𝑎 𝑔𝑢𝑛

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Eu não queria vir a forks, queria ficar na minha casa, onde eu cresci até antes do meu pai morrer, eu queria na verdade o meu pai, mas nem isso eu poderia ter, por que até isso o universo me tirou

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Eu não queria vir a forks, queria ficar na minha casa, onde eu cresci até antes do meu pai morrer, eu queria na verdade o meu pai, mas nem isso eu poderia ter, por que até isso o universo me tirou.

Meu padrinho Charlie vivia em forks desde que nasceu praticamente, só saia de lá em emergências, e uma delas foi quando meu pai morreu, mesmo eu nem sabendo disso na época e achando que era tinha só ido visitar a mim e a minha mãe.

Ele é um bom homem, só não sabia demonstrar muito bem o que sentia, e isso atualmente eu entendo já que me tornei reclusa como ele e a filha, essa que irá se mudar pra lá logo depois de mim  que segundo meu padrinho era algo bom já que ela poderia me ajudar a me reerguer.

O problema era que eu não queria me reerguer, eu queria acabar com tudo, mas nunca diria isso ao homem que me acolheu quando minha própria mãe me pos pra rua.

Por isso eu iria sorrir sempre que ele me olhasse, e diria estar bem sempre que me perguntasse, eu aprendi com o passar dos anos a mentir muito bem.

Eu estava no avião  que tinha saúdo de Michigan indo para Seattle a duas horas pois era o único voo disponível pra hoje, e depois disso ficaria num carro por quase duas horas até Forks com meu padrinho, que assim como eu ficava 90% do tempo quieto, o lado bom é que eu poderia dormir num lugar seguro sem medo de que alguém fizesse algo.

As outras duas horas e vinte restantes eu fiquei escutando música no fone do meu celular, eu me sentia ansiosa estando indo pra casa do meu padrinho porque eu sei que ele vai querer saber o motivo pelo qual minha mãe me expulsou de casa,e meu maior medo era que ele também não acreditasse em mim e me colocasse pra rua também.

Eu só tinha 17 anos, não tinha um emprego e o único dinheiro que eu tinha não era o suficiente pra me manter até arrumar alguma coisa, e isso era desesperador.

Quando eu cheguei no aeroporto de Seattle e peguei minha mala na esteira eu segui até a saída onde encontrei meu tio de uniforme da polícia e com o carro patrulha no acostamento a minha espera, ele parecia ansioso e olhava para todos os lados creio que a minha procura, e quando me viu abriu um sorriso fraco vindo até mim.

── Olá querida, como você cresceu ── ele diz e me abraça rapidamente me fazendo sorrir.

── Oi padrinho ── me separo do abraço sem jeito ── a última vez que nos vimos eu tinha dois anos, e eu nem me lembro muito bem como foi. ── Digo vendo ele concordar e pegar minha mala nos guiando até o carro, onde colocou minha mala no porta-malas e depois entrou no carro.

Fiz o mesmo após por minha mochila no banco de trás, eu sentia que ele queria falar algo e só não sabia como dizer, e isso me deixou um pouco preocupada.

── Eu liguei pra sua mãe assim que você me ligou da delegacia Ella ── eu senti meu coração bater na garganta com o desespero em saber que ela poderia ter mentido pra ele. ── e eu sinto muito que ela tenha feito isso com você ao invés de te ajudar. ── sua voz era baixa e eu pude ouvir que estava um pouco embargada, acredito que pelo choro. ── ela deveria ser sua mãe Elleonor, te proteger e cuidar de você, não te por pra fora e continuar com aquele homem que te machucou tanto.

── Ela te disse o porque me colocou pra rua? ── eu sentia minha vista embaçada pelas lágrimas que eu segurava com todas as minhas forças, minha voz estava falha e eu sentia minhas mãos começarem a tremer. ── contou que me bateu e me chamou de vadia? E que segundo ela, ele fez aquilo por que eu pedi?

── Ela não precisou querida, eu entendi tudo quando ele atendeu e soube que eu era policial Ella, quando Carol me disse com tanto desprezo que você tinha se oferecido pro marido e por isso tinha te posto pra fora eu entendi tudo ── as lágrimas antes presas agora rolavam solta no meu rosto e pescoço, e agora não só minhas mãos tremiam como minhas pernas também pelo início de um ataque de pânico que viria. ── Você não tem culpa por nada que ele fez com você, ele é desprezível Elleonor, ele que é o monstro, você é apenas a vítima, e eu estou aqui pra te ajudar tudo bem? Não sou o Adam e pode ter certeza que não sou o melhor pai do mundo mas pode contar comigo pra tudo.

── Obrigado ── sussurrei enquanto soluçava, eu senti um pequeno alívio escutando o que ele me disse, e por mais que eu saiba que isso não aliviaria tudo que eu sentia, eu sabia que Charlie faria de tudo pra isso mudar.

── Não precisa agradecer Ella, seu pai me colocou com o teu padrinho por isso, pra ser pra você o que ele não pode ser é quando você precisasse ── puxo o ar com força e sorrio fraco em sua direção e quando eu o olhei pude ver seu rosto úmido pelas lágrimas e isso me deixou triste, por ve-lo daquele jeito por minha causa. ── Ah, seu pai tinha uma intuição maluca com a sua mãe e deixou comigo a herança quando morreu, pra quando quisesse ir pra faculdade e comprar um carro, não é muita coisa mas o suficiente pra comprar o carro e pagar algumas parcelas da faculdade, e com o tempo eu também depositei alguns trocados assim como fiz com Bella, isso veio a calhar agora não. ── concordo sorrindo ao ver que ele mudou de assunto pra evitar chorar mais.

── Sim, mas pode ser um carro pra mim e pra Bella dividir, sabe já que vamos estudar juntas ── ele concorda e vejo que disfarçadamente seca o rosto com as costas das mãos.

Depois disso fomos até em casa em silêncio, e vez ou outra ele comentava sobre alguns lugares da cidade que eu poderia gostar, sobre a escola e sobre os moradores da cidade com quem eu poderia fazer amizade, e eu apenas concordava e sorria vez ou outra.

Quando chegamos na casa eu sorri verdadeiramente pela primeira vez, a casinha era delicada e tudo ao redor era verde e úmido, do jeito que eu gostava, e frio muito frio mesmo.

── Eu consegui fazer uma reforma no sótão, Sue me ajudou a arrumar tudo e comprei algumas coisas novas pra colocar lá, arrumei o da Bella também, e espero que você goste ── sorrio e concordo pegando a mochila enquanto ele pegava a mala.

── Tio, eu dormiria no sofá sem problema nenhum, mas muito obrigado por isso ── vejo ele ficar vermelho e entrar em casa comigo o seguindo até as escadas pro segundo andar e então as escadas pro sótão onde ficava meu novo quarto.

── Mandei sua mãe mandar todas as suas coisas pra cá, chega amanhã ou depois, sei que pegou pouca coisa ── concordo puxando a escada pra entrar no quarto e abro um sorriso ao ver o lugar.

Tinha uma janela de frente a cama de calas bem forrada de cobertores, um tapete felpudo preto abaixo da cama até a janela e o guarda roupa aberto que foi estalado na parede, uma escrivaninha onde deixei minha mochila, uma cadeira com forro preto reformado de frente ao móvel, alguns livros e materiais didáticos, e tinha um telefone de linha preso a parede.

Era simples mas muito bonito e isso me fez querer chorar e ir abraçar meu padrinho com toda a força que eu consegui, sei que ele não sabia como cuidar de duas adolescentes, sendo uma depressiva que era filha do seu melhor amigo morto.

E convenhamos que eu era idêntica ao meu pai, e eu sei que sempre que ele me olhava via o melhor amigo que morreu cedo de mais e sentia muita falta.

── Vou deixar pra te matricular na próxima segunda, deixar você descansar antes de ter que ir pra aula, mas não diga a Bella isso, porque ela chega no domingo e na segunda já vai pra aula ── sorrio com sua fala e concordo.  ── amanhã vamos a concessionária ver um carro pra vocês duas, Billy me ofereceu a caminhonete dele pra Bella, mas eu sei que você não gosta de carros altos então disse que não queria.

── Tio, se quiser comprar o carro pra Bella eu não vou ficar chateada sabe, ── o encaro na entrada do quarto e sorrio fraco quando ele coça a cabeça sem jeito. ── Não vou ficar brava nem nada, sei que é caro um carro e achei que poderíamos dividir um só, mas se quiser comprar um pra ela como presente eu não vejo problema.

── Vou ver amanhã, por enquanto toma um banho e descansa um pouco que quando a comida chegar eu chamo você ── concordo e o vejo descer pelas escadinhas meio atrapalhado.

Respiro fundo e abro minha mala pegando uma muda de roupa bem quente e saio do meu quarto até o banheiro pra me lavar, foi uma coisa rápida pois só lavei o corpo mesmo, e depois de escovar os dentes volto pro meu quarto me deitar um pouco.

𝐌𝐄𝐌𝐎𝐈𝐑𝐒  || 𝑒𝑑𝑤𝑎𝑟𝑑 𝑐𝑢𝑙𝑙𝑒𝑛Onde histórias criam vida. Descubra agora