Capítulo 5.

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Hora da aula!

Os astronautas, com exceção de Mew, precisaram passar pelo "compartilhamento de linguagens", que eles preferiram chamar de "Beijo de alien", para que pudessem entender o que os Waanjai diziam. Aquilo gerou uma onda de brincadeiras entre eles.

— Isso é muito bizarro — Yibo reclamou.

— Não é como se fosse seu primeiro beijo — Tul zombou.

Aquilo fez Mew perceber uma coisa, realmente aquele havia sido seu primeiro beijo. Na base, sempre foi muito focado nos estudos e em sua família, os cientistas costumavam ser mais velhos que eles, então não se envolviam. A realização o fez corar, tendo que esconder o rosto de seus irmãos para disfarçar.

Gulf fora seu primeiro beijo.

Max mostrou toda a cidade para os astronautas, explicando como a sociedade deles funcionava. Gulf havia sumido após a reunião com o rei.

— Somos ensinados ainda crianças sobre tudo, principalmente solidariedade — Max dizia — Claro, há algumas regras; Há muito tempo houve um problema com uma queda de população em nossa espécie, as fêmeas já não reproduziam com tanta facilidade, tivemos que pesquisar para solucionar isso. Agora, tanto machos quanto fêmeas podem gerar filhotes. Nossos corpos evoluíram com a mudança para que isso pudesse ser possível.

— Isso é... impressionante — Tul falou, incrédulo.

— Foi nossa salvação — Max disse, ele era jovem, mas tinha um sorriso nostálgico no rosto — Por isso me tornei pesquisador, para ajudar meu povo em momentos de crise. Estudo a floresta e como achar soluções do que nos é dado pela natureza.

Mew viu Tul sorrir de forma tímida para o Waanjai, notou também o quão seu irmão parecia prestar atenção em cada palavra de Max. Riu, guardando a informação para zomba-lo mais tarde.

A cidade, realmente, não era muito grande, com cidadãos que pareciam saber exatamente seu foco, ainda assim era bela e organizada, com uma conciliação perfeita entre natureza e tecnologia; grande quantidade de plantas decoravam as construções brancas, mesmo a grama, que era pisoteada pela população, parecia bem cuidada.

— Cada Waanjai deve contribuir para nossa evolução, é nosso objetivo primordial, então temos apenas empregos essenciais — Max disse — Não tiramos seu livre arbítrio ou expressionismo, claro, mas não deixamos que isso interfira também.

Eles caminhavam pela rua, todos prestavam atenção, Singto anotava tudo o que Max falava, catalogando e fazendo seu trabalho.

— Mas nada é tão honroso quanto se tornar um Guerreiro — Max falou.

— Guerreiro? — Xiao questionou.

— Eles são os defensores de nosso povo, lutam contra criaturas que ameaçam nossa paz e nos protegem de invasores inimigos — O Waanjai explicou.

— O que quer dizer com invasores inimigos? — Zee perguntou.

— São os Artros, uma raça inimiga que vivem ao Norte daqui, não muito longe de onde vocês estavam pousados, no começo até pensei que a nave de vocês poderia ser algo deles — Max deu de ombros — Mas eu estava enganado, vocês não são nada como eles, foi um alívio para Gulf.

— Por que? — Mew foi rápido em perguntar.

— Ele é nosso Capitão, líder de nossos guerreiros, claro que estava preocupado. Não importa se ele é nosso melhor soldado em gerações, somos ensinados a evitar guerras e conflitos na medida do possível.

— Compreendo perfeitamente — Mew concordou — Eu tenho outra dúvida.

— Diga.

— Não querendo soar ofensivo nem nada, mas percebi que Gulf é muito diferente fisicamente dos outros Waanjais, até agora, não vi ninguém como ele.

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