Capítulo 6.

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Caindo.

— Saber montar um de nossos transportadores é necessário se quiser se locomover por vontade própria — Gulf explicava — É essencial que tenha um veículo.

Ainda era cedo, como sempre, Mew e Gulf estavam na floresta. Já faziam aqueles encontros há 5 dias, Suppasit precisou praticar um pouco mais como se locomover entre as árvores antes de poder ir para a próxima lição.

— Você não anda em uma das pranchas — Mew rebateu.

— Eu sei pilotar, mas não faço por opção — Gulf bufou — Tenho uma ligação mais profunda com a natureza, em especial com os animais — Ele alisou Hazard, que estava ao seu lado — Posso me mover muito mais facilmente com ele do que em uma das pranchas.

— Claro, desculpe ofender — Resmungou, revirando os olhos.

— Suba logo — Gulf ordenou.

Mew fez como foi pedido e subiu na prancha, ainda apoiada ao chão.

— Isto vai fazê-la flutuar, perca e eu acabo com você — Gulf se aproximou, segurando um cristal branco opaco — Deve encaixá-lo na abertura, bem aqui, e pronto.

— Sim, senhor — Falou, pegando o cristal.

Mew fez como foi pedido e, nos mesmo segundo, a prancha começou a flutuar, ele a encarou com olhos brilhantes e um sorriso.

— A posição é simples, um pé na frente e outro atrás — Gulf explicou, subindo na prancha ele mesmo e mostrando a posição dos pés.

— Você a controla com o corpo — Gulf explicava, demonstrando — Se incline levemente para frente, e assim fará, faça o mesmo para os lados, mas não demais, se não cairá — Ele começou a dar voltas em círculo ao redor de Mew, sequer olhava para baixo.

Suppasit o encarava, acompanhando-o conforme transitava ao seu redor, esquecendo por um instante que deveria olhar para a prancha e não os olhos brilhantes do outro.

— Pare de se mover e ela parará. Simples — Gulf concluiu, parando.

— E se eu quiser ir para cima ou mais rápido?

— Se quiser ir mais rápido, precisará se inclinar bastante para frente; e ir mais para cima, apenas em movimento. Empurre o calcanhar de trás e deixe a frente subir, mas há um limite de altura, então não abuse — Gulf disse, demonstrando — Vamos, faça um teste.

Ele desceu, dando abertura para Mew subir. Assim que pisou na prancha ele sentiu seu corpo tencionar, ela era muito instável. Começou a tremer, colocando força demais nas pernas para tentar se equilibrar, mesmo estando apenas alguns centímetros do chão. Mew não sabia sequer andar de bicicleta, quem dirá em uma daquelas.

Imediatamente se arrependeu de não ter aprendido a andar de skate junto de Yibo. A sensação era quase a mesma, por isso o resultado também não foi diferente, ele perdeu o equilíbrio e caiu no chão, fazendo a prancha ir para frente sozinha.

— Um desastre, como sempre — Gulf reclamou — Vamos de novo!

Eles passaram o dia praticamente inteiro naquilo, fazendo uma pausa apenas para comer, colhendo frutas diretamente da árvore – Gulf sabia exatamente qual delas ir para pegar uma estranha fruta roxa de gosto adocicado – não demorando muito ao comer.

O que mais surpreendeu Gulf naquele dia, na verdade, foi quando Hazard se aproximou do humano, pedindo por um pedaço de seu almoço. Mew, sem hesitar, deu sua fruta para o animal, não temendo suas presas e dentes afiados. Eles pareciam se dar bem.

Por outro lado, Mew não conseguia andar na prancha, era impossível. Ele se desequilibrava e caía, avançava demais e também caía. Gulf, diferente de quando corriam nas árvores, não o xingava o menosprezava ao cair, claro, reclamava, mas não com tanta frequência.

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