Bobo.
Hazard rugia e rosnava para a floresta, enquanto 3 figuras se aproximavam; elas usavam roupas que refletiam a luz do "sol" em raios multicoloridos, podendo se camuflar de acordo com o ambiente. Tinham mascaras feitas de ossos e carregavam lanças do mesmo material.
— São os Artros — Gulf falou, pegando sua lança, que estava apoiada próximo a Hazard.
O animal não parava de rosnar furiosamente pra os recém-chegados, avançando vez ou outra ameaçadoramente na direção deles, mantendo-os longe.
— Vamos sair daqui — Mew declarou.
Gulf xingava alguma coisa em uma língua que o humano não conhecia, ameaçando os invasores, que estavam ultrapassando o território Waanjai.
Hazard se aproximou do montador, se abaixando para que ele pudesse subir. Mew preferiu não o ajudar, pois compreendia que Gulf queria passar uma imagem mais imponente. Montou atrás dele, recebendo o olhar curioso dos Artros, que pareceram comentar sobre sua curiosa forma entre si.
Sem esperar algum tipo de confronto surgir, Gulf fez Hazard avançar para a floresta, em direção à cidade, pulando por cima dos três.
— Eles não deveriam estar aqui — Gulf falou, raiva decorando sua voz — Estão além do território deles.
— O que isso quer dizer? — Mew perguntou.
— Ou aqueles são encrenqueiros querendo me tirar a paciência ou estão tramando alguma coisa — Ele respondeu, apertando mais sua lança — Preciso reportar isso a Mild.
Mew apenas concordou, não sabendo o que dizer; não sabia muito sobre aquela intriga entre as duas tribos, além do que Gulf lhe contou, mas sabia que não deveria se envolver naquele tipo de assunto.
Quando estavam se aproximando da cidade, o rádio de Mew chiou, até que a voz de Zee fosse ouvida.
"Zee buscando contato com o comandante, responda, Mew"
A voz dele estava cansada, como se tivesse passado os últimos 3 dias repetindo aquela mesma frase incansavelmente. O que de fato havia acontecido. Ele e os irmãos revezavam turnos tentando contato com Mew, mas a distância não permitia que as mensagens chegassem até ele.
— Isso está falando? — Gulf perguntou, apontando para o objeto.
Antes que Mew pudesse decidir quem respondia primeiro, Zee voltou a falar:
"Mew, seu bastardo, responda. Sei que está por aí, não pode ter morrido... O que eu vou colocar no relatório? Você é o comandante"
Mew quis rir do tom sôfrego do irmão, mas sabia que ele estava realmente preocupado, então suspirou, pegou o aparelho e, com um sorriso, disse:
— Diga que a gravidade aqui é menor que a da Terra e que seu comandante é o melhor.
"VOCÊ SÓ PODE ESTAR DE BRINCADEIRA COMIGO!"
O grito de Zee fez Mew liberar a risada que vinha segurando, era um misto de alegria e incredulidade.
— Não precisa se preocupar com o relatório, eu estou chegando — Disse, avistando a árvore da Vida.
Quando Hazard adentrou a cidade, ninguém parecia surpreso ou assustado com a sua volta, apenas os cumprimentaram normalmente.
— Eles estão acostumados com meus sumiços — Gulf falou, notando o olhar de Mew para os cidadãos — Faço missões independentes de busca vez ou outra.
— Você nunca para de trabalhar? — Mew arqueou uma sobrancelha.
Gulf apenas deu de ombros e finalmente parou diante da árvore da Vida a tempo de ver os irmãos de Mew correndo na direção deles. Ele mal teve tempo para desmontar quando foi encurralado pelos outros.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Coração Interestelar.
Science FictionMew é o comandante de uma importante missão espacial que tinha como objetivo a exploração de um planeta além do sistema solar, o Phichai - 19. Junto de sua fiel tripulação, ele deve catalogar e mapear o planeta; eles encontram os habitantes daquele...