𝕰𝖑𝖊 𝖎𝖓𝖛𝖆𝖉𝖎𝖚 𝖔𝖘 𝖒𝖊𝖚𝖘 𝖘𝖔𝖓𝖍𝖔𝖘 - sᴛᴇᴅᴅɪᴇ

🎸𝕰𝖉𝖉𝖎𝖊 𝕸𝖚𝖓𝖘𝖔𝖓🎸

Eu já tinha levado Will pra casa e, agora, eu poderia estar dormindo tranquilamente na minha cama. Poderia fazer isso o dia todo e, talvez, tentar estudar um pouco. Só pra eu não me sentir mal quando ver o Sr. Meirelles na quinta-feira de manhã.
Espero que ele não saiba que eu faltei na quinta passada, mas se bem que não foi de propósito.

De qualquer jeito, vou recompensar trabalhando mais.

Enfim, ao invés de estar dormindo. Estou na reunião da banda. De novo decepcionando meus amigos, por não ter escrito nada. Pra falar a verdade, nesses dias eu nem pensei muito nisso. Fiquei tão ocupado com o lago, os "encontros" com o Harrington, a escola, o trabalho e agora o segredo de Will — que não sai da minha cabeça —, com tudo isso eu acabei nem parando pra tentar compor alguma coisa.

Eu nem ia conseguir mesmo. Tô com essa porra de bloqueio criativo e não consigo pensar nem nos acordes, nem mesmo uma melodia pra começar.

Porra! Por que justo no momento em que eu mais preciso, essa merda de cabeça não funciona??

Por que eu tenho que ser tão inútil até com a coisa que eu mais amo fazer no mundo??

Só... por que?

— Eddie? — Hunter me chama. Eu o encaro. — Você sabe que a gente pode te ajudar, né?

— É, cara. — Gareth se pronuncia, chamando minha atenção pra ele. — Você não precisa ter a responsabilidade toda só pra você...

— O combinado sempre foi eu ser o compositor, então, a responsabilidade é toda minha... — digo. — Mas obrigado, gente. Porém, se vocês tiverem alguma ideia e quiserem me contar, eu sou todo ouvidos.

Ninguém disse nada. Hunter jogos seu cabelo pra trás e apoiou seu queixo na mão, ele fazia isso quando começava a pensar. Franklin mexia no celular e Jeff batucava em um banco, talvez, tentando criar alguma melodia ou sei lá. Gareth pegou o meu caderno e começou a olhar os meus desenhos, possivelmente as minha letras antigas.

É... Estamos ferrados!

Eu queria dizer que o problema era o tema da festa, mas, apesar dos meninos acharem que sim, esse não era o problema! O tema é legal, até. As pessoas podem se inspirar e se apaixonarem. Hoje em dia é bem raro isso acontecer. As pessoas evitam esse tipo de acontecimento. Às vezes por medo, outras vezes por desconhecimento, ignorância. E também existe as pessoas que apenas querem ser sozinhas, elas se relacionam, amam, mas não estão dispostas a ter um relacionamento de longa data, porque as fazem se sentir sufocadas. É, existe todo tipo de demonstração. E, talvez, Katty tenha escolhido esse tema por causa disso. Talvez, ela esteja amando e por isso escolheu músicas de amor exclusivas.

Ou talvez ela só seja chata mesmo e queira uma festa que ninguém dá cidade pode ter, porque a família da Katty é a mais rica da cidade, até mesmo mais que a família Harrington, devo dizer.

Harrington...

Rio, internamente.

É incrível que até mesmo nos meus raciocínios mais bestas, eu acabo pensando nesse sobrenome. Eu não consigo não pensar nesse sobrenome, porque depois que começamos a nos falar, isso começou a acontecer. Não é imediato e muito menos diário, mas não nego que acontece quase que frequentemente. E isso é esquisito. Não temos, nunca tivemos e nunca teremos nada. Então, sim. É esquisito pensar em Harrington sem um motivo aparente. E com motivo também, pois, entre tantas pessoas, eu praticamente comparo Harrington à tudo. Daí eu só escolho... ignorar.

Aproveitando que a minha mente me jogou pra essa linha de pensamentos sobre Harrington. Noite passada até que foi legal. Tive minha sexta de filmes, cuidei de Will, me diverti e ainda assisti coisa nova. Que eu nem sabia da existência.