Um Dj em minha vida

Capítulo 3

- Senhorita Castro! -a porta da minha sala é aberta com toda a vontade do mundo pela Sra. Uhn, chamando não só a minha atenção como a da equipe inteira. - Me acompanhe imediatamente!

Encaro Kyung-ah assim que a Sra. Uhn some pelos corredores do museu. Nós duas ficamos confusas agora, nossa reunião diária já havia sido encerrada a algumas horas atrás. Nenhuma de nós fazia ideia do que poderia ser agora. Me apresso para alcançá-la antes que entrasse em sua sala.

- Algum problema? -começo a ficar preocupada, sua cara não é das melhores.

- Preciso que me ajude em uma coisa. Recentemente recebi uma proposta para usarem o espaço do museu na gravação de um videoclipe. Estão alegando que nosso espaço é bom, a estética, nossos jardins, já ouvi elogios o suficiente por um mês inteiro. Te chamei aqui para para saber a sua opinião... -explicou de forma apressada e repleta de gestos, mas o final sai quase como um sussurro.

Como se estivesse curiosa e envergonhada com a reação que eu poderia ter por ela estar pedindo minha ajuda.

- Senhora, eu não sei...

- Preciso da sua opinião. E seja sincera.

Tento raciocinar um pouco, mas nada me vem à mente.

Na verdade, a minha vontade era de perguntar se estava tudo bem com ela. Nunca a vi debater com ninguém o que colocar ou não no museu. Sempre fez o que quis, mesmo que por milhares de vezes eu e Kyung-ah tenhamos tentado convencê-la do contrário. Sua opinião e vontade sempre prevaleceram.

Até que por alguns segundos é como se pudesse ouvir a voz da minha antiga colega rondando meus pensamentos.

"Tenha paciência com a Sra. Uhn So-hye (ela não é tão má assim)"

- Não me parece uma má ideia. -digo sem pensar e com medo das consequências. - As pessoas gostam de visitar e tirar fotos em locais onde seus ídolos estiveram. Pode valorizar o museu e também serve como uma forma de divulgação.

- Não soa como uma péssima ou idiota ideia certo? -pergunta num tom preocupado enquanto apoia seus cotovelos na mesa e me olha com certo fascínio.

- De maneira alguma. O lado ruim é só caso o grupo que grave aqui seja cancelado de alguma forma e a nossa imagem acabe vinculada a eles. Porém as chances são quase sempre de 50% para ambas as partes.

- Sim, de fato é um risco.

So-hye fica pensativa em seu mundo próprio, me esquecendo ali em pé no meio de sua sala. Não consigo entender seu questionamento. Sempre ouvimos dela que nunca, enquanto vivesse, permitiria que usassem o museu para modinhas. Milhares de outras propostas foram descartadas sem nem mesmo serem analisadas.

Então o que esse teria de diferente?

- So-hye o que você pensa...-Sr. Uhn entra na sala da esposa sem nenhum aviso prévio aos berros quase.

- Olá meu amor. -minha chefe diz amarga antes de colocar os olhos nele e finalmente me dispensar. - Obrigada por ter me ajudado, agora pode ir. Aparentemente meu marido tem algo urgente a tratar comigo.

- Boa tarde, Senhorita Castro. -o comprimento sem graça enquanto ele ajeita sua postura, parecendo impaciente.

Assim que saio da sala começam a falar, ou melhor discutir. Escutar algumas discussões deles era algo comum por aqui. Mesmo que não gritassem muito, a sala dos funcionários e de reuniões, são próximas a dela. Sra. Uhn sempre quem faz de tudo para controlar o volume. O que soa irônico, pois sua voz quando está empolgada por qualquer motivo já ecoa sozinha pelos quatro cantos do museu.