Capítulo 5

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Depois da minha bebedeira, Lily apareceu misteriosamente serelepe pela casa, como se estivesse ali o tempo todo. Sinto um perfume diferente quando a pego no colo. Prefiro pensar que quem a encontrou cuidou bem dela e deu banho. É véspera de final de semana e estou um caco. Sra. Uhn passou o restante da semana ausente fazendo uma desintoxicação. A terapeuta a trata como se fosse sua melhor amiga, é tocante. Descobri que ela se trata há mais de quinze anos, contra a bulimia. Admito que me entristece saber disso, trabalhamos juntas a quase quatro anos e não fazia ideia. Toda a imagem que tinha dela de prepotente e egocêntrica está distorcida do que ela realmente é. Durante suas oscilações de humor, pude ver uma pessoa comum e inofensiva. Assustada. Desejando somente ser aceita e amada. O que me fez questionar.

O que fizeram com você, Senhorita Uhn?

Já é tarde da noite e estou prestes a ir para meu quarto quando vejo uma claridade vindo do lado de fora. Sorrio animada, ele apareceu depois de dias. Encho a minha taça e corro para varanda. Lá está o moreno com o que desconfio que seja um copo de whisky e um livro no colo, o mesmo das outras vezes. me pergunto se ele realmente o lê.

- Quase não lhe vi hoje. -digo sentando em minha poltrona, confesso que hoje ela já não fica mais tão de costas para o vizinho.

- Que sorte a minha então. -sua voz firme e quente preenche meus ouvidos me roubando suspiros.

- Pensei que a veria no início da semana.

- Ah... Tive uma situação difícil no trabalho e precisei espairecer. -confesso sem muitos detalhes. - E tive um sonho muito louco depois! Misericórdia! -começo a rir lembrando do sonho hiper realista que tive.

- Como assim?

- Mano sonhei que o Min Yoongi me trouxe em casa e ainda que beijei ele. O que é impossível, já que foi meu irmão quem me trouxe para casa.

- QUE? -seu grito me assusta a ponto de derrubar um pouco do vinho em mim. - Digo, como pode ter certeza que foi um sonho. -finaliza dando um pigarro tentando disfarçar sua frustração.

- A fala sério, quais as probabilidades? Já fui sortuda demais quando ele apareceu no museu que eu trabalho e depois na cafeteria da minha amiga.

Explico lembrando da felicidade do meu irmão, soube que ele emoldurou a foto deles junto com o autógrafo. Agora deve estar em uma das prateleiras do seu quarto junto com suas medalhas de Taekwondo.

- Mas... -seu tom ainda é alterado.

- Algo que também me fez ter certeza que foi sonho, é que ele tinha a sua voz! Acho que tenho pensado demais em você DJ...-minha risada morre assim que percebo ter falado alto demais.

- Verdade? -já era qualquer esperança dele não ter me ouvido.- Que história é essa de DJ?

Rio morrendo de vergonha, me encolho na poltrona buscando coragem para explicar.

- Você com as suas músicas e remixes, apelidei de Dj. Juro que foi no bom sentido, afinal já dormi ouvindo suas batidas.

- Não se incomoda com o volume?

- De forma alguma... Até porque são vocês quem me animam ultimamente. Tinha uma pessoa que dividia o apartamento comigo, mas ela se mudou para os Estados Unidos a trabalho. E eu odeio ficar sozinha. Acho que me acostumei em sempre ter alguém por perto. Continuar aqui tem sido bem desafiador para mim.

- Que bom te ajudar de alguma forma...

- Sei que fui eu quem começou com isso de não te olhar. Estava com vergonha, odeio ser vista chorando. -digo bisbilhotando a varanda vizinha tentando ler seus gestos. - Mas acho que devíamos ir para o convencional. Me avise quando quiser.

Um Dj em minha vidaOnde histórias criam vida. Descubra agora