07. Capítulo sete.

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Eu já havia comprado o carro, nesses últimos dias tentei a todo custo tirar Jeongin da cama para passearmos, para ele se distrair, mas ele não quis

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Eu já havia comprado o carro, nesses últimos dias tentei a todo custo tirar Jeongin da cama para passearmos, para ele se distrair, mas ele não quis. Estava sempre chorando e quando eu o chamava para sair, dizia: “Desculpa, Hyuni, mas eu não quero ir”.

Ele nem estava se alimentando direito, eu tinha que praticamente forçá-lo a ir tomar banho e a comer. Também passei a dormir com ele, e quando acordava e não me via ao seu lado, simplesmente surtava, achando que eu tinha ido embora. Sua situação estava me fazendo desmoronar, odiava vê-lo assim.

— Está pronto? — perguntei, vendo o outro assentir.

— Sim… — ele usava uma calça e uma blusa preta, assim como seus sapatos. — Eu não quero ir, você sabe. Odeio enterros… É um lugar onde só tem tristeza, e ficar mais triste é o que eu menos preciso agora.

— Eu sei… — beijei sua testa. — Pense como uma maneira de se despedir dela — olhei para seus olhos brilhantes, mas não pelo brilho natural, e sim brilho de lágrimas. Também estavam inchados, depois de passar os últimos dois dias chorando.

Ele suspirou e assentiu. Seu rosto tinha uma expressão triste e “sem vida”, senti saudades de quando eu costumava olhá-lo e vê-lo todo feliz, com um sorriso no rosto. Caminhei consigo até o carro estacionado do lado de fora, abri a porta para que o mais jovem entrasse, e assim ele o fez.

O caminho até o local do enterro foi silencioso, apenas com o som do choro do menor ao meu lado, que me partia o coração. Enquanto dirigia, escutando Jeongin chorar, eu também pensava em alguma forma de ajudá-lo a superar aquilo, eu sabia que era difícil, mas ele teria de tentar. Lembro-me de quando passei praticamente dois meses na cama chorando quando meus pais morreram, eu perdi minha mãe e um dia depois o meu pai, foi difícil demais para mim... Então, imagino como deve ser para Yang também.

Quando chegamos ao local, vi que tinha muitas pessoas, fiquei até um tanto surpreso. Não que Megan não pudesse ter amigos e nem nada, mas era que ela não parecia ser o tipo de pessoa… Ah… Amigável? É, amigável. Quando saímos do automóvel, pude ver Aurora e Elisa de longe, elas nos viram e acenaram, com um semblante triste.

— Eu quero voltar para casa, Hyuni — ouvi Jeongin sussurrar.

— Mas já vinhemos até aqui… — o olhei e vi ele suspirar e assentir.

— Tudo bem… Você fica comigo?

Eu assenti e peguei sua mão, então caminhamos até o local. Algumas pessoas nos olharam de um jeito estranho, outras choravam, outras pareciam ter sido obrigadas a estarem lá, mas a maioria — com certeza — estava apenas lá fingindo ter sentido um sentimento ou fingindo estar sentindo um sentimento que nunca existiu. Acho engraçado a forma como as pessoas que te odiavam passam a te amar depois que você morre. Sabe, enquanto estamos vivos, ninguém parece ligar para nós, somos insignificantes, mas daí morremos e de repente, puff, tínhamos muitos amigos e muitas pessoas nos amavam, mas a pergunta é: Onde estavam todos eles quando nós precisávamos quando estávamos vivos?

my little boyㅤ ☆ㅤ hyuninOnde histórias criam vida. Descubra agora