vi. uma herança inofensiva

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CAPÍTULO SEIS
Uma Herança Inofensiva

PARA QUALQUER UM QUE O CONHECESSE DE VISTA, ficava a impressão de que existia uma lista muito extensa de coisas que Anakin Skywalker detestava; e ninguém podia culpar as pessoas por isso - essa é a impressão óbvia que fica quando se vê uma pessoa ...

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PARA QUALQUER UM QUE O CONHECESSE DE VISTA, ficava a impressão de que existia uma lista muito extensa de coisas que Anakin Skywalker detestava; e ninguém podia culpar as pessoas por isso - essa é a impressão óbvia que fica quando se vê uma pessoa passar 90% de seu tempo com a cara amarrada de quem parece odiar cada segundo do dia. A realidade, no entanto, não era exatamente essa.

Era verdade: Anakin odiava missões diplomáticas, mas só porque, na maior parte do tempo, não fazia ideia do que dizer para ajudar nas situações, e acabava participando delas de forma tão passiva que chegava a ser excruciante. Sempre que privilegiado com a escolha de participar ou não dessas resoluções de conflitos diplomáticos, ele preferia deixar o mestre ir sozinho resolver a questão. No caso da missão na qual se encontrava naquele momento, no entanto, fora muito diferente; ele fizera questão de estar lá.

Sentado no sofá da sala de estar da filha de Qui-Gon Jinn e da princesa perdida de Naboo, encarando aquilo que acreditava ser um relógio, mas sem fazer ideia de que horas eram, porque os números da Terra eram representados com símbolos diferentes, ele se encontrava amargamente arrependido por ter insistido tanto em comparecer àquela missão de "resgate". Estava bastante claro que nenhuma das duas ali precisava ser resgatada - eles só estavam sendo teimosos e intrometidos. E, claro, assustando as duas.

Ele, é claro, não ousaria expressar essa opinião para Obi-Wan, no entanto; afinal, fora ele próprio quem exigira que a missão fosse designada aos dois. Não podia dar o braço a torcer.

O fato é que tivesse ele deixado o Conselho agir conforme suas convicções ao invés de fazer uma choradeira para conseguir aquela missão, porque "Obi-Wan era o aprendiz do pai dela e certamente saberá lidar melhor com isso", provavelmente a situação já teria sido resolvida. Se Mestre Yoda estivesse ali, conforme era o plano do Conselho, a situação teria sido resolvida em metade do tempo, porque pelo que Anakin podia perceber, o planeta não era muito diverso em espécies racionais, então Daria não poderia negar com tanta veemência a existência dos jedi se um jedi de pouco menos de um metro de altura e orelhas verdes e pontudas viesse falar com ela. Mestre Yoda era, por si só, prova suficiente para convencê-la.

Mas ele tinha que abrir a boca.

Sua angústia pela iminente falha na missão, no entanto, era o que menos lhe preocupava naquele momento, e estava longe de ser o que o mantinha acordado. Obi-Wan havia deixado o termostato do ar condicionado do quarto que Ella gentilmente cedera aos dois por aquela noite na temperatura mais baixa, o que impedira Anakin de dormir por umas longas horas; e, quando ele finalmente conseguira pegar no sono, foi acordado pouco tempo depois por mais um pesadelo terrível. E, assim, ele acabara ali, no sofá; não achou que fosse boa ideia continuar no quarto se revirando na cama, correndo o risco de acordar o mestre. Obi-Wan não tinha nada a ver com a insônia do aprendiz, e nem devia sofrer as consequências dela. 

341 𝑨𝒏𝒐𝒔-𝑳𝒖𝒛 | sᴛᴀʀ ᴡᴀʀsOnde histórias criam vida. Descubra agora