Capítulo IX- Um Artista

135 25 1
                                    


Alô! Satoru, o Luo tá aí?

— Dae-ho? Caramba, que horas são?

Ele está aí?

— Ele está dormindo... o que foi? Eu posso te ajudar?

Não! É só com ele mesmo.

— Dae-ho, aconteceu alguma coisa? O Bae está bem?

Satoru! Chama logo o Luo!

O desespero que tomou a voz do fisioterapeuta o despertou de vez. Sacudiu o marido, que levantou assustado e desorientado, fechando os olhos com força por causa da claridade do ecrã do celular estendido em sua direção.

— Gatinho, acorda logo! É o Dae-ho.

Satoru já partilhava do mesmo desespero.

— Aconteceu algo. Vai, fala logo com ele! — Pegou a mão do outro, colocando o aparelho, já levantando da cama, acendendo as luzes e procurando o que vestir.

Moleque? O quê? Calma... Dae-ho...

Tentava compreendê-lo, mas as falas de Dae-ho estavam apressadas e confusas.

Como assim, sumiu?

Não sei! Eu já procurei pela casa toda! Eu preciso de ajuda!

Podia ouvir a respiração pesada dele na linha, a ponto de conseguir visualizar seu caminhar aflito de um lado a outro.

Eu perdi ele, Luo. O senhor Lee sumiu!

Horas Antes

— Vamos mesmo fazer isso?

— Por quê? Não quer mais?

Já haviam vencido a quase meia hora de estrada que levaram para fazerem o trajeto do hospital até em casa e, agora, estavam sentados lado a lado na ponta da cama do artista, decidindo os últimos detalhes do que viria a seguir, enquanto se desfaziam de suas roupas. Uma peça por vez.

Durante todo o caminho, Hansan não escondeu sua ansiedade, fazendo questão de conversar com Dae-ho e assegurá-lo de que, caso ele não se sentisse à vontade, ele poderia perfeitamente lhe dizer, pois em nada mudaria o que estava acontecendo entre eles. Estava feliz só em poder beijá-lo sem conter o desejo que sentia por seus lábios.

— Quero! — Hansan afirmou com vivacidade, diminuindo o tom de voz em seguida para não parecer mais afoito do que já estava. — Quer dizer, claro que quero. Só não caiu bem a ficha. A sua geração é bem direta no que quer, né?

— Depois reclama quando eu te chamo de velho. — Empurrou-o de leve com o ombro. — Falando desse jeito parece que você é de mil novecentos e lá vai dinossauros.

— É mais de uma década de diferença, Dan-ah. Por mais que eu queira, é difícil ignorar totalmente.

— Ok, então me diga logo em que essa diferença de idade vai afetar o que tá rolando entre a gente? — pediu, puxando o cinto da calça que usava, abrindo em seguida o botão e o zíper. — Só não me atiça pra depois dar pra trás, que aí é covardia.

— Não tô dando para trás, não é isso. Meu medo é por você — Levantou os quadris tirando a calça do corpo.

— Mentira.

Levantou, tirando a camisa do corpo e ficando parado, em pé, de frente a Hansan. Adorando acompanhar seu olhar vidrado percorrendo todo o seu tronco. Sentiu-se desejado como nunca.

"Meu Santo Na-moo!"

— Só a forma que você me olha já me deixa todo coisado. — Contorceu-se engraçadamente, como se uma corrente elétrica percorresse da unha do dedinho do pé ao último fio de cabelo em sua cabeça. — Então, não vem com essa de que tem medo por mim, porque esse medo é todinho seu.

Um PassoOnde histórias criam vida. Descubra agora