Capítulo Extra - Uma Aventura

154 26 10
                                    


— Song Kwan!

— Ui! Arrepiei! Fala, docinho.

— Docinho, um cacete! O que falei sobre deixar o Dae-ho bêbado?

— Epa! Eu não saí com o Dae-ho hoje não!

— E quem foi?

Já tentou o Na-moo? Ele tinha me ligado, mas eu tô preso com as coisas do trabalho.

— Eu mereço...

Era quinta à noite e Hansan tinha acabado de chegar em casa. Estava com Satoru, organizando os detalhes da exposição que planejava fazer no final do ano, a que marcaria seu retorno ao mundo das artes plásticas como Vante. Estava empolgado com as ideias que tinham e não via a hora de encontrar o marido para lhe contar cada uma delas e ouvir sua opinião a respeito.

Porém, todo o seu entusiasmo se esvaiu quando o encontrou aos prantos, sentado no chão da cozinha com a Sapatão nos braços.

— O Dae-ho tá há dez minutos chorando, agarrado a gata.

Pelo menos dessa vez ele não chorou por você ser casado — Kwan gargalhava do outro lado da linha.

Hansan praguejava e tentava respirar fundo. Havia descoberto, na festa de casamento, o motivo do marido ter lhe dito certa vez que não bebia e que, quando resolvia abrir uma exceção, sempre optava por algo de teor alcoólico mais fraco.

Se procurassem uma definição em algum dicionário para fraco para bebidas, com certeza encontrariam uma foto do fisioterapeuta logo abaixo, provavelmente chorando. Na primeira experiência em que presenciou ele bêbado, proibiu todos os amigos de incentivarem algo do tipo novamente.

Apesar de ter sido hilário.

Se sóbrio ele já lhe dava trabalho, imaginem bêbado? Chegou a perder as contas de quanto tempo levou para fazê-lo entender que não podia aceitar seu pedido de namoro, por já ser casado, com ele!

— Agora ele tá chorando porque a Sapatão não tem uma patinha. Nem lembra que ele mesmo chama a coitada de Tripé! — Esfregava os olhos e a testa pensando no trabalho que teria.

Um bêbado fiel e cheio de compaixão — continuou fazendo graça.

— Fiel nem tanto, ele deu em cima de mim.

Você é o marido dele, Hansan.

— É, mas ele não lembrava disso...

A campainha soou.

— Alguém chegou, deixa eu ir resolver meus problemas.

Boa sorte, docinho.

Antes de chegar à porta, alguém a destrancou por fora e entrou.

— Eu não peguei todas as cópias das minhas chaves com vocês?

Viu Benjie entrar empurrando o carrinho da filha. Ele estacionou ao lado da porta e ignorou seu questionamento, jogando as chaves de Dae-ho para ele pegar no ar.

— Vim devolver seu filho. — Girou o corpo e pegou o menino pelos braços, depositando-o em frente ao artista como se ele fosse uma sacola cheia de compras do mercado — E... — repetiu o mesmo gesto, dessa vez trazendo outra pessoa pelas orelhas para dentro da casa.

— Ai, amor, pega leve!

— Entregar o culpado.

— Oi, Bae — Na-moo sorria mostrando as covinhas, como se elas fossem lhe livrar da encrenca em que se meteu.

Um PassoOnde histórias criam vida. Descubra agora