Capítulo XII- Um Pedido- Parte II

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"— Então eu espero que tenha tanta certeza, quanto a que tinha sobre não ser gay. Porque eu tenho certeza que te amo."

— Digamos que eu tenho quase cem por cento de certeza.

— Estamos falando de quanto?

— Uns setenta por cento?

— Então eu tenho que correr atrás dos outros trinta.

— Mal voltou a andar e já vem com essa história de correr — Passou os dedos pela nuca do outro, sorrindo apaixonado. — Tão inocente... Um passo de cada vez, senhor Lee.

— Você não vai cansar dessas piadinhas nunca, não é?

— Não mesmo! — Levantou, deixando dois tapinhas em sua coxa, se espreguiçando por completo para depois caminhar em direção à mesa improvisada do jantar.

— Vai para onde?

— Subir — Soou óbvio — Já beijei, já comi e bebi. Até um namorado eu consegui. O que eu vou ficar fazendo aqui? — Sorriu com a rima não planejada.

— Eu tenho uma ideia. Esse sofá desmonta, sabia?

— E isso é hora de brincar de desmontar sofá, senhor Lee? — Continuou seguindo o caminho que fazia. — Pega tua bengalinha aí e vamos levar esses pratos sujos lá pra cima. Meus planos requerem um banho, uma cama de verdade e você, então...

Antes de a frase estar completa, Hansan já estava de pé.

— Tô indo!

A garrafa de vinho que estava pela metade, e as taças equilibrada entre os dedos, foi o máximo que Dae-ho permitiu que ele carregasse, alegando que seria difícil subir as escadas com mais coisas e que o fato dele estar andando sozinho outra vez não era motivo para pôr os cavalos na frente dos bois, ou algo assim, não recordou bem como era o ditado.

— Não esquece de apagar a luz — Lembrou, assumindo a dianteira e sumindo no corredor dos quartos depois de deixar a louça suja na pia.

Quando Hansan finalmente chegou ao quarto, ouviu o barulho do chuveiro e rapidamente se desfez das roupas, deixando para tirar a prótese dentro do banheiro. Assim que abriu a porta, teve seus planos de participar daquele banho, arruinados.

— Nem vem! Pode ir saindo!

— Ué! Achei que precisava de mim nos seus planos.

— Preciso — Desligou o registro —, mas tem uma ordem. Primeiro banho — passou a enumerar —, segundo a cama, aí você entra.

— Então sou eu que vou entrar? — Serpenteou a língua pelos lábios à medida que o olhava de cima a baixo descaradamente.

Se já não tivesse nu, Dae-ho poderia dizer com toda propriedade do mundo que aquele olhar que o artista lhe dava era capaz de queimar qualquer tecido que estivesse em contato com seu corpo, cobrindo qualquer mínima parte de sua pele. E o resultado daqueles olhos flamejantes em si, foi a sensação de combustão espontânea, que o esquentou por completo, levando-o a ligar a água fria e expulsar o outro dali com pressa para que terminasse quanto antes; tinha coisas a fazer e de forma alguma faria na frente dele.

— Sai, Bae! Deixa eu terminar logo!

— Você não me respondeu.

— O quê?

Hansan voltou a olhá-lo de cima a baixo, sorrindo ladino, erguendo uma sobrancelha sugestiva quando seu olhar parou em direção a sua bunda. No exato instante, Dae-ho recordou qual foi a pergunta.

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