Bite my Tongue

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Só podia ser brincadeira.

A The Plagg tinha acabado de sair do palco quando Hinata se afastou do grupo para conversar com Tendou. Eles pareciam entretidos numa conversa com gestos bastante exagerados e risadas, mas então Shoyo voltou e puxou seu braço, alegando que tinha uma coisa muito importante para contar.

E lá estava, Suna. Pela cara dele, a mesma coisa aconteceu. Vê-lo pessoalmente depois de tanto tempo foi uma surpresa. Deveria ter se preparado para esse cenário, porque era óbvio que os dois iriam acabar se esbarrando no estádio.

Bom, tinha que seguir o ritmo agora.

– Oi – disseram juntos. Tendou e Hinata não estavam mais lá, do contrário teriam rido das bochechas vermelhas de ambos.

– Quanto... tempo – Suna murmurou, desviando o olhar de Osamu.

– Sim. Não parece que vai fazer um ano desde que estivemos aqui pela primeira vez. – o platinado observou sem se dar conta do que estava dizendo, e talvez não fosse a hora certa.

Mas Rintarou sorriu um pouquinho, então não foi tão ruim.

– Lembro de quando nos vimos na marcação de palco, estava um caos. – Suna falou, parecia divagar pelas memórias da batalha inteira.

– Você ainda fingia que me odiava nessa época – provocou o Miya, encostando na parede oposta para vê-lo melhor.

– Ei, eu não te odiava! – Rebateu ele, de braços cruzados. – Tá, talvez um pouquinho, mas você também!

– Eu só entrava na sua onda, Suna! – o vocalista se defendeu, segurando o riso.

– Mentiroso, eu lia suas indiretas pra mim no twitter.

– Então quer dizer que você me stalkeava? – um sorriso maldoso contornou seus lábios, enquanto analisava Suna. Ele não tinha mudado tanto, parecia mais alto, mas devia ser pela falta de convivência. Sua pele estava mais clara também, provavelmente porque não tomou sol direito.

Só que tinha uma coisa no semblante de Rintarou que havia mudado, parecia mais calmo, suave. Osamu se lembra de reparar muito nas sobrancelhas bagunçadas e sempre franzidas de Suna, e agora elas não estavam mais lá. Quer dizer, estavam bagunçadas, mas não franzidas.

– Quem sabe. – Suna deu de ombros, fingindo desinteresse na pergunta. – Não se faça de santo, Samu, você me respondia em questão de segundos, também.

Osamu se deu por vencido, tirando um "rá!" do outro vocalista. A conversa fluiu tão bem que eles se sentiram idiotas por terem feito tempestade em copo d'água. Pelo que pareceu uma eternidade, Osamu ficou olhando para aqueles olhos verdes intensos, que se fechavam um pouco quando sorria. Ficou olhando para aqueles malditos olhos verdes, que o fizeram amar tal cor.

Então eles se abraçaram.

– Me desculpa, Osamu, por tudo. – ele sussurrou no seu ombro. A sensação de ter Suna em seus braços novamente era maravilhosa, e ele finalmente deu as costas ao seu orgulho idiota. – Eu não... não fui legal, e bem irresponsável com sentimentos. Não só os meus. – o platinado parecia querer dizer algo, mas parou quando Rintarou fez menção de continuar:

"Sei que se passaram, tipo, oito meses, e a gente nem se fala mais, mas eu ainda penso nisso, em nós. Eu comecei a fazer terapia, também, e percebi que o buraco era bem mais embaixo – ele deu uma risada abafada, ainda sem olhá-lo. – Eu era dependente de algumas pessoas, e estava começando a ficar de você, só que eu não queria ter que te prender comigo, então briguei com você por porra nenhuma. Desculpe, de verdade."

𝐁𝐚𝐭𝐭𝐥𝐞 𝐚𝐭 𝐭𝐡𝐞 𝐃𝐮𝐦𝐩; OsasunaOnde histórias criam vida. Descubra agora