Impossível você me amar (Versão 0.0)

Capítulo 16

No dia seguinte, acordei meio aéreo, me levantei e fui me arrumar, enquanto caminhava para o banheiro vi que a pequena ainda estava dormindo na cama, fiquei olhando para a mesma por alguns breves segundos antes de ir fazer meus afazeres, decidi colocar uma regata em tons de verde com algunas listras e um shorts em um tom escuro, prendi meu cabelo para trás e fui fazer o café.

Eu terminei o mesmo, decidi fazer ovos mexidos com bacon, por mais que eu não gostasse tanto assim de ovos mexidos, eu estava sem opções para dar a minha irmã, pelo menos aqui ela pode escolher entre comer uma bolacha seca ou comer algo que goste.

_- Bom dia maninho-._ Ouvi a voz doce da pequena então me virei e sorri de leve.

_- Bom dia~ que bom que acordou, dormiu bem?-._ Perguntei para a mesma e ela fez um sinal positivo com a cabeça, eu coloquei os pratos na mesa e logo ela sentou em sua cadeira se ajeitando na mesa.

_- Kay quando você vai me adotar?.-_ Ela falou manhosa e eu senti meu sangue gelar.

A olhei confuso por alguns segundos e me sentei ao lado da mesma procurando respostas, eu queria tirar a mesma do orfanato mas, não acho que poderia cuidar dela agora, ainda tenho problemas e pensar em ter uma crise com ela perto...

Eu apenas não quero machuca-la, mas como irei explicar isso a ela?;
Os olhos da pequena pousam em mim me fitando e logo os meus olhos encontram os dela, engoli em seco procurando as palavras certas.

_- Eu vou te adotar...-_ Comecei.
_- Quando?-._
_- Quando eu consegui arrumar a minha vida! Você não entenderia mas eu estou completamente bagunçado~ minha cabeça está tendo que pensar em tudo e mais um pouco-._ Falei um pouco nervoso, a situação me fazia ficar tenso, eu não podia dizer a ela que eu sou um assassino e que não faz nem dois meses que eu matei meu professor e estou sendo chantageado por um maluco.

A garota me encara por mais uns minutos mas logo assentiu com a cabeça e começou a comer, eu suspirei e fiz um leve carinho na cabeça da mesma para aliviar o clima tenso que havia se formado graças a mim e a minha incompetência.

_- Eu não prometo Hoje, nem amanhã mas um dia nós dois iremos morar juntos e eu irei cuidar de você até meu último suspiro tá bom?-._ Falei com firmeza no tom da voz, a mesma aliviou a tensão nos ombros e eu deixei um sorriso satisfeito se formar em meu rosto.

_- Contanto que eu esteja com você eu posso esperar até o infinito maninho!-._  a pequena falou em um tim gentil e suas palavras aliviaram o desespero que apertava meu peito.

No final das contas sou o único preocupado aqui, penso em quando ela descobrir sobre tudo, ela não ira aceitar um irmão como eu.
Não parece mais eu estou tentando mudar! Eu quero mudar! Mesmo que eu precise me matar várias vezes até esse dia chegar.

Muitos anos atrás

Eu acordei com o corpo pesado, me sentia estranho, me perguntei se eu tinha pegado um resfriado, caminhei até a cozinha e logo peguei um copo d'água, eu pude ouvir barulhos peculiares vindo do quarto de uma das minhas irmãs, eram gemidos altos e intensos, eu estava com dor de cabeça e esses sons me deixaram ainda mais tenso, decidi caminhar até o quintal e então ficar por lá.

Me sentei em frente a porta de entrada onde via os adultos vizinhos passarem junto a seus familiares, tbm via alguns cachorros de rua e algumas crianças, as pessoas passavam por mim com olhares estranhos, alguns me ignoravam e alguns se afastavam, eu conseguia ouvir comentários horríveis sobre mim e a minha família, não era mais segredo para ninguém que a minha família era toda conturbada, os vizinhos sabiam sobre a morte de mamãe e tbm sobre o abusivo do meu pai, mas por alguma razão eu era o alvo dos comentários negativos.

As pessoas não tinham pena em suas palavras e não se importavam contanto que não fossem com elas, na maioria das vezes eu apenas ignorava, quando não falavam da mamãe, uma vez um garoto mais velho que eu, falou coisas horríveis sobre a minha mãe, eu não consegui ne controlar e logo fui pra cima dele com uma tora de madeira, bati em sua cabeça com tanta força que o mesmo desmaiou, ele tentou lutar, mas eu não o deixei pensar duas vezes, odiava que falassem da minha mãe, pq ela nunca fez nada de errado, eram as pessoas perto dela que a machucaram.

Não sei oque aconteceu com o menino depois que bati nele, mas sei que depois daquilo nunca mais o vi por esse bairro ou ouvi falar sobre o mesmo, seus amigos entravam em sua casa com caixas grandes e seus pais estavam sempre trancafiados em casa, sua mãee lembrava a mortiça por estar sempre de preto e seu pai estava tão pálido que qualquer coisa;
Enquanto olhava para os vizinhos, senti a presença da porta atrás de mim, me obrigando a virar quase de imediato, eu o fiz e então olhei para un garoto de no máximo 17 anos, engoli em seco pois sabia que era o namorado da minha irmã, me levantei e saí da frente da entrada.

_- Você é o famoso Kiokay né? Sabia que a sua irmã fala mais de você do que de mim? Estou com inveja!.-_ ele falou estampando um largo sorriso forçado no rosto enquanto acariciava minha cabeça, não sabia exatamente o porquê mas ele me dava vontade de vomitar.

Tirei sua mão de mim e me afastei mais, ele me encarou curioso e eu o fitei com o olhar, ele percebeu que eu estava analisando sua estrutura corporal, o mesmo era forte e alto, qualquer deslize e ele facilmente derrubaria meu pai.

_- Céus, bem que a sua irmã disse que você era estranho, pare de me encarar assim ou seus olhos vão cair ouviu?.-_ Ele falou soltando uma risada curta e maldosa, eu senti seu tom malicioso, engoli a seco e logo ouvi os passos de minha irmã atrás dele, a mesma apareceu o abraçando por trás, eles eram tão forçados quanto uma nota de 3 reais.

_- Você então conheceu meu irmãozinho~ ele não é uma graça?.-_ Ela falou forçando uma voz insuportável, minha vontade era só de correr dali e entrar em meu quarto logo apenas para sair de perto desses dois.

_- Sim, ele é bem novinho, quantos anos?.-_ o rapaz perguntou minha idade se virando para mim, eu o ignorei, não queria conversar com ele nem mesmo ter contato com ele, qualquer um que fosse.

_- não sabe responder não?... pirralho.-_ Minha irmã finalmente mostrou sua verdadeira face e eu a encarei sério, nossos olhos travaram uma guerra interna a qual eu venci pois a mesma desviou o olhar.

_- Está tudo bem amor, com o tempo ele se acostuma.-_ O rapaz falou se virando para a garota e a beijando intensamente, eu saí correndo para meu o banheiro, vomitei tudo que sobrou do jantar passado, aquela cena era horrível e nojenta, não seu identificar o motivo de eu odiar tanto casais e cenas como aquela mas sabia que não ia querer viver aquilo com ninguém NUNCA!.

O Kiokay do passado era ingênuo demais ainda~~

As vezes eu queria poder ter sido ainda mais desconfiado~~

....Se eu não tivesse caído nas armadilhas deles....