capítulo 17

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Lavei meu rosto então logo saí do banheiro, ouvi a porta se fechando então vi minha irmã caminhando até mim, eu me afastei o máximo que consegui mas ela notou que eu não a queria perto, ela se aproximou de mim ficando a centímetros do meu rosto, tão perto que pude sentir o cheiro daquele cara em seu corpo, mais uma vez senti meu estômago revirar.

_- Qual seu problema? Tem algo errado com meu namorado?.-_ Ela perguntou usando um tom áspero na voz, senti as palavras rasparem dua garganta.

_- não, nada.-_ Respondi baixo então senti a garota puxar meus cabelos com força, soltei um grunhido de dor e me debati de leve.

_- Então porquê olhava daquele jeito para ele hein? Oque você perdeu olhando para ele? Meu namorado é bonito né? É né~ por isso você tava o encarando.-_ Percebi o ciúmes em seu tom, mas não pude compreender, ela estava com ciúmes de eu apenas o encarar?! Eu continuei tentando me soltar da mesma, a garota pareceu ficar ainda mais estressada._- Vamos fale alguma coisa? Está com medo? Você queria ele pra você né? Seu... desgraçado!.-_ Ela agarrou meus cabelos com força e me jogou contra a parede, fiquei tonto e a dor era muito forte, senti o sangue escorrer do canto da minha cabeça, minha irmã percebeu então logo se afastou assustada.

Eu a encarei sem expressão, não se passava nada em minha cabeça, mada a não ser o fato de eu querer fazer a mesma coisa com ela, no entanto eu não era tão forte para isso, a garota me olhava seria, assustada talvez, eu gostei de vê-la tão assustada, foi a primeira e última vez que ela refletiu sobre as ações dela;
Eu sabia que não era grande coisa mas mesmo assim, me senti bem com a expressão de pavor que ela havia feito, ela detestava ver sangue então oque ela fez a deixou com medo~

_- Veja... está sangrando, você não deveria estar procurando as bandagens? O sangue vai continuar escorrendo e escorrendo~ você não vai conseguir fugir do sangue.-_ Eu a provoquei um pouquinho em um tom debochado, lancei para a mesma um sorriso malicioso e ao mesmo tempo satisfeito, era muito prazeroso ver o meso e a agonia estampados no rosto da jovem.

_- Cale a boca! Se quer que o sangue pare de jorrar então limpe você mesmo!.-_ Ela praticamente gritou enquanto se afastava, mesmo de costas eu consegui ver seus ombros tensos.

Me levantei e logo caminhei até a cozinha novamente, procurei embaixo do armário da pia o kit de primeiros socorros e lá estava ele, no entanto, não havia mais remédios bons para machucados mais intensos ou dores uqe não fossem cólica~ havia muitos absorventes e camisinhas mas poucos remédios que eu precisava ou curativos, usei as poucas coisas que tinham ali e então limpei o machucado fazendo um curativo mal feito logo em seguida.

Havia escurecido e todos da casa já estavam em seus quartos, eu havia sobrado para lavar as louças do jantar, que não era pouca~
Fiquei em frente a pia por um bom e longo tempo antes de ir para o meu quarto, fui e logo me joguei na cama, fazia um tempo que não dormia nela, desde que a mamãe morreu eu passei a ser obrigado a dormir no porão caso desobedecesse as ordens do papai ou das minhas irmãs, pensando nisso eu até consigo me identificar com a famosa história da cinderela, no entanto, eu jamais serei bonzinho com meus familiares, aprendi odiar cada um deles muito cedo.

Fechei os olhos com força tentando dormir, mas não importava a posição ou o quanto eu me esforçasse, o sono fugiu de mim como o diabo foge da cruz.
Lembrei-me de ver minha mãe pendurada Por uma corda no pescoço, essa cena vinha na minha cabeça várias vezes antes de eu dormir, todas as noites eu era assombrado por essas lembranças que me faziam delírar, eu jurei a mim mesmo que faria eles pagarem, sentir a mesma dor que eu senti ao ver minha amada mãe morta, não importava o quanto sua voz gritava em meu subconsciente para não culpar meu pai, isso não fazia com que eu me sentisse melhor ou menos irritado, meus pensamentos estavam a beira de me fazerem ir a loucura.

Tentei afastar essas lembranças para que eu finalmente pudesse dormir, no entendo não consegui afasta-los, era impossível, me sentei na cama sentindo todo o peso de meu corpo cair sobre meus ombros e arder, era uma dor insuportável e parecia corroer meus ossos, mesmo depois de Me espreguiçar, me levantei e caminhei até a porta, o ranger do chão me fez parar na metade do caminho até a porta, ouvi passos no corredor e isso me fez recoar até a cama e me esconder embaixo dos lençóis.
Os passos eram pesados, faziam o chão ranger intensamente e não pareciam ser os passos de alguma de minhas irmãs ou os passos do homem que dizia ser meu pai.
Era possível que fosse um ladrão mas do jeito que os passos se moviam, era como se ele estivesse procurando algo específico, pude ouvir os pesados passos pararem por alguns segundos e logo se aproximarem da minha porta, a pessoa entrou em meu quarto e eu me encolhi ainda mais, senti sua respiração pesada e logo ouvi a porta sendo trancada por dentro, a pessoa se aproximou e eu não pude mais me segurar, tive que olhar por fora dos lençóis, assim que tirei as cobertas de cima, fui surpreendido pelo oficial amante de minha irmã, ele me segurou contra a cama tapando minha boca para não gritar.
O encarei pálido sentindo meu sangue gelar por alguns segundos então voltando ao normal ao Perceber que era apenas ele.

_- Sou eu eu! Calma, calma garotinho.- Ele falou e suas palavras me irritaram, principalmente quando ele me chamou de garotinho.

Impossível você me amar (Versão 0.0)Onde histórias criam vida. Descubra agora