Capítulo 3

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Ficaram em silêncio por um tempo até Ran realmente voltar a falar, sorrindo internamente conforme via sua irmã se irritar — Ah, o de sempre. Por exemplo, assim como a gente, tenho certeza que você não é mais virgem, né? — Ver o rosto de Mei se tornar completamente vermelho foi algo extremamente fofo para si, não conseguindo mais conter sua risada, ouvindo Rindou fazer o mesmo. "Iiiihh, ala quem já deu", este se divertia, percebendo a garota tentando se explicar em seguida. "Não sei de onde vocês tiraram que eu já transei com um homem", respondeu praticamente seca, vendo ambos ficarem em silêncio novamente. Não era essa a impressão que queria causar.

— Q-Quer dizer, quase aconteceu uma vez, em uma festa no quarto de um cara da minha sala, mas não rolou nada realmente. — Abaixou seu olhar, evitando que qualquer um dos dois lhe fizesse mais perguntas vergonhosas desse tipo. Não sabia se estava realmente preparada para respondê-las. Pigarreando em seguida, Ran voltou a falar: "Olha Meimei, não precisa ficar com medo da gente, tá? O Rindou mesmo sempre dá indícios de ser gay, mas nem por isso a gente expulsou ele da família". Ele ignorou completamente as reclamações vindo do irmão, indo atender rapidamente a porta após a campainha tocar.

A garota continuou meio sem graça, pensando se seria realmente um bom assunto para conversar com seus irmãos. Olhando de relance para mesa, desejou do fundo do coração para que pudesse fumar pelo menos um pouco, mas também achava melhor esperar uma nova leva. Respirando fundo, viu Ran chegar com os pacotes, derrubando tudo o que havia em cima da própria mesa para que pudesse posicioná-los. "Eu acho que seria bom contar pra vocês sobre isso, né?", começou, recebendo um olhar de Rindou enquanto o outro se sentava no chão mesmo já preparado para comer, a cortando em seguida: — Mei, eu sou seu irmão mais velho e um dos informantes, acha mesmo que eu não fiquei de olho em você durante esses anos? — Começou a comer, sentindo aos poucos o gosto de sua infância em Hong Kong — Não se preocupa com isso, de verdade.

Ela sorriu minimamente, acenando a cabeça enquanto colocava um pedaço em sua boca. Com isso, a conversa fluiu mais do que antes, mesmo que já estivesse com assuntos diversificados. Foram da primeira vez de Rindou até como se montar um baseado. Queriam continuar batendo papo, sentiam que precisavam de mais, porém a hora passou voando e os rapazes ainda sim teriam que comparecer à reunião. Pouco antes, a encomenda de Mei finalmente havia chegado. Claro, ninguém era doido de atrasar algo pedido diretamente de um dos Haitanis, principalmente do mais velho.

Mesmo com a feição da garota já mais triste, teve que deixar seus irmãos partirem sem preocupações, afinal as reuniões sempre eram marcadas para tratar sobre assuntos sérios. Trancou a porta em seguida e pegou a sacola com suas coisas, subindo diretamente até o quarto em que ficaria. Nada era muito personalizado, realmente como se aquela casa não fosse usada por muito tempo, ou apenas em momentos específicos. Se sentou na cama, rapidamente pegando a seda e a erva, dando início ao seu tão esperado "passatempo". Não iria extrapolar, pelo menos não dessa vez.

Guardou a sacola dentro de sua mala, deixando o pequeno papel enrolado de canto para conseguir se trocar. Já com seu pijama, pegou novamente o objeto e o acendeu com o isqueiro ao lado da cama, sorrindo minimamente após sentir tal aroma tão conhecido por si. Alguns minutos se passaram até finalmente terminar com tudo, seus olhos deixando vestígios do que havia acontecido. Pegou seu celular e observou bem o horário, 3h20 da manhã, indicando que já estava tarde até mais para si. Enquanto andava em direção ao banheiro, talvez pela distância, não ouviu alguém abrir a porta da frente, tagarelando sem parar com um possível acompanhante.

— Eu ainda não acredito que você aceitou tudo aquilo tão fácil. Não importa que faz tempo, você sabe o tanto de dinheiro que os Inu- — O rapaz parou, observando tudo com muita atenção. A mesa limpa, o lixo aberto, e o mais importante: o cheiro — Mikey, tem alguém aqui. — Sanzu disse firme, pegando rapidamente a arma que antes guardava em sua cintura. Ouviu o mais baixo dizer um "Cala a boca e vamo embora" arrastado, deixando claro seu desgosto por estar lá. — Não, definitivamente tem alguém aqui. — Apontou para a mesa — Da última vez, tinha um monte de coisa ali em cima, então cadê? — Se aproximava calmamente do local citado, percebendo também que o objeto estava molhado.

— Dá pra você pegar logo a porra do seu vape pra gente voltar?? — O de cabelos brancos dizia impaciente — A culpa não é minha que você sempre deixa suas coisas pelo meio do caminho! Não tem ninguém aqui! — Na lata, um barulho de descarga foi ouvido, fazendo Mikey pagar com a língua. "Tô vendo", Sanzu respondeu irônico, apontando a arma para as escadas enquanto seguia o mesmo caminho. O de cabelos brancos parecia não se importar realmente com quem era ou quem deixava de ser, mas também odiava quando Sanzu tentava ser o melhor. Estava o seguindo apenas para ter certeza de que este não iria fazer nada que não devia.

Chegando em um dos quartos, viram algumas malas espalhadas além de uma nécessaire aberta em cima da cama, onde continha alguns acessórios femininos. O de cabelos rosa entrou em silêncio no local sentindo Mikey atrás de si, se assustando quando uma figura feminina saiu do banheiro. Apontou firmemente a arma em sua direção, mantendo sua feição séria — Quem é você e que porra pensa que tá fazendo aqui?? — Mei rapidamente colocou as mãos para cima, dando algumas piscadas para entender toda a situação. Mikey olhava tudo pelo ombro de Sanzu, também tentando ver o que acontecia — Me diz!

— Calma, calma... — Ela engoliu seco, sentindo suas mãos tremerem minimamente. Viu outras duas figuras se aproximarem, ouvindo Rindou exclamar: "Sanzu, abaixa essa merda!", enquanto Ran ficava mais ao fundo, prestando atenção na cena. "O que é isso? Por acaso é mais uma garota de programa que dorme com você?? Mesmo com o esporro do Mikey, você cont-", o de cabelos rosa gritava aos quatro cantos, parando somente quando Manjiro aumentou seu tom de voz, perguntando em seguida quem era a tal garota. Ela olhou um pouco receosa para os irmãos, recebendo um aceno positivo em silêncio — Meu nome é Mei Haitani, e ao contrário do que devem pensar, eu que pedi pra vir aqui. Meus irmãos não tiveram escolha.

Mikey encarou a garota, gritando novamente com Sanzu quando esse abriu a boca. — Eu não quero saber, arruma suas coisas. — Se virou para a saída, a ouvindo reclamar. "Hã?? Nossa, essa casa deve ser realmente muito especial pra nem vocês usarem", parecia irritada por algum motivo, mas ainda sim começando a guardar tudo na mala. Não tinha medo realmente do que qualquer um deles pudesse fazer, era uma garota morando em Hong Kong com o sobrenome Haitani, sabia se cuidar. Mikey se virou para ela, não se importando com o clima pesado que havia criado — A polícia sabe essa localização. Quer realmente ficar e ser cúmplice dos nossos crimes? Bom, bem-vinda à Tokyo, a escolha é sua. — Mei engoliu seco mais uma vez, cruzando os braços em seguida. "Então onde eu vou ficar durante esse tempo, hm?", olhou diretamente para seus irmãos, começando a ficar preocupada de ter que realmente ir para algum hotel ou parecido. Mikey suspirou alto, apontando para suas malas — Sanzu, coloca no carro. Agora eu também tô metido nisso, você vai ir pra nossa casa. — Se virou para os outros dois Haitanis, percebendo o quão esses estavam receosos — Vocês são os responsáveis por qualquer coisa que acontecer. Quando a gente chegar, os dois no meu escritório.

あBᴜʙʙʟᴇɢᴜᴍ Bɪᴛᴄʜ - Sʜɪɴɪᴄʜɪʀᴏ Sᴀɴᴏ +18Onde histórias criam vida. Descubra agora