Capítulo 5 - Acredite em mim

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Depois de limpar todos os cômodos do andar de baixo e ser praticamente humilhada na frente da nossa mais nova dor de cabeça chamada Dione, fui convocada para cantar para Zuzhó, ele parecia relaxar muito com a minha voz, o que eu não entendia, pois ela era simples e desafinava vez ou outra, ele quase parecia uma pessoa boa naqueles momentos, fechando os olhos e relaxando a expressão em um quase sorriso em quanto caía na armadilha dos sonhos, me retirei assim que ele entrou em sono profundo e estava indo para a cozinha encontrar com Lin quando trombei com Chitose, uma senhora calva e de pele avermelhada, ela tinha alguns panos e vasilha de água morna com algumas ervas.

- Me perdoe, Senhora Chitose. - Pedi e ela negou com um aceno.

- Não se preocupe com isso, pelo menos a água mágica ainda está intacta. - Concordei, curiosa, talvez aquilo fosse pra Haku?

- Como desculpas deixe que eu levo para a senhora, aquelas escadas não parecem ser um inimigo fácil. - Ela riu e concordou para meu total alívio.

- Certo mocinha, é a primeira porta no final da escada.

A escada era velha e não combinava com o designer do restante do castelo, lembrei-me de não ter explorado aquela região ainda e pouco a pouco e com as pernas já doloridas de cansaço bati na porta.

- Com licença, vim trazer algumas... - olhei para a água em mãos. - coisas, que a senhora Chitose pediu.

Sem resposta.

Girei a maçaneta e tensa abri a porta, era um quarto belíssimo a luz da lua entrava pela janela deixando a cor azulada da cama e das cortinas esvoaçantes ainda mais mágicas.

No meio do quarto havia uma banheira de água quente preparada, vapor saia de seu interior e imediatamente me aproximei, meu corpo estava tão dolorido e fazia semanas que eu não tinha um banho quente decente.

Toquei a água pensativa.

Seria falta de educação da minha parte.

Estava quente ao redor da banheira por isso removi as roupas mais pesadas do meu corpo, estava terminando de dobrar quando ouvi um barulho de madeira.

- Quem está aí? - Perguntei e senti minha coluna se arrepiar, minha mente fervendo em quanto tentava desesperadamente arranjar uma saída daquele momento constrangedor.

Me virei pra a janela, de onde o som vinha, coragem e vergonha logo foram substituídas por surpresa.

- Kohaku...

- Chihiro. - Ele não parecia tenso nem triste parado no parapeito da janela.

Os olhos levemente surpresos.

- Eu vim trazer alguns remédios. - Expliquei sem jeito.

- Não esperava você aqui. - Disse genuinamente.

- Ah- haha...

Tomando coragem de o encarar ele não parecia envergonhado, nenhum rubor subiu ao seu rosto e cogitei a hipótese de nudez não ser algo impressionável para ele, tampei meus seios com o braço, não dava para ver nada, mas o fiz só para garantir.

- Aqui, no mundo dos sonhos roupas são apenas formalidades. - Falou gentilmente como se tivesse lido minha mente se aproximou, pegou minha capa do chão e gentilmente a envolveu em meus ombros.

- Comparamos os corpos como belas paisagens, sem nenhum pudor sobre isso, mais isso não é comum no mundo humano, certo?

- Bem eu certamente não gostaria de ver todos pelados. - Sussurrei e ele riu.

A maldição de ChihiroOnde histórias criam vida. Descubra agora