Capítulo 12 - 370 anos

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Narrador 3 pessoa


- Eu entendo que esteja com raiva, mas tenho que ir agora. - Haku falou ao ser barrado por yumi na trilha de terra úmida que levava a floresta.



- Você sabe, não sabe? O lugar dela não é com você, não pode me julgar por mentir pelo bem dela. - Ela falou com desprezo sentindo um gosto amargo ao dizer aquilo.


- Yumi, chega. - Hiroshi falou após algum tempo sem se intrometer no desabafo da amiga.


- Você fez isso com ela, a manipulou e agora quer mantê-la aqui com você, pois saiba que isso não vai acontecer. - A garota ameaçou se esquecendo por um segundo da diferença de força que ambos tinham.


- Tem razão, eu a manipulei para que fique, pode me julgar por algo assim? Você mentiu sobre os frascos, um era para Akami, e a carta que escrevi para ser entregue a ela que nunca chegou.- Yumi abriu a boca, sua raiva visível em seus olhos e a boca entre aberta, surpresa com a verdade que ocultava a todo custo.


Os olhos do espírito foram até as luzes acessas, as movimentações do Castelo de zuzhó sinalizavam o fim de toda a hierarquia gananciosa pela qual ele teve o triste infortúnio de participar.


- Espera o que está acontecendo? - Perguntou Hiroshi e haku o olhou com tristeza.


- Vieram buscar zuzhó e todos os outros. - Sussurrou, antes de se transformar em Dragão e voar na direção da praia onde os criados e guerreiros do céu se encontravam, quando ele pousou onde vários servos de Yubaba estavam sendo levados, alguns para reencarnação e outros para uma vida livre da escravidão que havia se apoderado do Reino,
Alguns não tiveram tanta sorte, yubaba, zuzhó e Bovary estavam gritando e falando baboseiras sem sentido, haku se transformou em humano novamente, tendo a cautela de se camuflar entre um grupo de tyngs, seres rosados e gordinhos de poucas palavras. Ele precisava achar Chihiro e fugir para apaziguar de uma vez todo o receio que sentia, caminhou sem chamar a atenção por um bom trajeto até encontrar o Deus dos céus e seus olhos se arregalaram ao ver Chihiro conversando com ele, se aproximou sorrateiramente entre a neblina de nuvens para escutar melhor.


- É muita ousadia e negligência de seu caráter vir até mim. - A entidade negra de vestes brancas se levantou de seu trono, seus longos cabelos brancos dando altivez a sua estatura média e imponente, suas vestes de seda sobrevoaram ao seu redor e haku se preparou para enfrenta-lo quando ele sorriu para a moça.


- Mas... Admito sua coragem e me deleita sua honestidade. Quero que me conte com detalhes o que aconteceu. - A voz grave e melodiosa ecoou, e haku baixou sua guarda espantado com a capacidade da garota de prender a atenção da velha entidade.


Ele a escutou por bons minutos, em quanto ela contava sobre sua jornada, seus amigos e a vontade de voltar ao mundo humano.


- Sabia que encontraria você aqui. - A voz assustou haku e a imagem do pequeno anão, servo dos céus se projetou o mesmo que havia prendido seus poderes e assustado Chihiro aquela noite no Castelo de zuzhó.


- Ela realmente é uma doçura, mas esperava que você mudasse de ideia e me chamasse. - Olhou para Chihiro, suspirando. - O que será que nosso Deus fará com ela, quando eu disser que ela está com o pergaminho?

- Ele já sabe. - Haku o cortou não desviando o olhar para o pequeno ser ao seu lado.

- Talvez. - Os do anão foram para o colar que kawa no kami havia dado  a ele.

- Ora que coisa interessante você tem no seu pescoço. - O pequeno homem tentou pegar mas

Haku se jogou sobre ele, o prendendo ao chão.

A maldição de ChihiroOnde histórias criam vida. Descubra agora