Capítulo 4 - As correntes do servo

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Despertei com o som de passos e me deparei com um teto sublime, cheio de adornos e de um dourado vivo que era cheio de adornos a cada percepção diferente, boqui-aberta me sentei no chão, um grande salão real e vazio me cercava e quando olhei para frente vi o homem de preto, o mesmo que pagou para me ouvir cantar, ele estava sentado em um tipo de poltrona e me olhava apoiado no encosto da mesma.

- Eu trouxe a garota, como me pediu. - Aquela voz...

Meus olhos arregalados se fixaram em Haku, em pé, parado ao lado do estranho homem, ele não me olhava diretamente, seus olhos vazios e sérios olhando para frente.

- Haku... - Sussurrei, me levantei apoiando minha mão na coluna em forma de mulher ao meu lado e algo se abriu, quando notei algo pegajoso olhei para a mesma, vários olhos espalhados e arregalados piscavam para mim, me olhando de modo aterrorizante.

- !!!!

tropecei para trás sentindo meus cabelos se arrepiarem com aquilo, fiz uma careta desgostosa, e me abaixei limpando a gosma pegajosa no chão.

Ninguém pareceu se importar no mínimo.

- Madame Zin, um passo a frente por favor. - A voz do homem era encantadora, parecia ter o poder de embalar qualquer um na mais profunda hipnose e mal notei que tinha uma presença familiar ao meu lado.

- Sim Zuzhó. - A mulher de cabelos ralos e chifre único não tinha nem um pouco da a soberba com a qual nós recebeu na cidade, entretanto não era isso que mais me intimidava ali. E sim todos os olhos espalhados pelas paredes.

- Me explique, porque não me mandou a garota? - a sombra da mulher que me cobria tremia conforme um tenso silêncio pairava no ar.

- Senhor, eu admito o meu erro, estavam correndo boatos de que o senhor não estava mais interessado em humanos.

- Não todos. - Ele suspirou irritado e se levantou. - Você deveria saber selecionar de forma sábia, madame Zin, ter mandado a garota para a casa Bovary me decepciona profundamente.

- Eu juro que não sabia que o senhor se interessava por jovens humanas, o antigo senhor... - Ele parou de andar em círculos e a mulher deu um passo a trás levando as mãos a boca, se ajoelhando.

- Por favor me perdoe! Eu não tive a intensão de o mencionar.
- Claro que não teve. Nunca houve outro senhor. Creio que as fofocas danificaram seu cérebro, madame Zin.- Ele olhou para Haku.

- Mate ela. - Mandou e a mulher desabou em lágrimas, era um absurdo mata-la por qualquer que fosse o motivo.

Me coloquei a frente da mulher.
Não gostava de mentir, mais era por uma boa causa.

- ó Vossa excelentíssima... - Me curvei nervosa e envergonhada. - Grandeza! Por favor, á um grande mal entendido, essa pobre senhora não tem culpa. Eu pedi a ela para me enviar para alguma casa de massagens e ela caridosamente me ajudou. - Ele me olhou desconfiado.

- Creio que a morte seria uma pena muito leve, senhor. - Falou Kohaku dando um passo a frente e levando a mão ao tórax.

- Permita-me transforma-la em um sapo, assim poderá refletir sobre o que fez. - A expectativa permaneceu por alguns segundos que pareceram milênios antes dele concordar com um aceno e voltar a se sentar.

Kohako com as feições firmes desceu os 3 degraus de escada e parou a minha frente, não queria me mover, mesmo pra ela aquela punição parecia cruel.

- Eu ainda acho isso errado, porque precisa ser tão radical?. - A mulher agarrada ao meu vestido concordou desesperada.

- Afaste-se senhorita. - Mandou e com o braço me tirou do caminho.

A maldição de ChihiroOnde histórias criam vida. Descubra agora