A maldição de Chihiro

Capítulo 8 - O inimigo se aproxima

Um barulho alto me acordou, me sentei na cama vazia, a chuva lá fora caia com força, como se os Deuses estivessem irados e punissem com chuva aquele mundo, relampagos fantasmagóricos aumentavam minha angústia, me vesti rapidamente com meu pijama tropeçando nas cobertas até a janela, me inclinei para fora e lá embaixo vi uma explosão de raios fortes que originavam um clarão anormal no quarto, vi Haku, sob a chuva torrencial lutando contra um homem logo a baixo.

- Haku! - Gritei e ele olhou para cima surpreso.

- Chihiro, não desça! - Gritou de volta, sua voz angustiada pelo pânico.

- O que está acontecendo? - Perguntei e o homenzinho virou o rosto para cima, sorriso semelhante a lua em noites claras.

- Ora mais quem é a garota fofa no seu quarto? - Ele tentou voar em minha direção e em um movimento rápido Kohaku agarrou o tornozelo do homem e com uma força incrível o imobilizou no chão.

- Olhei em volta sem saber o que fazer, ele era um dos servos dos céus, O que ele fazia aqui?

- Ó, o que é isso que eu vejo nos seus olhos? - Perguntou e de repente ele deu risada divertido.- Só pode estar brincando! Vejo uma fagulha de sentimento em você? Não, impossível, você não é capaz de ter esse tipo de emoção. - Os olhos do homem voaram até mim, saindo do rosto e pairando em minha frente em uma visão tão surreal que me fez gritar e tropecei para trás.

- Que garota interessante temos aqui, você estava nos espiando aquele dia não é mesmo? - Seus olhos se prolongaram até mim e semi cerrados eles obtiveram um tom de descrença, eu me lembrava dele, era um dos três servos do céu que vieram falar com Zuzhó aquele dia.

- Ela tem o pergaminho... - Murmurou e de repente o corpo do homem vôo janela a dentro, batendo conta a parede mais próxima e um vulto conhecido me puxou pela cintura para trás, me embalando em seus braços.

- Não tenho nada contra o reino dos céus, estou disposto a ajudar com a condição de que não a interfiram nesse mundo. - Sua voz soava ameaçadora em meu ouvido, o homem parecia animado com o desenrolar dos fatos.

- Ora, não me peça de mais, fazer um acordo com você tiraria a graça deleitosa de vê-lo sofrer, esperei tanto tempo por isso, você sabe, agora que vejo como as coisas aqui estão, o Deus dos céus vai querer uma audiência. - Piscou várias vezes em um deleite ousado. - Você teve sua chance a anos atrás!!! escondeu o demônio Zuzhó e agora a calamidade irá se alastrar pelo mundo se não resolvermos essa bagunça. - O corpo finalmente se levantou e andou até onde os olhos estavam se encaixando perfeitamente como num passe de mágica.

Ele estalou os dedos de modo provocativo.

- Yubaba é uma velha sem escrúpulos e inteligência, a ganância já lhe subiu a cabeça. Porém você me conhece, sou maleável a acordos então... Se você me der a garota ou o pergaminho que tem dentro dela... Posso libertar você dessa servidão e dar todo o poder que sempre desejou, não é isso que você sempre quis? Liberdade e poder.

- Poupe suas palavras e suas ofertas podres, isso nunca vai acontecer.

- Talvez. - Ele me encarou. - E você doçura, Porque não se entrega e poupa a vida dele? - Haku se transformou em dragão e com os dentes afiados a amostra rosnou como advertência.

- Certo, eu vou esperar uma resposta, mais se decidam rapidamente eu não sou muito conhecido pela paciência.- ele recitou algumas palavras e o quarto foi mergulhado em um clarão instantâneo antes de voltar ao normal. - Aprecie seu presente, Kohaku, veremos o que yubaba vai dizer sobre isso. - Então em um piscar de olhos ele sumiu no ar, virando nada mais que uma fumaça branca.

Eu mal conseguia falar, por um momento achei que estaríamos mortos, esse era o poder dos servos dos céus? Não gostava de imaginar o poder dos Deuses de fato.
Haku me olhou com preocupação e mal notei que estava tremendo.