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JJ MAYBANK

EU estava irritado com Grey e com o fato de que ela conseguia me deixar assim. Ela tinha esse efeito sobre mim, isso era o que mais me irritava. Agora, obviamente eu não iria voltar para o castelo, apesar de querer, meu orgulho fala muito mais alto do que meu extinto. O que complica tudo.
Abro a porta da minha casa, lentamente. O cheiro de cerveja e maconha entra por minhas narinas assim que dou o primeiro passo para dentro da residência.
Meu pai estava deitado no sofá, com uma lata de cerveja na mão e um cigarro na outra, olhando fixamente para a televisão.
Caminho até a escada, tentando não fazer barulho, uma tentativa falha, porque ouço a voz de Luke me chamando.
- JJ ? - Fecho os olhos com força, desejando que aquilo não estivesse acontecendo. Me viro e ando até o sofá, vendo o velho.

- Oi pai. - respondo, fraco e com minha voz trêmula.

- O que você está fazendo em casa ? - Luke se levanta do sofá. Hesito, dando um passo para trás.

- Eu só quero dormir, pai. - sussuro, amedrontado. Os olhos vermelhos de Luke me encaram. Desvio o olhar. Não consigo. Ele é a única pessoa que não consigo olhar nos olhos, não consigo manter aquele contato. Eu sinto medo. Muito medo. E eu nunca sinto medo. De nada.

- Você não aparece aqui a uma semana, seu merda ! - O tom de sua voz aumenta. Ele se aproxima.
- O que aconteceu ? Seus amiguinhos desistiram de você? Eu disse que isso ia acontecer !
- NINGUÉM te aguenta por muito tempo ! - Ele Enfatiza. Sinto meu coração arder.

- Para pai. - peço.

- PARAR COM O QUE, GAROTO ? - gritou ele. - VOCÊ É UM MERDA MESMO ! ACABOU COM A MINHA VIDA ! MATOU A SUA MÃE ! - luke começa a chorar enquanto grita.

- CALA A BOCA ! - Grito, sentindo lágrimas escorrerem pelas minhas bochechas.

- VOCÊ MATOU ELA ! MATOU A MINHA MULHER ! MATOU, VOCÊ MATOU ! - Seus gritos podiam ser ouvidos por toda a rua, mas isso pouco me importou naquele momento, porque logo em seguida, um soco atinge meu maxilar, me fazendo cair no chão e o gosto de sangue invadir minha boca.

Socos e chutes são distribuídos por todo o meu abdômen, o que provavelmente vai gerar grandes roxos.

CELINA GREY

Eu não faço a menor ideia de quantas garrafas de cerveja os pogues já beberam. Estamos em volta da fogueira, Kiara e Jonh b ficam rindo do vento e Sarah se deita ao lado da fogueira, perguntando para si mesma "como que o fogo existe ?" Enumeras vezes.
Pope também está sóbrio, somos os únicos. Ele bebe mais um gole do refrigerante, lentamente.
- Por que não bebeu ? - o moreno me pergunta, olhando para mim enquanto o barulho das ondas e do vento é o único que ouvimos.

- Eu costumo beber. Beber muito, na verdade. Mas não estou no clima. - sorrio fraco para o garoto, que dá ombros.

- Posso te fazer uma pergunta ?

- Pode. - afirmo.

- Por que veio para a ilha ? - parece ser algo bobo, mas falar do porquê de eu estar aqui, dói. Mas não dói só em mim, dói nos outros. O que, consecutivamente, gera uma grande pena. E daí, qualquer chance de ter uma amizade é descartada no mesmo momento.

- Ah... eu quis mudar, sabe ? - Minto. De novo. Mentir virou um hábito tão frequente na minha vida, que agora nem percebo o que estou fazendo.

O ɴᴏssᴏ 𝒆𝒕𝒆𝒓𝒏𝒐 ᴛᴀʟᴠᴇᴢ; 𝙹𝙹 𝙼𝚊𝚢𝚋𝚊𝚗𝚔 🦋Onde histórias criam vida. Descubra agora