O ɴᴏssᴏ 𝒆𝒕𝒆𝒓𝒏𝒐 ᴛᴀʟᴠᴇᴢ; 𝙹𝙹 𝙼𝚊𝚢𝚋𝚊𝚗𝚔 🦋

26

CELINA GREY

Termino de secar meu cabelo com a toalha e paro em frente ao espelho do banheiro. Fico me encarando por um tempo indeterminado.
Eu estava com uma camisa larga de JJ e um short jeans meu. Fico olhando para meu próprio reflexo, tentando encontrar algo além da imagem de uma garota. Algo que dissesse ou esclarecesse quem eu sou.
Sem nenhuma resposta obtida, pego minha escova e começo a pentear meu cabelo, que estava cheio de nó.
Faço um grande esforço para desembaraçar ele, mas não consigo. Puxo a escova com força - levemente estressada - e acabo batendo ela na pia do banheiro, o que faz um grande barulho.

- Lina ? Está tudo bem ? - JJ pergunta, vindo até a porta do banheiro, mas ficando do outro lado dela.

- Sim. Meu cabelo que está um pouco embaraçado. - Falo, voltando a pentear.

- Passo entrar ? - Ele perguntou, e sei que já está com a mão na maçaneta, mesmo não escutando a minha resposta.

- Pode.

A porta é aberta e o loiro me analisa de cima a baixo. Ele sorri de canto e fica parado atrás de mim. Uma de suas mãos segura a lateral da minha cintura, e a outra vai até a minha mão, segurando ela, como se pedisse permissão para pegar a escova.

Entrego o objeto para ele e enxergo seu reflexo atrás de mim, pelo espelho.
JJ era mais alto que eu, então consigo enxergar seus olhos por cima de minha cabeça. Ele segura meu cabelo com uma mão e a escova com a outra, começando a pentear as pontas, lentamente. Sorrio boba ao ver o que ele estava fazendo.

- Desde quando você tem tanta experiência com isso, Maybank ? - Perguntei. - Nem sei se quero saber como aprendeu. Você já deve ter penteado o cabelo de metade das garotas da ilha. - Reviro meus olhos, rindo pelo nariz.

- Não. - Respondeu ele, dando ombros. - Nunca pensei o cabelo de nenhuma garota. - Admitiu.

Sorrio com a resposta que recebi, e nem sei por quê.

Continuamos ali, em silêncio. Nada constrangedor, pelo contrário. Era bom estar com ele, mesmo que em silêncio.
Ao terminar, JJ me entrega a escova. Guardo ela em minha bolsa e me viro para ele, fazendo com que nossos corpos ficassem praticamente grudados.

- Obrigada. - sorrio, um pouco tímida.
Ele continua me encarando, com um sorriso no canto dos lábios. Vejo ele passar as mãos pelo cabelo, e percebo que o Maybank sempre faz isso quando está nervoso.

- Onde eu estou me metendo, Meu deus ! - Exclama, deixando um riso escapar. Sua cabeça se encosta na parede e eu me aproximo ainda mais de seu corpo.

- Está se metendo em uma grande furada' ! - Começamos a rir juntos. Passo meus braços ao redor de seu pescoço.

- Está aí uma coisa que eu nunca imaginei ver... - Ele sorri. Aquele sorriso iluminou tudo a minha volta e tudo dentro de mim, eu pude ter a certeza disso.

Ele puxa meu queixo para perto e deixa um selinho demorado em meus lábios, seguido de um sorriso bobo.

- O que está acontecendo entre a gente? - pergunto, um pouco tensa.

- Eu não sei. - Ele suspira, mas não desvia seu olhar do meu.

- Vamos contar para os pogues ?