♡ Capítulo dezesseis ♡

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Talvez amanhã tenha mais...

Historial // Ruggero.

Hey, déjate llevar
Quédate esta noche y no te vayas más
Hey, ven conmigo
Te soy sincero, contigo quiero
Cambiar mi vida, volver a cero
Hey, ven conmigo.

De longe, mas sabendo que poderia os ver em quaisquer distância que fosse, a Lobinha suspirou anasalado e uma lágrima lavou sua bochecha, ela não entendia o porquê de sentir tão emoção. Não era ruim, tampouco incomoda, só nova.

Para o espírito animal aquilo parecia tão certo quando o respirar de um bebê que choraminga logo após nascer e encontrar os braços acolhedores da mãe.

Ela gostava daquela sensação.

---- Eles estão muito próximos e parecem conectados...

Comentou quebrando o silêncio que havia entre ela e sua companheira rabugenta, como a mesma denominou na caverna.

---- Eles estão se beijando, bobinha! Claro que estariam conectados... E ham... Isso é bom.

Angel sabia o quão inocente Lady Girassol poderia ser em alguns momentos mesmo a Lobinha sendo a guardiã deles e detentora de poderes celestiais tão importantes.

---- Isso é beijar? ---- Seus grandes olhos brilhavam como um diamante raro e especial.

---- Sim, Girassol, isso é beijar! ---- Amarrou o cabelo em um coque frouxo enquanto a fitava com divertimento.

---- Hummm... é muito intrigante de fato. Eles pararam e ... ---- arregalou os olhos olhando de volta para a mulher a sua frente. Os dois trolls riam baixinho. ---- Espera! De novo!?

Os dois jovens se olharam surpresos e entorpecidos pelas sensações novas que gritavam em seus peitos acelerados, e tomados por um desejo doce e o tocar macio de seus lábios voltaram a se beijar agarrando-se um no outro como se um fosse o melhor refúgio do outro e nada mais tivesse importância.

Os peixes saltitantes nos arredores pareciam festejar tal acontecimento, assim como as aves que assobiavam alvoroçadas e agitadas.

Um par de ursos, um de elefantes, outro de unicórnios e por fim um de de gatos selvagens, os olhavam encantados parecendo também achar mais que certo a união que acontecia ali.

Na mente de Angel, uma felicidade genuína a abraçou e ela aceitou de bom grado entrando na cabana e pegando a sua tão preciosa caneta de escrever, dizendo as palavras certas, o livro que carregava consigo escondido e diminuído com um feitiço em seu anel se mostrou.

Ela o pegou entrando dentro do pequeno quarto que dormia com Karol e começou a escrever o que aconteceu diante de seus olhos, um vislumbre passando e transmitindo boas vibrações ao tocar da caneta na folha antes em branco que agora ganhará vida e significado.

Os demais ficaram porta fora observando o novo casal que se formava, apesar de seus corações não quererem e de certa forma não vão, admitir o que muitos já sabem.

Que se gostam mais do que serão capazes de admitir para se próprios em uma declaração sincera e verdadeira.

Eles saíram da água, encharcados de emoções mais do que o molhar de seus corpos arrepiados conseguiam falar.

Ambos suspirando, ofegantes e o órgão pulsante quase pulando ao cavalgar de suas almas se chocando e acomodando além desta vida e desta história.

Envergonhados, sem saber o que dizer sem que soasse mais embaraçoso, sentaram no chão agitando as roupas e fechando os lados. Os dedos se esbarrando até que suas mãos se tocam e um largo sorriso destoou nos rostos deles.

Não sabiam o que dizer. Só queria ficar ali sentindo o choque e surpresa os inundando alegremente, possuindo suas essências como imãs inquebráveis que antes eram distantes por causa de suas realidades diferentes e muito longe dónde estavam.

---- Gosto da cor dos teus olhos. ----
Abaixou a cabeça a garota incomodada, e agora de olhos abertos.

Uma brisa refrescante ousou bater contra suas faces ainda molhadas.

---- São só verdes. Nada especial. ---- Fechou ambos, os batimentos rápidos, a mão contra o peito sentindo a intensidade das batidas. ----  Prefiro os seus que vai de um caramelo a um intenso castanho escuro. ---- Declarou com uma sinceridade que nem mesmo sabendo de onde vinha.

Ninguém nunca o fez sentir assim e jamais elogiaram o mesmo sem ser por seus roubos e saques.

Ele retomou a fala, sorrindo mais pelo ato de afeto repentino.

Segundos atrás ela quase o esganou com as palavras e todavia, o elogiava agora.

Realmente era complicado entendê-la, mas correria o risco.

— Gosto dos teus olhos e do que vejo além deles. — Aproximou-se, Ruggero ousou tocar a pele dela, a maçã do rosto. Pouco dando importância para o certo ou errado, apenas necessitava tocar nela. — Eles são tão intensamente verdes e como o teu olhar fica mais belo ainda contra a luz solar. Ame-os, pois refletem a pureza da tua linda alma, carinho.

As bochechas rosadas de Karol eram uma demonstração de como aquelas palavras tocaram seu coração, e não só ele como também sua aura que sorriu por inteira.

Ela então também o tocou, encaixando suas mãos e sentindo a força do arrepio percorrer seus almas,  ventilando a poeira e dado lugar a um novo jardim que floresceria a cada passo e batida de seus corações.

Parecia um sonho tão maravilhoso que a deixava desnorteada, inebriada de paixão. Uma paixão nunca antes sentida, bastava que se desce conta antes que fosse tarde para mudar o destino que os aguardava.

Um abraço, minhas luzes!

Me digam seus corações sentiram os impactos acelerados também ou foi somente o meu?

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