Capítulo Trinta e três?

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Ruggero se perguntou porque depois de saber e estar pronto para viver aquele sentimento que muitos anseiam e nem sempre encontram, não pôde vive-lo por tanto tempo quanto gostaria. Agora um universo, uma realidade diferente separou ele da pessoa amada, justamente quando iria confessar seus mais profundos sentimentos, dizer que a amava parecia pouco para tudo que o ladrão poderia demonstrar para a jovem leitora, no entanto, valeria muito, já que era raro ouvir de sua boca tais palavras.

Certamente significava mais do que seria capaz de admitir.

Um barulho fora ouvido assim que mais lágrimas foram rolando por sua face bronzeada.

Alguém o observava aguardando o momento certo para se mostrar.

---- Irmãozinho, finalmente posso falar contigo. Está mais velho ou é impressão minha, parece pálido.

Luna Pasquarelli exalando uma postura e gestos de uma verdadeira aura feminina com charme invejável, apeoximou-se do jovem que limpava as lágrimas esfregando os olhos rápido demais temendo que ela e mais alguém visse o quão desesperado se encontrava o seu coração e a expressão em seu olhar.

Queria um abraço, um ombro no qual se apoiar, pedir por isso a alguém pode-se dizer ser outra questão não levantada, somente pensada.

---- L-luna?----  Descrente, o moreno a fitou sem saber qual reação expressar. ---- O que faz aqui? Onde estão nossos pais, vieram com você? Saudades!

A encaracolada suspirou quase revirando os olhos cor de mel.

---- Sim, sou eu. Também senti saudades suas, seu idiota! ---- O abraçou forte, sorridente por vê-lo. ---- E vim porque queria saber o quê de importante você via se aventurando sozinho e olha, foi até divertido fazê-lo. Estive em muitos lugares, alguns medíocres... Outras interessantes. Sabia que me propuseram em casamento algumas vezes? O povo é muito emocionado! ----- Jogou as mãos no ar, achava ridículo a carência alheia para com ela. ---- Sem contar que estou prometida ao príncipe desse reino... Ops! Não era pra falar assim, mas é que mamãe e papai não poderão vir e me mandaram vigiar você, aproveitei para me divertir, sabe!? Foi até bom! Você saiu do castelo, conhece meu futuro marido? Não que a gente vá de fato se casar, acredito que não. Não gosto dele, ele não pode ser iludido também. Assim espero! E aí, você está bem?

A caixinha que houvera roubado do porão do real estava em suas mãos, isso o rapaz ainda não havia notado. Talvez estivesse descuidado demais e certamente era compreensível.

---- O que quis dizer com "estou prometida ao príncipe desse reino "?!

---- Foi só isso que ouviu, Ruggero? Ave Maria, homem! Já disse que não vai rolar, era um plano do rei de ursos do amanhecer. ----- O rapaz se afastou para fitar melhor o rosto da irmã e compreender suas palavras. ----- Nossos pais combinaram uma aliança com eles para que eu me casasse com o príncipe Matteo e assim eles pudessem engana-lo e a gente ficaria com metade das coisas valiosas e o rei estaria no comando de mais um reino e blá, blá, blá.  Eu fugi com a ajuda de nossos pais, eles voltaram a si ao perceber que iriam fazer e bom... Também sei como persuadir alguém. Afinal, somos uma família de ladrões, apenas não temos um título oficial. Acho que deveríamos ter, todavia.

----- Porra! Logo eles pensaram que uma aliança com aquele rei estúpido daria certo e em algo próspero? O que os levou a pensar tal absurdo? Acaso aconteceu algo que não está me mantendo a par, cara irmã?!

----- Oh, não! Jamais esconderia algo de você! Bom... Hum... Ahn... Não por muito tempo.

Mordeu a língua, divertida e feliz.

----- Tá. Vais ficar por aqui ou... Espere! Se fugiu, então isso quer dizer que o lunático chamado Alfredino está atrás de você e por suposto, também de mim?!

Ela apenas concordou dando de ombros, nenhuma preocupação se via nas suas feições.

----- Droga, Luna Pasquarelli Rupert!

Puxou os fios dos cabelos, o acabou lhe ocasionando uma dor de cabeça.

----- Está muito bravo? Lhe garanto que posso me virar. Sabe que nossos coroas também, eles são espertos. Fora isso, por quê se lamuriava aqui sozinho?

----- Sei que sim. Isso nunca foi uma dúvida, mas espero que o otário fique quieto e sem causar problemas para a família e os monarcas desse lugar. Por favor, mantenha-se fora de problemas, Luna!

------ Está certo, camarada!---- fez continência com a mão esquerda enquanto segurava a caixinha, agora vista por seu irmão na outra mão. ----  Ainda espero que me digas o porque de chorar!

----  Estou falando sério! ----- Ela dessa vez revirou os olhos e dizendo que não era uma gatinha indefesa. Uma gata com certeza era. ----- Você vai ficar comigo até saber para onde é teu próximo destino. E o choro... Alguém por quem nutri os sentimentos mais profundos e ousados desapareceu como se não fossemos feitos para ficarmos juntos.

----- Não posso acreditar! Você se apaixonou! ----- Apontou dando pulinhos e o abraçando de lado, logo após apertar suas bochechas e receber um tapa. ---- Oush. ----- Alisou a mão. ----- Uou! Isso é tão grave e emocionante, ainda mais vindo de alguém que nunca, nunca mesmo,  pensou nessa possibilidade.

----- Sim, garota gatuna! Estou amando lindamente alguém que infelizmente se foi e fiquei sem a certeza de que um dia voltará.

----- Ou! É muito complexo, ela é da realeza? Ah, espere, posso adivinhar. É casada e você é um descarado destruidor de casamentos e comedor de casadas?! Garoto, te orienta!

----- Claramente estás louca! Ela é de outro lugar, um pouco distante desse e se foi sem ouvir...

---- Ah, lamentável, jovem! Sem ouvir oqu... Ooooouuuuuuuu. Você ia confessar que a amava?! Acho que estou em outra realidade e trocaram meu irmão por um cavalheiro bonzinho e que suspira com uma flor na boca embaixo da janela de uma donzela indefesa. ----- Sentou-se no chão encarando os duendes que riam entretidos. ----- Eles são barulhentos. Ah, não, Ruggero! Que lamentável! Diga-me que estou equivocada, por Deus.

----- Já disse que estás louca! Vou te explicar e você somente ouve, assim as coisas ficaram claras. Será que posso, vossa tagarelice? E quero que me explique onde pegou essa caixinha, parece que sei. Mas quero ouvir de você, e irá devolvê-la!

----- Argh, que chato! ----- Bufou esperando. Seus rostos foram banhados pelo frescor do vento, a tarde parecia mais fresca que o normal, o que se tornou bom para eles e os demais que quisessem aproveitar.

---- Não me olhe assim, vai devolver para o dono e ponto! ---- Ele sentou-se também na grama, retirando antes a espada da cintura.

---- Tanto faz, diga logo.

Pasquarelli explicou em detalhes tudo o que aconteceu e como seus suspiros eram certos a cada palavra dita, chegando a causar mais estranheza na menor que lhe fitava entusiasmada.

Cinco dias depois em Klarinor...

Até breve 🌹

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