Capítulo Trinta e sete ✔️

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Em guerra contra si mesmo, em guerra contra as adversidades, contra o futuro que sequer sabemos se acontecerá e se estaremos aqui para presencia-lo. Nos segundos que se passaram, Lady e a leitora só queriam uma única coisa, deitar num colo acolhedor e dormir por dias sem pensar em nada, sem medos, sem dúvidas, sem sentir frio e solidão.

Karol pegou o capuz na mochila que trazia consigo e tirou de dentro um punhal, usando para abrir os fechos da cerca de arame farpado, ela abriu entrando no lugar cercado por cabanas estranhas e algumas luzes piscantes. Ao ver que alguém se aproximava se escondeu atrás de uma porta de madeira do lado da cabana onde estava a loba.

Lady ouviu um chamado do outro lado da parede, a voz conhecida por ela lhe causando um alívio bom. O estranho para a guardiã era como seria possível que fosse verdade, se seus protegidos ficaram no reino dentro do livro. Aquilo nenhum sentido fazia em sua mente.

----- Lady! Está aí, querida? É a Karol. A esquisita de meias e sandálias de tirinhas. Vou te tirar daí!

Um sorriso sincero cresceu na face da Lobinha que estava dentro de uma grade que mais parecia uma gaiola gigante com água e alguns ratos para sua alimentação. Ela não comia essas coisas, antes não comia nada, aliás, já que era desnecessário. Mas depois de dias em sua nova forma viu que precisava, e Lady gostou de leguminosas, preferiu por frutas e legumes frescos para se alimentar do que a carne de outras espécies de animais. Achava um tanto nojento e cruel com os bichinhos comê-los.

----- Karol, como chegou aqui? ---- Indagou confusa. Sevilla esperou, sabia que seu raciocínio era rápido então logo ela entenderia. ---- Ah, céus! Você abriu o portal, conseguiu voltar pra casa. Aliás que casa! Seu mundo é muito estranho e barulho. As pessoas parecem ser loucas e muita pegajosas. Será pode me levar e depois se quiser pode voltar pra cá. Posso te ajudar de longe, a Angelica dará um jeito, assim que acharmos a tinta de escrever. Sabia que ela pode fazer uma novo animal como eu era?! Eu ia achar legal, somente sou incapaz de pedi-lhe isso. Sei que se o fizesse, ela o faria.

Enquanto falava, Karol descobrir onde ficava o botão da parede que continha a porta secreta, assim podendo abri-la com o cartão que roubou do pai adotivo. Ele trabalhava com zoológicos e assuntos de animais em extinção. Ela não dava a mínima se aquele cartão faria falta pro homem, precisava e faria o que fosse para sair das garras daqueles dois.

----- Sim, sim. E Lady, nós vamos voltar juntas! Meu lugar nunca foi aqui e eu não quero mais ficar. A gente vai sair daqui e vamos até a biblioteca onde o livro estará, daí pegamos o livro e vamos pra um lugar seguro. Depois abrimos o portal em segurança e voltamos pra sempre, vou levar livro conosco. Venha, a nossa liberdade está em risco.

Pondo novamente a mochila nas costas e saindo, Karol resmungou um palavrão baixo assim que viu Lady Girassol sair e uma sirene alta tocar, o barulho era horrível e luzes vermelhas piscavam as deixando desnorteadas.

Por pouco elas conseguiram sair pela passagem aberta por Karol e então se puseram a correr, pois o alarme se tornou mais irritante e parecia que estavam no encalço dela.

---- Karol, acho que seria mais rápido se subisse nas minhas costas. Eles estão vindo e se chegarem perto, vão usar aquele negócio estranho que brilha e faz eletricidade. Eu os vi usando em outros animais que se agitavam nas outras grades. A gente podia ajudá-los também? Eles são tão inocentes quanto eu, isso é tão errado.

Os apitos foram ouvidos, elas saíram e a leitora fez o que foi pedido, subiu nas costas macias da loba indo para direção oposta de onde deveriam.

----- Vamos deixar um aviso com uma conhecida que cuida dos direitos dos animais. Ela e sua equipe saberão o que fazer, não se preocupe. Eles são de confiança! E qualquer coisa a gente pode ficar de olho. Vira ali, é na esquina da rua vinte e três. ----- Piscou segurando firme no pêlo da loba que correu para a direção certa em que foi indicada. ----- Aliás, achei uma coisa pra você, é uma ursinha, foi a única coisa boa que me restou daqueles que se diziam meus pais e que sei que vale a pena usar ou doar para quem merece. Eu a chamo de Love, o que acha?! Pode mudar se quiser.

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