Estava caído no chão, de frente com a porta e com 3 três pessoas em cima de mim, Marcos estava em pé do meu lado esquerdo ao lado de alguma garota que ele nunca viu na vida, provavelmente estavam caçando algum quarto escuro para alguma coisa que eu não quero saber, enquanto Diego, Luna e Hugo tentavam se levantar depois de se jogarem em mim:
- O que caralhos vocês estão fazendo aqui?
- Bom... Eu fiquei preocupado depois da cena na sala – Disse Luna, quase morrendo de vergonha e toda envermelhada, ela ainda estava bem bêbada então tudo que ela falasse era questionável.
- Eu estava caçando um lugar pra ficar... a sós, não é... érrr...
- Você queria ficar comigo sem nem saber meu nome? Tenha paciência viu
E a mulher que estava com o Marcos foi embora, o deixando com uma cara de palhaço na frente de todo mundo.
- Eu fui procurar você porque te perdi de vista, você sumiu por duas horas sem ninguém te ver.
- Espera, duas horas? Quer dizer que eu to nesse quarto à duas horas?
- Pera, você não estava? – Completou Marcos, enquanto todos estavam olhando para mim com um olhar de dúvida e desconfiança.
- Bom, pra mim eu entrei aqui faz apenas 10 minutos, não é possível que...
Enquanto falava, puxava meu celular para ver a hora e, sem entender o motivo já eram 2 da manhã, se eu demorasse mais minha mãe chegaria primeiro que eu e nunca mais eu sairia de casa.
- Como... QUE PORRA EU NÃO AGUENTO MAIS!!
Depois de soltar um grito que a casa inteira deve ter escutado, lembrei que a minha última aparição foi sair correndo igual uma criança, e agora eu iria fazer isso de novo. Empurrei todos ali na sala pra sair correndo, não estava com cabeça pra explicar pra ninguém o que acabara de acontecer, só desci as escadas correndo antes que alguém percebesse que quem gritou foi eu, sai pela porta da frente, tinha gente se pegando em todo canto, gente vomitando na minha direita e uma pilha de lixo na esquerda, continuei correndo sem olhar pra trás, não queria ver o rosto de ninguém lá dentro, eu estava enlouquecendo e ninguém entenderia. Foi então que, ao virar a esquina, vi ao longe, o ônibus virando a última esquerda, e ali se fora a minha ida pra casa, minhas futuras festas, saídas, tudo... Se não fosse por Diego, que aparece do meu lado com a sua moto do nada.
- Ué Di... você veio de moto?
- Um amigo meu pediu emprestada, e veio me devolver aqui, agora sobe ai, te dou carona até em casa.
- Já to abusando demais dessa moto...
- Relaxa, eu conheço sua mãe, sei que ela vai te matar se descobrir que chegou tarde, mas depois vai me contar o que aconteceu pra você surtar desse jeito.
- É complicado Di...
- Foda-se, você sabe que eu to contigo pra tudo não é? Desde sempre a gente se ajudou, não vamos mudar isso agora.
Aquilo foi um balde de água fria em cima de mim, não é possível que depois de tanto tempo com a nossa amizade, eu estaria duvidando dos meus amigos, eu nem sequer cogitei em contar pra eles, só julguei... aquilo só me deixou pior ainda, era como se eu estivesse retrocedendo, me tornando um adolescente mimado, aquilo que eu odiava quando era menor.
- Foi mal cara, não to com cabeça hoje, a gente pode conversar amanhã?
- No seu tempo irmão.
E fomos, atravessando a cidade de moto na madrugada, ele acelerava aquilo mais do que o normal, parece que alguma coisa aconteceu com ele naquela festa também, os sinaleiros vermelhos foram ficando pra trás e a fumaça do pneu aumentava, estava começando a ficar com medo de bater em alguma coisa mas nem daria tempo, já estávamos virando a rua de casa e a viagem que demora 30 minutos de ônibus, não demorou mais do que cinco.
Desci da moto e, com um simples aperto de mão me despedi de Diego, agora vendo somente suas costas e a fumaça do pneu, entrei pra dentro de casa correndo e tomei o banho mais rápido da minha vida.
Depois de entrar no meu quarto, escuto a porta abrindo, não poderia dormir em dois minutos para enganar minha mãe, e além de estar mal, a única ideia que tive era de descer. Corri as escadas de casa mais rápido do que nunca, por algum motivo um aperto no meu coração me deixava aflito, e esse aperto era aquilo que eu mais temia, por que diante da porta, estava a minha mãe e...
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Projeto Éden
FantasíaO projeto surgiu como uma história fantasiosa que eu criei pegando de inspirações várias obras que acompanhei ao longo do meu crescimento... "Você provavelmente já deve ter sentido aquela vontade de sair por ai correndo como se nada importasse, pens...