14. Claustrofobia

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Eu aceitei sem pensar duas vezes. Ser detetive era o meu sonho e eu finalmente tinha essa oportunidade na minha frente!

Tudo bem que no final das contas eu não fazia ideia de como isso salvaria eu e meu irmão dos Vindicta, e também não confiava muito em qualquer atitude que a agência tomasse depois de ver que eles realmente não sabiam o que fazer!

Mas bem, imaginava que me tornando detetive eu seria mais apta a enfrentar a situação. Agora eu tinha um pouco mais de poder em mãos, talvez conseguisse fazer algo. Talvez eu conseguisse salvar as pessoas ao meu redor.

No entanto, eu sabia que era muito difícil disso acontecer, ainda mais sendo que eu acabei de entrar na agência e tenho pouco conhecimento. Mas a esperança é a última que morre né?

Eu havia questionado Frank e meu irmão várias vezes do por que eu não poderia simplesmente parar de ir a escola (assim evitava que eu e mais as outras pessoas de lá se ferissem). Mas de acordo com eles, eu me tornaria um alvo mais fácil ainda, já que eu ficaria sempre em casa e poderiam me encontrar lá a qualquer momento; além do mais por burocracia, eles são proibidos de contratar menores de idade que não estão estudando (mesmo estando separados do governo, eles ainda tem regras a seguir).

Quando eu e meu irmão voltamos para casa, já era de noite. Foi um caminho silencioso na maior parte do tempo. Eu acho que já havia dito que ele era frio em relação ao trabalho e não deixava isso afetar sua vida pessoal; devia ser difícil pra ele assumir essa postura quando um caso está diretamente ligado a nós dois.

Eu podia notar sua preocupação pelo seu modo de agir incomum. Bem, isso ficou mais claro ainda quando em certo momento ele falou:

— Mana...

— Eu?

— Independente da onde eu esteja vou cuidar de você, ok?

Suspirei e me encostei-me ao vidro da janela.

— Eu sei...

Não dormi muito bem aquela noite. Eram muitas informações para aderir de uma vez só. Acordei um caco, mas ainda fui para a escola já que a agência me garantia proteção lá dentro (mesmo que eu ainda achasse isso meio burro). No fim das contas eu não tinha muitas escolhas...

Castiel havia faltado. Não me preocupei tanto com isso, afinal Lysandre já havia me alertado que isso era bem comum e que nessas duas últimas semanas ele só não faltou por minha causa.

O platinado reparou na minha quietude, mas rapidamente entendeu meu gesto de que não era um assunto para ser discutido na escola. Afinal, somente ele e o Castiel sabiam sobre o negócio de ser detetive; para os demais eu nem ao menos fazia ideia de que profissão eu queria!

E ele não perguntou mais nada enquanto estávamos na escola, graças a Deus. O único que veio falar comigo foi o Quentin:

— Hey... Você parece meio preocupada.

— Um pouquinho sim. Mas eu tô bem, obrigada por vir perguntar.

— Sabe Bianca, Fiquei feliz de te reencontrar aqui. — Ele passou a mão pelos cabelos — Não me entenda mal, não tô falando isso pra te fazer se sentir melhor ou com segundas intenções. Mas você era a minha única amiga na Rivers e a única pessoa que não fazia bullying comigo... Mesmo eu sendo um pouco grudento.

— Tudo bem, Kentin. Eu também fiquei feliz de te ver. Ainda mais agora que você parece ter mais autoconfiante! — Eu sorri e ele retribuiu.

— Valeu... Aí, qualquer coisa que precisar pode me chamar, ok?

— Claro!

Lysandre nem tinha percebido o Kentin indo embora, continuava sentado do meu lado escrevendo. Ele ainda estava trabalhando numa música que começou a escrever e ás vezes cantarolava ao meu lado.

O Mistério Do Seu SorrisoOnde histórias criam vida. Descubra agora