10. Educação física (parte 1)

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Passei o domingo treinando Muay Thai sozinha e estudando teclado. Meu irmão não havia voltado da missão, então eu resolvi adiantar algumas coisas que estavam pendentes, como por exemplo meus estudos.

Mesmo que muitas coisas que eu esteja aprendendo agora no colégio eu não vá usar futuramente, todo conhecimento é bem-vindo; ainda mais quando você quer se tornar uma detetive!

Entre as sessões de porradaria contra o saco de pancadas que eu tinha no quintal, o estudo sobre a radiação para a aula de biologia e a suavidade das notas de teclado, eu me perguntava se eu realmente estava me preparando corretamente para o futuro. Se eu conseguiria me tornar uma detetive renomada um dia (mesmo que ter um irmão já atuando no ramo fosse uma grande mão na roda). O por que eu ficava tão insegura lutando corpo a corpo mesmo tendo um prajied vermelho? Se eu conseguisse ser uma detetive, eu conseguiria me dar bem na profissão? E bem, as vezes eu pensava sobre o que aconteceu no shopping também.

Fiquei bem chateada por não ter conseguido o autógrafo. Eu imagino que o Nathaniel também, afinal era uma oportunidade única! No fim, nós dois ficamos sem ele. Não contei a ninguém sobre o ocorrido, não havia necessidade (ainda mais para o Castiel, que já não gosta do loiro!).

Na televisão passavam-se as mesmas notícias de sempre: os policiais suspeitam que a invasão nas escolas esteja ocorrendo não por uma pessoa sozinha, mas sim por um grupo organizado. Ainda não sabem o motivo dos ataques, mas as aulas continuaram.

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Na segunda eu estava de volta a escola. Antes de sairmos para o intervalo, o professor Faraize, de história, avisou:

⸺ Vocês terão aula de educação física com o Boris hoje; se alimentem bem para não passarem mal.

Ok, isso vai ser divertido pelo menos. O professor foi o primeiro a sair da sala (de acordo com ele, os corredores tinham muito movimento na hora do intervalo e por isso ele saia dois minutos antes). Nesses dois minutos, a sala virava a própria casa da mãe Joana!

Assim que a classe ficou sem supervisão, virei-me na direção do Castiel e do Lysandre. Não apenas nos, como todos na sala começaram a conversar com a sua panelinha. E a Ambre não ficou de fora, o trio de patricinhas começou imediatamente a fofocar. Coisa q eu não teria me importado tanto se elas não fizessem isso enquanto me encaravam e davam risadinhas.

Tentei convencer a mim mesma de que aquilo era o que os psicólogos chama de "plateia imaginária", de que não era comigo e eu só pensava assim por causa do que eles me fizeram. Tentei ao máximo não ligar para aquilo.

Voltei-me na direção dos meus amigos e perguntei:

⸺ Como foi o final de semana com seus pais, Lysandre?

⸺ Obrigado por perguntar. Foi bem tranquilo, como sempre. Eu e meu irmão ajudamos nossos pais em algumas tarefas da fazenda. Teria sido mais entediante, mas felizmente lá há vários animais e eles são divertidos.

⸺ Que bom! ⸺ Sorri. ⸺ E seus pais? Estão bem? Seu pai melhorou?

⸺ Sim, sim! Felizmente era só uma gripe. fiquei bastante preocupado com ele, mas ele já está melhor.

⸺ Fico feliz em ouvir isso! ⸺ Sorri.

⸺ E você, Castiel? Como foi a entrevista de emprego? ⸺ perguntou o platinado.

⸺ Uma merda. ⸺ anunciou o ruivo com um suspiro. ⸺ O chefe era um grande idiota; gritava com os funcionários quando pensava que eu não estava ouvindo. Além do mais, o salário é uma miséria! E o local de trabalho era horrível!

O Mistério Do Seu SorrisoOnde histórias criam vida. Descubra agora