15. Um anjo com cicatrizes

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Atenção! Esse capitulo começa a abordar sobre violência doméstica. Se vc sofre ou conhece alguém que passa por isso, não se cale! Ligue para 100 ou 180!!!

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Como era possível? Todos já deveriam ter saído! Talvez aquele lugar pequeno e apavorante me fizesse ter alucinações.

Eu mal conseguia respirar lá dentro, suava frio, tremia e lutava contra a sensação de ser esmagada a cada segundo mais.

É isso! Tudo deveria ser uma alucinação, e no final eu estou aqui sozinha.

Quero sair, mas fraca de mais para gritar.

A escuridão começou na sumir quando senti leves toques na minha bochecha:

— Bianca, acorda! Olha pra mim!

Eu conhecia essa voz... Não era tão melodioso quanto á do Lysandre, mas tão boa de ouvir quanto á dele. Talvez um anjo... Não tenho certeza. Anjos tem vozes doces, não e mesmo? E aquele é do tipo de voz que poderia facilmente me guiar até o céu.

Senti ele havia me tirado da escuridão esmagadora do armário. Eu já conseguia sentir que eu agora estava deitada num lugar reto.

— Abre os olhos, por favor! — O anjo parecia preocupado.

Forcei minhas pálpebras a se moverem, mas a luz forte que tinha de cima me cegou e eu voltei a fecha-los. No entanto, tentei abri-los novamente bem de vagar para me acostumar com a luz. Eu mantinha o olhar para baixo, evitando encarar uma luminosidade muito alta. E com isso me deparei um torso seminu.

A pessoa a minha frente estava sem camisa, e talvez não tivesse sido uma alucinação, pois ele estava coberto de hematomas. Subi novamente o olhar para tentar identificar o rosto da pessoa que havia me tirado dali, mas antes que eu pudesse encara-lo; minha visão escureceu de novo.

— Vou mandar uma mensagem pra Melody, pedido pra ela trazer a enfermeira.

Melody? Por que um anjo iria querer falar com a Melody?!

Obriguei-me novamente a abrir os olhos e finalmente reconheço o Nathaniel sentado no chão ao meu lado digitando rapidamente no seu celular sem camisa.

O problema não foi tanto ele ser a pessoa que eu estava chamando de anjo o tempo todo por estar sem camisa, mas sim foi quando eu vi suas costas. Enormes marcas roxas estavam espalhadas por ali, pareciam ser sensíveis.

Quando parou de digitar e olhou para mim, viu que eu estava o encarando e esticou rapidamente o braço para pegar a sua blusa e se vestir com ela, cobrindo novamente seus machucados.

Porque ele tinha essas marcas? O que eram? Ainda não estava consciente o suficiente para conseguir pensar nisso isso.

— Como você foi parar lá?

— A Ambre me colocou... — eu disse com todas as forças que eu tinha.

— Essa garota... — ele trincou o maxilar.

A enfermeira chegou, e com dificuldade fui levada para a enfermeira já que ainda não tinha força nas pernas.

Quando chegamos, fui deitada numa maca que havia ali no canto.

— O senhor já pode ir embora. — disse ela para Nathaniel.

— Não, eu vou ficar com ela.

Eles começaram uma pequena discussão. Aquilo além de entediante não me ajudava em nada, apenas aumentou minha enxaqueca!

O Mistério Do Seu SorrisoOnde histórias criam vida. Descubra agora