Bônus: O perfume de seu sangue

92 9 1
                                    

O castelo estava lotado de pessoas. Em sua maioria nobres; convidados de elite amigos ou parentes do rei Ainsworth. Todos vestidos de forma extravagante para o baile que a família real organizará.

Um desses convidados, era o Barão e a Baronesa Carello, acompanhados de seus filhos: o baronete Nathaniel, e sua irmã, a baronetesa Ambre. Eles faziam parte da baixa nobreza. Seu feudo pequeno não tinha tanta importância assim para o reino, o rei apenas os conhecia por insistência do Barão, de nome Francis.

Nathaniel se sentia desconfortável ali, seus sapatos machucavam seus pés, seu sorriso falso já não estava enganando mais ao seu pai e aos que cumprimentava, e qualquer deslize que cometesse resultaria em sua punição mais tarde. Festas eram um saco! Ele odiava com todas as suas forças estar junto ao seu pai em eventos sociais.

O Barão, aproximando-se do trono real, curvou-se para o rei e a rainha; George II e Josiane III. Ao lado deles, estava vossa alteza, o principe Lysandre Ainsworth.

- Majestade... Em meu feudo, apesar de pequeno, progrediu na caça. Já matamos todas as bruxas e vampiros...

- Barão! - Interrompeu o príncipe Lysandre. - Hoje é um dia de festa, por obséquio, não atormente a mim e aos meus pais com assuntos de morte.

- Mas vossa Alteza, eliminar os servos do demônio em nosso reino é...

- Eu disse para encerrar esse assunto! - Ordenou, e com isso o Barão retirou-se.

Nathaniel tremeu ao ver a fúria de seu pai, a vergonha gerada em consequência de suas falas em momento inoportuno. Ele e sua família curvaram-se para a realeza, e acompanharam o Barão. De repente, não queria que aquela festa acabasse, por mais frustante fosse.

Mal sabiam os convidados, que o Príncipe abominava a caça mais do que qualquer outra coisa. Principalmente por causa de Bianca, sua melhor amiga, e uma vampira.

- Ah! Que cara mais inconveniente! - Suspirou a mulher no andar de cima do salão, nas escadarias.

- O que ele disse? - Castiel, um dos guardas reais, e o melhor amigo do principe e da vampira, perguntou.

Como vampira, a mulher tinha uma ótima audição, o que apenas alimentava a vontade de fofoca do cavalheiro.

- O Barão Carello está convencido de que agradará ao rei e ao nosso amigo se vangloriando das mortes contra minha especie. Que imbecil!

- Carello... Não gosto deles. Já briguei com o baronete. E o Lysandre, pediu para que ficassemos de olhos no barão. Ele suspeita de que haja algo estranho com ele...

- O Barão tem um sangue com cheiro estranho... Parece... Podre! Vamos tomar cuidado com ele! Agora se me dá licença, meu querido amigo, está dama precisa dançar e aproveitar a noite!

Ela piscou para o cavalheiro ruivo e desceu as escadas lentamente. Aos olhos humanos, era tão graciosa que parecia flutuar sobre as nuvens, sendo carregada pelos anjos.

Bianca recebia olhares de todos daquele castelo. Era o único lugar aonde se sentia segura para receber tanta atenção assim. Sabia que lá fora, sua presença, por mais discreta que fosse, causaria em uma fogueira.

Do outro lado do salão, em um canto mais afastado, o Barão reclamava:

- Foram 700 mortes! 700 bruxas e vampiros mortos em dois meses! 50 por minhas próprias mãos. E o principe não reconhece meus feitos.

A baronesa, tentava acalmar o marido:

- Talvez eles queira cuidar disso mais tarde, ou em sigilo.

- Calada mulher! - Virando-se para o filho, repreendeu-o: - Seu inúti, covarde! Você sempre se recusou a segurar uma espada e ir a batalha! Nunca teve coragem de lutar se juntar a caça e recusou todas as vezes que eu o chamei! - Nathaniel ouvia tudo em silêncio. Assim como Bianca, que estava paralisada no meio do salão ao escutar aquilo.

O Mistério Do Seu SorrisoOnde histórias criam vida. Descubra agora