SERIAL KELLER- SARIETTE/ INTERSEXUAL

Ameaça

Juliette

Eu pensava que o dia já tinha acabado pra mim, afinal, eu havia virado e o dia havia sido terrível, cheio de emoções e adrenalinas que eu não desejo ninguém passar. Eu só queria deitar e dormir abraçada com o meu moranguinho, nós estávamos precisando.

Mas, assim que tudo parecia calmo, ouvi sons no meu jardim e isso não é um bom sinal, porque não espero por ninguém. A carlinha está fora por motivos de trabalho e quem que iria vir aqui, tarde desse jeito? Quem ficaria andando pelo meu jardim, ao invés de bater na minha porta ou tocar ma campainha lá fora? Só quero minha filha em segurança, mas, esse som parece ainda mais perto.

A minha ligação com a Luz é absurda, ela sente tudo e eu juro, ela estava dormindo, mas, só foi senti meu medo, que ela acordou e agarrou o meu pescoço.

-Ô minha pequena, fica em silêncio tá? Não chora, não grita. Mamãe promete que seja quem for, vai colocar pra correr.

Abracei minha filha com tanta força, que senti ela suspirar e por um segundo, eu suspirei junto, esquecendo toda tensão que estou sentindo. Mas, durou pouco, porque ouvi a janela da minha sala se quebrando. Então, eu não poderia ficar de mãos atadas, precisava proteger a minha filha e em frações de segundos, corri e cinsegui trancar minha porta do quarto. Tranquei as janelas e cobri todas com a cortina. Seja lá quem for, se precisar, eu luto.

Peguei luz no meu braço, peguei meu celular e já estava me preparando pra o que fosse. Mas, tudo ficou em silêncio. Péssimo sinal, porque isso significa que quem estiver aqui, é esperto o suficiente, pra saber que eu estou aqui e está esperando um descuido meu, pra me atacar. E eu preciso me preparar, mas, precisp preparar a Luz. Ela não fala, mas, ela grita e chora e isso, sem dúvidas, pode nos atrapalhar.

-Olha bem nos meus olhos minha mocinha. Sei que você vai ajudar a mamãe nessa e eu confio em você, eu sei que você entende o que eu falo e que confia em mim. Por isso, fica bem quietinha filha. Não chora, não grita, não saia do braço da mamãe. Eu te prometi e vou cumprir. Nós vamos ficar bem e vou te proteger. Ninguém protegeu a mamãe quando precisei, mas, eu te protejo filha. Você não tem noção da força que eu posso ter, só pra te proteger, minha menina.

Eu falava sussurrando pra Luz, precisava passar calma e segurança pra ela e eu precisava falar essas palavras pra ela, poraue assim, eu me mandava força e criava coragem. Precisava dessa afirmação e de que eu acreditasse em mim mesma. Quem quer que seja, pode me fazer o mal que for, mas, se ousar tocar na Luz, eu sou capaz de me transformar e virar bicho se precisar.

Foi tudo muito rápido e foi como eu previa. A pessoa só esperou um deslize meu, pra atacar. Mas, meu instinto de proteção falou ainda mais rápido. Como aqui em casa só moramos eu, a Luz e a Carlinha, por medidas de segurança, fizemos um armário falso, que pode ser confundido com a parede, mas, por dentro tem um trinco e serve como um esconderijo. Nós nunca precisamos usar antes e na verdade, colocávamos roupas que iríamos doar, mas, essa é a primeira vez que precisaríamos. No relance do instinto e pura intuição, só peguei meu celular e agarrei a Luz, correndo para esse armário para nos proteger e acredito eu, que ele não nos viu entrando aqui.

Aqui é escuro e quente e eu espero que todo esse pesadelo não demore, porque é sufocante pra mim, quem dirá pra Luz. Imagina os meus nervos. Ter que lhe dar com o meu medo, meu nervosismo e com a minba obrigação de mãe, em passar calma e coragem pra minha filha. Como passar algo que de fato não estou sentindo?. Só vivendo no automático, que você é capaz de disfarçar suas emoções. Experimenta ter que se fingir de forte, quando na verdade, nesse momento, tudo que você quer, é que alguém te acuda e te proteja também?

Luz já estava com a testa toda suada, pela quentura que está aqui e eu temo que passemos mal de calor, poraue literalmente aqui não tem nemhuma ventilação ou passagem de luz e ar. E eu precisava urgentemente fazer algo, pra reverter essa situação. Eu coloquei a Luz deitada de lado no meu braço, ofereci meu seio, que ela logo pegou, sem pensar duas vezes e começou a mamar. Vou deixar ela usar dele o quanto quiser, mesmo se for apenas pra fazer de chupeta, mas, talvez, isso seja uma calma e distração pra ela. Abaixei minha cabeça, cheirando o pescocinho dela e fui diretamente no ouvidinho dela, cantat a música que ela tanto ama.