Cativo

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𝐂𝐀𝐏𝐈́𝐓𝐔𝐋𝐎 𝐃𝐄𝐙

𝗾𝘂𝗲 𝗼𝘂 𝗾𝘂𝗲𝗺𝗽𝗲𝗿𝗱𝗲𝘂 𝘀𝘂𝗮 𝗹𝗶𝗯𝗲𝗿𝗱𝗮𝗱𝗲

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𝗾𝘂𝗲 𝗼𝘂 𝗾𝘂𝗲𝗺
𝗽𝗲𝗿𝗱𝗲𝘂 𝘀𝘂𝗮 𝗹𝗶𝗯𝗲𝗿𝗱𝗮𝗱𝗲

𝖧𝗂𝗄𝖺𝗋𝗎'𝗌 𝖯𝖮𝖵


     Burrice.
       Foi uma completa burrice o que disse a noite passada. É como se eu literalmente me jogasse aos braços de Riki como se não tivesse valor próprio, é uma vergonha.

        Essa fala "estúpida" só me rendeu uma risada anasalada e um beijo na testa. Talvez por piedade. Mas isso me fez perceber que nunca mais devo tentar esse tipo de coisa com Nishimura.

      Abri a porta do café com brutalidade, buscando por todas as mesas alguém que eu reconhecesse como: um japonês irritante.

       Eu precisava da ajuda de Riki, quase como um ser humano precisa de oxigênio para respirar. Quando vi o rosto de Nishimura, avancei em direção a mesa e sentei a sua frente. Meu coração batia acelerado e em quesito de "chamar atenção" eu cumpri muito bem.

       Riki me olhou de cima a baixo, tomou o gole do café, e assentiu para que eu prosseguisse.

— Eu preciso da sua ajuda.

— Posso começar a anotar quantas vezes você já disse isso?

— Falo sério — coloquei meus braços sob a mesa — Você foi a única pessoa que eu consegui pensar para me ajudar agora.

— Pelo seu estado emocional, eu espero que realmente valha meu tempo — comprimi meus lábios com medo de ser um incomodo — Estou brincando.

        Puxei meu celular do bolso do moletom, abrindo nas conversas mais recentes que havia tido essa manhã, logo clicando na foto de perfil em que havia eu e outra mulher abraçadas em frente a N Seoul Tower.
        Riki inclinou para frente, analisando a foto que eu havia lhe mostrado.

— Ah — ele emitiu como se não tivesse entendido a razão de tanto escândalo

— Eu não me lembro — disse desligando meu celular com a voz ainda instável

— De quando visitou a Seoul Tower? — deduziu de braços cruzados.

— Não, Riki — respondi impaciente — Não me lembro quem é essa mulher ao meu lado.

       Seu olhar nublou assim que digeriu minhas últimas palavras. Ele me olhou em silêncio, dando alguns segundos para ter certeza se eu falava sério ou estava brincando, mas pelo meu medo e palidez, aquilo parecia ser mais sério do que uma simples encenação.

— Essa é a Rosé. — ele disse, mesmo que esse nome não me recordasse — Sua melhor amiga desde que se mudou para Coreia.

— Ela não parece ser tão marcante para mim — afirmei com desdém enquanto buscava por mais fotos nossas — Nos víamos raramente?

— Talvez, não estou sempre colado em você para saber da sua vida.

       Dei de ombros em resposta.
       Rosé. Minha melhor amiga? Talvez devesse ligar para ela mais tarde. Preciso que minhas memórias embaralhadas voltem ao lugar para que ela faça sentido nas minhas memórias.
        Quanto mais eu esquecia, mais minha vida aparentava ser só eu, o mundo, e talvez Nishimura Riki, já que nunca me preocupei em esquecê-lo em sequer um dia.

         Riki puxou seu celular para mim, logo me mostrando uma sequência de fotos das quais se tratavam de nós três tomando sorvete na minha própria casa.

— Eu me lembro desse dia — afirmei, logo vendo um sorriso no rosto de Riki — Mas não lembro de termos tirado essa foto.

— Vou relevar a última parte, as vezes me esqueço das fotos que tiro também. — ele afirmou, rolando o dedo pela tela do celular — Mas veio aqui por qual motivo?

— Uma parte de mim acreditava que você era a pessoa mais provável de conhecer Rosé, e eu estava certa.

       Ele sorriu anasalado, logo encarando sua xícara de café, já infelizmente vazia e fria.
        Toda essa confusão rendeu uma cafeína inteira por hoje.

— Pelo menos sua memória parece estar melhorando em alguns pontos.

— Acha menso? Acabei de esquecer o rosto da minha melhor amiga. Talvez esteja começando a desenvolver cegueira facial.

— É uma possibilidade.

       Cruzei meus braços, e olhei os olhos de Riki por alguns segundos, sentido meu coração apertar.

— Prometo que vou tentar lembrar do seu rosto, Riki.

𝗖𝗮𝗻 𝗪𝗲 𝗧𝗮𝗹𝗸 𝗔𝗴𝗮𝗶𝗻 - 𝘯𝘪𝘬𝘪Onde histórias criam vida. Descubra agora