Nishimura Riki sacrificou seus sonhos para que eu pudesse sonhar.
Eu andei pensando em você, na verdade eu sinto sua falta, agora honestamente eu quero te ver. Podemos conversar de novo, podemos tentar de novo, voltar como costumávamos ser ant...
Eu ainda não acredito que você não mora mais aqui. As coisas não mudaram muito por aqui. Se é que algo mudou... É mesmo... A Rosé não está mais trabalhando em meio período. Por enquanto, ela escolheu ser uma universitária que canta bem. Perguntei porque desistiu do que tinha antes. Ela trabalhou nesses comércios por três anos, mas sempre quis uma coisa. diferente.
O antigo condomínio ganhou um novo nome para o edifício, é Geonmul Junda Memory. Enfim, venha logo. Você disse que viria se eu esperasse, então quando vai voltar?
Não me diga que você gosta tanto do Japão que nem quer voltar...
— Eu acho que ela abandonou a gente — balbuciava para Koru, como se ele pudesse me entender — Que mulher cruel...
Ah, e enquanto você não volta logo, acabei arranjando uma outra coisa pequena e raivosa para passar o tempo, um cachorro.
— Pensando aqui com os meus botões, ela deve ter planejado isso desde o começo. Por isso virou minha vizinha. — fiz uma careta — Ou não, começou quando ela nasceu. Ela nasceu linda, pra' roubar meu coração.
O cachorro se deitou no chão, ignorando meu diálogo complexo e análise tática da situação. Hikaru, eu sei que não mudou-se para o Japão, apesar de tanto amar nossa terra de nascença. Vezes nos falamos por mensagens, ao menos quando você tem tempo de me responder, e prometeu que voltaria depois de passar um tempo com sua família. Eu fiz isso ano passado, e esse ano, é sua vez.
— Você iria adorar conhecê-la, vocês se parecem bastante — o cão grunhiu, mas não se mexeu — Vocês ficam com raiva quando estão com fome, e também fazem sons estranhos enquanto dormem.
Koru se levantou num espasmo, normalmente isso acontece mas ainda me assusto toda vez. Ele correu até a porta com suas patas curtas, logo o segui, observando no olho mágico da porta. Uma silhueta fina com cabelos escuros e um ar que somente uma pessoa com desvio de caráter conseguia me transmitir. Minha noiva. E sinceramente falar essas duas palavrinhas em voz alta era mais satisfatório do que qualquer sentimento de felicidade que já senti.
Já sabia a senha da tranca, não me preocupei em abrir a porta logo de cara. Seu sorriso foi a primeira coisa que vi, sua risada a primeira coisa de ouvi, e a única coisa que queria ouvir daqui em diante.
— Eu quero te perguntar uma coisa — ela proferiu rindo entre as palavras — É por pura curiosidade, então não fica bravo e nem começa uma discussão comigo, ok?
Assenti, mesmo sabendo que Independente do que fosse não conseguiria ficar bravo com nada.
— Quando eu te perguntei, se você não queria me beijar — ela dizia pausadamente brincando com os dedos — Você realmente não quer?
— Eu quero bem mais.
A voz, os olhos dela encerram uma súplica. A alça da bagagem que antes era segurada pelos dedos de Hikaru escapou caindo sob o carpete. Hikaru poem-se em bicos dos pés e meu rosto desce ao mesmo tempo. Os lábios dela são macios, mais macios do que eu lembrara, existe por trás um beijo, uma carência. O Beijo fala por si, o tipo de beijo que é melhor a cada segundo. A puxo para mais perto, sorrindo ao mesmo tempo que a beijava e a desejava por perto.
Não consigo dizer bem o porquê de a querer tanto quando a olho não sei os motivos, mas sei que preciso dela na minha vida. Ela ainda usava o mesmo pingente de meses atrás, nunca deixou de usá-lo, para sempre se lembrar.
Houve um antes de nós, e um durante nós, e por algum motivo nunca pensei que teria um depois de nós. Mas havia, e eu estava nele.
