O Reino de Stolz

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O Castelo

Stolz é o reino mais poderoso entre os 7, além de ser o maior em extensão territorial. Mesmo com vastas terras, está em constante conflitos com os países vizinhos, pois seu reino não tem acesso aos mares. Possui muitos vilarejos com base na agricultura, além de várias vilas com forjas que beiram ao Grande Deserto, com suas terras secas e áridas. O castelo fica bem ao centro, com seus poderosos muros e defesas, intimidando até mesmo os locais.

Ray passou pelos portões, se apresentou aos guardas, que o deixaram entrar tranquilamente, mas sem deixarem de se mostrarem surpresos com o grimório dourado. Pensou em dar uma volta, já que faltavam duas horas ainda até a chamada. A divisão de classes era visível logo na entrada: as casas perto dos portões principais era bem simples. Tinha várias crianças correndo na rua, chutando uma bola costurada com trapos. As casas eram todas feitas com tijolos sem tinta, várias com barraquinhas vendendo alguma coisa artesanal: colares, pulseiras, roupas e até armas. Ray se lembrou de quando era bem pequeno e veio com seu pai vender armas, a cidade não tinha mudado quase nada. Continuou andando e chegou ao segundo portão da cidade: esse dividia a parte mais rica da cidade, onde moravam os soldados e suas famílias, a realeza e membros da religião local. Ray sabia sobre ser uma religião forte, mas não sabia sobre o que se tratava.Ray chegou ao segundo portão, dessa vez com guardas mais ranzinzas e sérios.

- Qual seu nome? - perguntou um guarda, portando um gigantesco machado

- Ray.

- Não acredito que você vai me fazer perguntar seu sobrenome também.

- Weerlig. Ray Weerlig.

Os guardas olharam um para o outro com espanto.

- Será que...

- Acho que sim, olha os olhos dele... - murmurou o outro guarda, que tinha um escudo esquisito em forma de triângulo nas costas.

- O que tem meu nome? - perguntou Ray, com impaciência.

- Nada garoto, pode entrar.

"Esses caras só podem estar tirando com a minha cara", pensou Ray. Assim que adentrou, quão grande não foi sua surpresa em ver uma estátua gigantesca no meio da praça: um grande punho esmagando um soldado, que parecia ter armadura de algum reino vizinho, com uma placa que dizia "Aqueles que forem contra Sua Santidade, sentirão o peso de seu punho divino". O que mais impressionou Ray é que a estátua era completamente feita de ouro. Atrás do punho tinha uma linda fonte, com água cristalina. As casas eram todas pintadas com cores vivas, e todas de tamanho três vezes maior que aquelas perto do primeiro portão. Tinha poucas pessoas na rua, todas vestidas de roupas brancas, e não tinha nenhum comércio por ali.

- Um paraíso falso - murmurou Ray

- Um paraíso necessário.

Ray levou um susto. Ao seu lado, estava uma pequena senhora idosa, de vestes brancas igual a todos e um curto cabelo preto, que provavelmente era tingido.

- A sua verdade pode ser diferente garotinho, mas, às vezes, é necessário criar um "paraíso" para que as pessoas fiquem em paz.

- Mentiras não podem ser interpretadas como paz, senhora.

- Não, mas para algumas pessoas é somente com mentiras que encontram paz. Vejo que você é inteligente, e se tornou mago a pouco tempo.

- Como a senhora sabe que sou mago a pouco tempo?

- Meu filho, não são só magos que controlam mana. Seus olhos te entregam, mas a sua mana está agitada, dá pra sentir sua presença a vários metros de distância. Uma pessoa com experiência que utiliza mana, seja mago ou não, consegue manter sua presença quase invisível, mantendo ela calma e serena.

O Mago NegroOnde histórias criam vida. Descubra agora