Memórias

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S/N's P.O.V

Momentos antes...

-Poxa Gus, pegou pesado hoje hein... – falei sem fôlego.
-Fica calma, pude ver que pegou muito bem os golpes de ontem, acredito que com mais o treino de amanhã, você já saberá de tudo que eu podia ensinar, só falta praticar para ficar melhor, e então... da minha parte, você estará pronta.
Comparado com o Ace, você é bem mais rápido – disse impressionada.
-Por mais que eu odeie admitir, aquele idiota fez a maior parte do trabalho e te ensinou muito bem, então, faltava apenas um pouco pra mim, que estará terminado amanhã. – falou com certo desgosto.
-Ei, não fala assim dele, Ace é um cara muito legal. – protestei.
-Digamos que... ele tem seus momentos. Mas enfim, eu queria te dizer algo. – disse começando a vir em minha direção.
-P-pode dizer – comecei a me afastar, até que senti a lateral do barco.
-Já tem alguns dias que eu reparei que... tenho sentido uns certos... sentimentos, sabe? – ele chegou bem perto.
-S-sério? Que coisa né?
-Sim... Eu tô querendo evoluir nossa relação, sabe? – ele estava falando sério? – Sei lá... eu acho que, do jeito que estamos, o que tem de mal em uma amizade com benefícios, não acha?
Ele começou a aproximar seu rosto do meu, então coloquei minhas mãos em seu peito, na tentativa de afastá-lo.
-O-olha só, Gus, – disse enquanto começava a empurrá-lo – eu acho que você deve ter me interpretado mal, não estou atrás de nada disso, entende? Esse realmente não é meu foco ou intenção agora, sabe?
-Ah, mas não tô pedindo nada de mais, só alguns benefícios aqui ou ali...
-Eu entendi, mas primeiramente, não curto isso, e não te vejo assim. – falei começando a me irritar de verdade.
-Poxa... mas não dá nada-
-Escuta aqui, – foi minha vez de chegar bem próximo a ele, estávamos quase nariz com nariz – eu já disse que não estou interessada, e se você me desrespeitar, por mais que eu o respeite, eu vou por aquilo que aprendi em prática, porque, se você acha que já conhece tudo que Ace me ensinou, devo te alertar de que você não viu nem metade.
Dito isso, ele começou a se afastar, tão lentamente quanto havia se aproximado. De repente, ouviu-se um barulho de algo caindo no chão. Olhamos então para o lado e vimos ele... Ace, congelado, nos observando.
-Ace, calma, não é o que está pensando. – eu disse, já prevendo o pior.
-Você... como ousa..? – ele só balbuciou essas palavras, pude ver seus punhos começarem a pegar fogo.
-Ace... não...
Não deu nem tempo, ele se atirou contra Gus, e os dois começaram a lutar. Eu não podia fazer nada, e gritar, de nada adiantaria. Tudo o que fiz foi congelar, eu estava preocupada, com ambos, mas não poderia fazer nada para impedi-los, por isso, apenas comecei a chorar de nervoso e corri para a cabine. Fiquei lá, atrás da porta, abraçando meus joelhos e chorando baixinho... aquela cena dos dois me lembrara de uma mais antiga...

—————FLASHBACK ON——————
-Jake! Thomas! Por favor, não briguem! – eu gritava desesperada.
-Mas ele não pode destruir a casinha da árvore que o papai fez pra gente, pra você! – Jake respondeu.
-Está na hora de ela crescer, se ela prefere ficar aqui à assumir suas rotinas de casa, eu vou destruir esse lugar, aí ela só não terá escolha. – retrucava Thomas enquanto dava um soco em Jake.
O mais novo não tinha chance, tinha apenas 11 anos, e estava enfrentando Tommy de 15, definitivamente não era uma luta justa.
-Por favor, eu juro Tom, eu vou fazer de tudo por vocês a partir de hoje, só... deixe a gente em paz! – eu chorava.
A casinha ficava no topo de um barranco, caso fosse observado pela praia, e os dois, se aproximavam cada vez mais da beira. Por fim, em um ato de desespero, vendo meu irmãozinho todo ferido, fui tentar puxá-lo de lá, o que eu não esperava, é que ele escorregaria... que eu seria fraca demais para segurar... que Thomas não me ajudaria... e que Jake cairia de lá de cima. Isso resultou em uma cicatriz na lateral direita de seu rosto, por causa de uma pedra, fora algumas outras por conta da briga em si. Mas... além disso, eu fiquei com uma cicatriz ainda pior... por não ter conseguido ajudar meu irmão quando ele mais precisou de mim, e era exatamente por isso que eu odiava ser fraca, subestimada por todos, ser exatamente aquilo que eles pensavam...

—————FLASHBACK OFF——————

Ace's P.O.V

Gus era um exímio espadachim, mas... sinceramente, entre fogo e espadas, já deve saber qual ganharia, não é? Mas eu estava com tanta raiva que nem conseguia me segurar. Só sei que, quando dou por mim, não vejo S/N lá. Estávamos tão focados que nem a vimos sair. Por isso, do nada, só parei, minha raiva se transformou em preocupação. Gus veio com sua espada pronta para me atacar, eu a segurei com minha mão e a derreti.
-A brincadeira acabou, é melhor você ir para sua cabine.
-Tá brincando? Olha o que você fez com minha katana! Você quem começou com tudo isso, e agora quer só sair assim? Ileso? – ele me responde irritado.
-Gus... se eu disse que a brincadeira acabou, é porque acabou. Tenho coisas mais importantes para me preocupar agora, então ou você me escuta e vaza, ou você VAI se arrepender. – eu disse olhando sério em seus olhos.
Fui atrás de S/N, revirei todos os cantos do navio, o último que faltava, o mais provável também, era o meu quarto. Cheguei, abri lentamente a porta e pude ouvir aquele choro baixinho, não pensei duas vezes e entrei no quarto.
-Ace, sai daqui, por favor. – ela disse quando fechei a porta.
-Olha... – eu falei escorregando na parede para me sentar ao lado dela – por mais que você queira, eu não vou sair. – o silêncio reinou por alguns minutos – Ei... me perdoa, não sabia que ficaria tão abalada por aquele cara, mas também não é justo, como você iria realizar seu sonho de ser livre junto com aquele cara? – ela então parou de chorar e olhou para mim.
-Quer falar sobre o que não é justo? Então vamos lá: não é justo você não cumprir com nosso acordo; não é justo você não acreditar em mim quando eu disse que não era o que você estava pensando; e definitivamente não é justo você bater no Gus sem nem saber o que aconteceu. – ela estava beeeeem brava.
-Mas... como assim? É claro que eu sabia o que-
-Sério? Vai insistir nisso? Tudo bem então, não tenho mais nada a falar com você. – ao dizer isso, ameaçou se levantar.
-E-espera! – segurei seu braço – me conta então, o que... realmente aconteceu? – ela então parou, olhou pra mim, e respondeu:
-Depende, você vai mesmo acreditar? – aquelas palavras realmente doeram, eu era um idiota. Assenti com a cabeça e ela se sentou novamente...

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Oi oi gente, vim aqui pedir desculpas primeiramente, tô um dia atrasada E, mostrar essa playlist maravilhosa que coincidiu com algumas músicas que eu coloquei aqui.. então, caso estejam afim, tá aqui de presente :3  bjxx até o próximo capítulo

https://youtu.be/TZOIIgZ56r0

Can I Love You? Ace x readerOnde histórias criam vida. Descubra agora