{10} • reine Augen.

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[💙💛]

P A R K   J I M I N

  Sentado na minha mesa de estudos, observo Gary comer os morangos de forma lenta há alguns minutos, mas já cansado, olho para o meu celular novo, ansioso por uma resposta.

Apoio os cotovelos na mesa e a cabeça nas mãos, pensativo.

O pai amável e tranquilo voltou. Parece que basta ser submisso a ele, ou fingir ser, que tudo volta ao normal; foi o que eu fiz nesses últimos três dias.

Isso não significa que nossa relação de pai e filho tenha voltado e que eu tenha andado feliz e satisfeito por aí. Na verdade, o clima pesado permanece; mesmo com ele tentando fingir que nada do que fez aconteceu ou afetou a gente.

Eu só tenho observado mais, querendo entender e controlar o máximo possível essa merda de situação; acho que no final das contas estou fazendo o que minha mãe pediu, tentanto não piorar as coisas.

Nunca pensei que fosse bom em analisar, mas sou, e Seokjin estaria orgulhoso com a minha atuação impecável de bom menino; descobrir que tenho o poder de deixar as coisas calmas, assim como tenho o poder de deixar um caos, foi um alívio; tudo depende das minhas ações, mesmo que elas sejam falsas.

É como Billie Eilish diz: "Você pode estar com o dedo no gatilho, mas seu dedo no gatilho é meu."

Bastou se mostrar manso que as trancas de casa nunca mais estiveram fechadas; não há mais gritos, agressões ou olhares estranhos.


E para ser sincero, eu ainda não pesquei muitas informações, mas acredito que saber controlar os ânimos por agora até poder entender tudo isso com um pouco mais de calma, já é o bastante.

O celular apita, a tela acende e então a notificação aparece.

Goo🐰:
"Me encontre no Donna's"
[Enviado às 13:00 da tarde.]

Já arrumado há algum tempo esperando pela resposta dele a mensagem que enviei perguntando se poderíamos nos ver hoje, levanto, saio do quarto e desço para o primeiro andar, aonde vejo minha mãe lendo um livro.

ㅡ Estou indo encontrar o Ji. Tem problema? ㅡ Minto.

Vejo-a desviar os olhos do livro e abaixar os óculos de grau pelo nariz, avaliando minhas roupas simples.

ㅡ Vai sair assim?! Essa é nova. ㅡ Volta o olhar para o livro novamente.

ㅡ Estou saindo assim já faz algum tempo, mas acho que a senhora está muito ocupada tentando encobrir os erros do papai para perceber o próprio filho. ㅡ Alfineto e percebo sua expressão de tranquilidade mudar para uma de tensão. ㅡ Perguntei se posso sair. Posso?! ㅡ Sem me olhar ela concorda com a cabeça enquanto fecha o livro e tira os óculos devagar; parece afetada. ㅡ Volto mais tarde. ㅡ Aviso, já abrindo a porta e saindo logo em seguida.

Eu a amo, e estou disposto a defendê-la de qualquer coisa, principalmente de quem eu chamo de pai, mas isso não quer dizer que estou contente com toda a situação e satisfeito com a forma que ela tem lidado e agido com tudo isso. Eu não concordo com o tratamento que tenho ganhado e nem com a forma dela de agir com o infeliz cínico que me colocou nessa droga de mundo.

Mil milhões de azul e amarelo || Ji+kookOnde histórias criam vida. Descubra agora