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Nível de sanidade: 95%
Ansiedade: 2%
Nível de sucesso para sair: 4%

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-POV LISA-

Acordo com o som de um telefone alto tocando perto de mim. Me levanto do colchão, olhando o telefone preto que de alguma forma estava saíndo esse barulho.

Permaneço por algum tempo o olhando, até tomar coragem de caminhar até ele o tirando do gancho.

- Olá? -Digo baixo com muito medo de ter alguma resposta.

Uma respiração pesada vem do outro lado da linha, me fazendo desligar o telefone na mesma hora. Me afasto um pouco logo que o coloco no gancho sentindo meu coração acelerar.

Ele volta a tocar, freneticamente sem dar intervalos em um toque ao outro. Chego perto tirando dp gancho colocando novamente em minha orelha.

- Não desliga.

Sinto meus pelos arrepiando assim que escuto a voz vindo do outro lado da linha, de um telefone que nem funcionava.

- Eu... eu não vou. -respondo seja lá quem estava do outro lado.

A pessoa fica em completo silêncio por um momento, até novamente dar uma respiração pesada.

- O que você está fazendo? Não era para você estar aqui.

- O que? Quem é você? -pergunto.

- Eu não sei... Não lembro meu nome.

A voz... Não me parecia tão estranha, por mais que no telefone as vozes mudam, mas eu ja tinha escutado essa voz em algum momento.

- Hm... por que não era para eu estar aqui?

- Ele pega apenas meninos, Lisa não era para você estar aqui, não podia estar aqui número 08.

Novamente sinto meus pelos se arrepiarem, ele sabia quem eu era, eu não poderia estar louca desse jeito. Fico em silêncio por mais um tempo pensando quem poderia ser.

- Espera... 08? Bruce? -me viro olhando a porta- É você?

- Eu não sei, pode ser que sim 08, não tem muito tempo. -silêncio- no corredor, até o banheiro, tem um azulejo meio solto, não deu tempo para mim cavar a saída, mas pode ser que você consiga.

Observo o local que Bruce falou, não seria uma saída fácil, ainda mais sem saber quanto tempo, ou o que o cara poderia fazer comigo enquanto eu esteja aqui... e viva.

- Ok, um azulejo meio solto... -respiro fundo apertando minha mão- obrigada Bruce.

Sem respostas, o telefone fica mudo novamente, coloco no gancho devagar, suspiro e vou até o lugar que Bruce havia falado. Realmente havia um azulejo meio alto.

Me ajoelho tirando, e começo a tirar montinhos de terra, aproveito o pedaço médio de azulejo para ajudar a soltar as partes mais duras de terra. Com o buraco começando a criar profundidade, saio lavando minha mão na caixa de descarga da privada. E pego um tapete tampando o buraco.

Volto para o colchão, na hora exata que me encosto, a porta é aberta. O homem entra com o rosto tampado até a metade com a máscara apenas. Nas suas mãos tem uma bandeija com um prato de ovos mexidos e uma garrafa de refrigerante.

- Aqui está, demorei um pouco, mas trouxe algo para você. -Ele diz colocando a bandeija no chão.

O olho me encolhendo um pouco no colchão.

- O que tem ai? -Pergunto olhando a expressão dele mudar.

- Fala sério, por que eu iria drogar a comida agora? -ele diz calmo- você já está aqui em baixo, bem onde eu queria que estivesse.

Com uma risada nada discreta, o homem encosta a porta, dessa vez sem ter som que foi trancada.

Saio do colchão, e vou até a frente da porta, a puxando sendo aberta, assim que iria abrir mais, escuto o telefone tocar novamente.

Encosto a porta e vou até ele atendendo novamente.

- Não. Suba. Não. Suba!

- Por que? A porta ficou aberta. -digo me virando para a porta.

- É uma armadilha, ele vai estar te esperando com um cinto na mão. E vai te bater muito, e acredite isso vai doer, vai doer muito, você vai implorar para ele parar. Mas ele vai continuar, vai continua até você desmaiar de tanta dor.

- E se... e se ele só esqueceu de trancar?

O telefone fica alguns segundos mudo, até a respiração profunda aparecer.

- O que você está fazendo aqui Lisa? Você não podia estar aqui...

Fico em silêncio, por um tempo podendo pensar quem poderia ser, não era o Bruce, a voz era diferente, dou algumas batidas na minha cabeça para tentar me lembrar. Espera.

- Billy? Billy é você?

- Talvez, que seja... mas não me chama assim, não mais por favor.

- Ok, perdão Bil... -paro a fase pensando em algo- Hm... papperboy...?

- Que seja Lisa... não suba, de jeito nenhum, por favor não suba.

- Eu preciso tentar... quem sabe se eu conseguir sair, a polícia possa prender esse cara...

- Lisa Springs sempre teimosa, como eu lembrava mesmo...

- Me desculpa... me desculpa mesmo...

Mal termino a frase, o telefone fica mudo, o coloco no gancho novamente, indo em direção da porta, a abro devagar tentando fazer o mínimo de barulho possível. Subo os degraus que estavam em minha frente.

Havia agora apenas uma porta, poderia ter a minha liberdade, ou o meu castigo. Olho para a maçaneta  a segurando com certo receio, e a giro devagar.

Escuto o click da porta sendo aberta, solto a maçaneta fazendo a porta de abrir devagar. Mais a frente o homem estava sentado, com a mesma máscara encarando sem expressão alguma a porta. Em suas mãos um cinto meio dobrado.

Merda...

- Eu... eu... eu não ia sair... eu juro. -Começo a gaguejar.

O homem se levanta lentamente da cadeira, vindo na minha direção.

- Parece que mais alguém quer jogar meu jogo. -O homem diz antes de acertar o cinto pela primeira vez no meu rosto.

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Pelo jeito a Lisa
precisa escutar na próxima
vez.

Boy?-Finney BlakeOnde histórias criam vida. Descubra agora