Hugo
Se eu não estivesse atento eu quase atropelaria aquela menina. Como que criança pode ser tão agitada a ponto de sair correndo dessa forma. A mãe devia prestar mais atenção. Porém quando vejo quem supostamente seria a mãe meu corpo gela. Então tudo fazia sentido ao olhar aquela pequenina e a sua irmã mais velha em minha frente.
Naya estava com seu olhar apavorado, eu podia sentir seu desespero emanar de seu corpo. Aquelos olhos verdes claros era pura armadilha, transmitia afeto e amor... mais no fundo havia raiva e caos. Aqueles malditos olhos me deixava tenso. O jeito que ela quase me incriminou foi um pequeno ataque de frustração. Ela é tão esperta, como não descobriu nada da família ainda?
ㅡ VOCÊ FEZ O QUE HUGO? ㅡ a voz de Leon explode no som do carro. Estava em uma ligação com ele.
ㅡ Você queria que eu fizesse o que? Atropelar a garota ou me fingir de mudo para Naya?
ㅡ Se fingir de mudo não teria sido uma idéia tão ruim.
ㅡ Não enlouquece. ㅡ suspiro fundo. ㅡ Ela não reconheceria minha voz. A mascara manipulo o meu timbre.
ㅡ Você é muito descuidado. Talvez ela apareça hoje na corrida. Se isso acontecer você pode ter certeza que tem alguém nos traindo.
ㅡ É eu sei. ㅡ digo apertando o volante. ㅡ Se isso acontecer temos que agir o mais rápido possível. Não quero Santiago no meu pé.
ㅡ Não se preocupe vou providenciar tudo.
{...}
Estávamos em uma estrada que foi fechada o acesso a ela recentemente. A corrida aconteceria aqui hoje. O racha não era apenas para entrar dinheiro era mais uma tradição entre o pessoal da família. Era para gerar e despertar a disputa entre eles. Estava em um lugar mais reservado, vendo os carros se colocando em suas marcas.
Eu nunca revelo meu rosto em lugares "públicos"... por segurança. Hoje minha máscara cobria apenas a parte de cima deixando minha boca exposta.
Vejo um dos subordinados falar algo no ouvido de Leon e logo se afasta.
ㅡ Aquele cara que tava com a Naya da última vez acabou de entrar na corrida. ㅡ Leon diz.
ㅡ Tentando se misturar. ㅡ dou um sorriso de lado. ㅡ Isso significa que temos um desertor entre nós e que Naya está aqui. ㅡ indago e coloco a mão na boca penando. ㅡ Quero o informante na sede imediatamente. ㅡ digo encarando Leon. ㅡ Vai até o inferno se for preciso.
Eu vou acabar com a pessoa que tiver vasando informações pessoalmente. Meu sangue faltava ferver com a tamanha raiva que estava sentindo no momento.
ㅡ Quer que eu procuro ela? ㅡ Leon pergunta. Eu sorrio e pego minhas luva colocando na mão.
ㅡ Não será necessário... eu irei.
Me viro sem dar tempo de Leon falar alguma coisa. Me movo entre as sombras sem deixar alguém me notar. Até que vejo ela. Estava atenta olhando para todo lado. A mesma está com o cabelo solto escondendo a escuta que está em seu ouvido, sua bota é de cano alto que eu tenho certeza que é para esconder a faca que ali continha, ela também estava de jaqueta que é mais fácil de se mover e esconder um arma na costa.
Continuei nas sombras e logo vejo uma movimentação com homens que não faz parte da família. Só o que me faltava... os rebeldes aqui. Mais que grande merda. De longe vejo uma briga se iniciar e logo começa os tiros. Naya se assusta e assim que ela ia levar a sua mão até sua arma eu a jogo no chão para não receber uma bala perdida. Ela se debate no chão e se vira me encarando. Sua expressão é de surpresa, a mesma tenta sair de baixo de mim porém eu a mantenho no chão.
ㅡ Você. ㅡ sua voz mantinha o timbre surpreso. ㅡ É o hijo de la muerte, não é?
Me mantenho em silêncio. Seguro suas mãos e arranco sua escuta e aperto a mesma a deixando em pedaços. Suspiro fundo e bloqueio a passagem de ar pela minha laringe assim poderei alterar o som de minha voz.
ㅡ Você sempre escolhe a pior hora para aparecer. ㅡ digo olhando ao redor que estava um caos. ㅡ Não devia estar aqui. ㅡ assim que digo encaro seus olhos.
Ela se mexe e meu corpo acaba escorregando para mais perto do dela. Minha boca e a sua ficou milímetros de se tocarem. Seus olhos continha uma surpresa com o ato fazendo a mesma comprimir os lábios. Seu rosto é tão delicado quanto uma pintura. Seus olhos verdes claros é tão brilhante quanto a própria luz. Eu me segurava com todas as forças para não acabar com aquele mínimo espaço que estava entre nós.
ㅡ Você não me parece tão boa assim. ㅡ digo ainda segurando sua mão e com a outra tiro as facas que estava em sua bota. ㅡ Te peguei por duas vezes. ㅡ digo e meu braço da a volta em sua cintura tirando a arma.
ㅡ Se passou por sua cabeça que eu queria ser pega? ㅡ sua voz era de pura raiva. Dou um pequeno sorriso.
ㅡ E eu estou amando esse joguinho... eu sempre irei te pegar.
ㅡ Seu desgraçado. ㅡ ela me xinga se debatendo.
Leon aparece com mais dois homens. Faço sinal e um dos homens segura Naya.
ㅡ O desertor está na sede. ㅡ Leon fala em meu ouvido.
ㅡ O jogo acaba por aqui hoje. ㅡ digo encarando Naya. ㅡ Se quiser jogar de novo eu mesmo te mando o lugar onde devemos encontrar já que Santiago não terá mais o informante. ㅡ ela parecia surpresa. ㅡ Tirem ela daqui em segurança.
Digo para um dos homens e saio junto de Leon.
ㅡ Não acha que está se arriscando muito com essa mulher? ㅡ Leon pergunta preocupado. ㅡ Ela não tem cara se ser tapada ela provavelmente vai te ligar a Hugo Ferraz.
ㅡ Eu estou contando com isso Leon.
ㅡ O que? Mais o que garante que ela não vai te entregar?
ㅡ O segredo da sua família me garante. ㅡ Leon me olha surpreso.
ㅡ Vai mesmo contar a ela?
ㅡ Que reação a grande prodígio da CNP terá? ㅡ digo sorrindo. ㅡ Ela não falará nada... ta tão afundada nessa história quanto eu.
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La Mafia Ballard
Mystery / ThrillerFamília de Naya é cheia de segredos e quando esses segredos são revelados coloca ela em uma situação complicada, entre seu trabalho e sua família, esse segredo só foi descoberto graças a aparição de Hugo na vida de Naya que chega sem pedir licença e...