Capítulo 22

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Naya

A esclera de seu olho negra e a íris cinza me encarando não me dava medo. Era como se eu estivesse familiarizada com isso. A cada cochilo que dou ou quando durmo eu sonho com esses olhos... eles não me intimidam mais. Porém o que mais me chamava atenção era as veias saltando em seu braço... não veias normais, mais veias pretas.

Sem ouvir sua objeção vou até ele. Seus olhos sobrenaturais me encarava com um aspecto curioso. Então ele fecha os olhos e faz uma expressão de dor. Com uma mão ele esmaga o ferro e com a outra ele leva no peito. Então tenho uma visão clara de sua mão. Garras afiadas... assim como eu vi no meu sonho, a diferença que desde sua unha longa até a mão inteira estava preta e as veias que saia de sua mão até o seu pescoço também estavam pretas. A cor escura ia tomando conta de todos veias de seu corpo, do pescoço até seus olhos.

ㅡ Por favor...ㅡ ele diz com a voz cansada. ㅡ Entre... não quero que me veja assim.

ㅡ Você... você está com dor? ㅡ o meu peito aperta assim que entendo que seu cansaço era pelo fato dele estar com dor. A quanto tempo ele está assim?

ㅡ Vai passar logo... só entre por favor. ㅡ eu sentia que não podia deixa-lo só. ㅡ Naya... me deixe aqui por um tempo... eu já vou entrar. ㅡ então ele me olha e o mesmo se assusta ao ver meus olhos com lágrimas, porém não dá tempo dele falar nada pois logo ele aperta o peito de novo e rosna. ㅡ Vai por favor.

Entro para o quarto e fico no sofá. Eu escutava ele rosnar de dor e meu peito doía mais ainda. Eu não sei o que ele é... não sei se é algo maligno... não sei se ele pode me machucar... a única coisa que sei e que eu pensava era em como ele estava se sentindo. E como ver ele assim me doía.

Não sei por quanto tempo fiquei no sofá, mais eu ficava olhando o tempo inteiro para a sacada e ele ainda contiava lá. Os rosnados foi parando mais ele nem se mexia para voltar pro quarto. Já estava amanhecendo e ele continua la.

Eu havia perdido totalmente o sono... como iria conseguir dormir sabendo que ele se encontrava daquela forma?

Ouço passos então me viro bruscamente e ele estava entrando. Ele me olha brevemente e desvia o olhar. Me levanto e fico em sua frente. Analiso todo seu corpo e vejo que não tem nenhum resquício sobrenatural.

ㅡ Hugo...

ㅡ Desculpa, eu acabei te assustando e...

ㅡ Você não me assustou. ㅡ ele levanta a cabeça me encarando. ㅡ Não dá forma que está pensando. Eu fiquei preocupada...

ㅡ Eu sei que quer me questionar e perguntar sobre...

ㅡ Sim eu quero. Eu vou te encher de tantas perguntas que vai parecer um interrogatório. ㅡ digo e ele sorri de lado.

ㅡ Pode adiar um pouco mais esse interrogatório? ㅡ levanto uma sobrancelha. ㅡ Agora eu preciso te apresentar oficialmente pra família, se não eles vão criar problemas achando que ainda é uma agente.

ㅡ Sei que está apenas me enrolando. Mais tudo bem. ㅡ digo o encarando então ele se vira para ir no banheiro.

(...)

Estava terminado de me vestir. Hugo pediu para alguém trazer uma troca de roupa para mim. Estava com uma calça skinny preta, uma regata branca e por cima minha fiel jaqueta preta. Passo meus dedos no cabelo para soltar a ondulação e deixou ele solto.

Saio do banheiro e Hugo apenas me esperava. Saímos do quarto e antes de descer a escada vejo uma multidão na sala. Tinha várias pessoas, bem mais que ontem.

ㅡ Todos eles fazem parte da família? ㅡ pergunto.

ㅡ Sim... mais não está todo mundo aqui. ㅡ ele diz e descemos. Faltando uns quatro degraus ele para o que me faz parar logo atrás dele. Todos param de falar e presta atenção em Hugo. ㅡ Vou deixar as coisas mais claras para vocês não tirar conclusões precipitadas. Naya não é mais uma agente da CNP. Ela é uma Ashworth é a herdeira da mafia N.F.U, primogênita de Will Ashworth... ㅡ eles começam a falar entre si e me encarar. ㅡ Ela não deve satisfação a ninguém. Caso tentem confronta-la sobre o tempo que passou na CNP eu vou considerar uma afronta diretamente a mim e eu não irei ser tão tolerante.

As vozes vão se sesando aos poucos. Logo um homem vem ao encontro de Hugo e diz algo em seu ouvido.

ㅡ Eu vou resolver algumas coisas e então te levo... vou estar no escritório se precisar. ㅡ ele diz e eu confirmo com a cabeça.

Assim que ele sai eu saio também ignorando todo aquele pessoal. Vou para sala de Felipo, para ver as armas.

ㅡ Era isso que quis dizer de estar afundada na máfia? ㅡ Felipo me pergunta assim que entro.

ㅡ Era exatamente isso. ㅡ digo e ele sorri.

ㅡ Eu não imaginava. ㅡ ele diz surpreso.

ㅡ Acredite, nem eu. ㅡ digo e ele faz uma careta. ㅡ O que você tem em especial para me mostrar?

ㅡ Vem cá. ㅡ ele diz e aponta para uma bancada. ㅡ Mac-10, submetralhadora para mercenários.

ㅡ Ela é bem compacta, mais muito extravagante pra mim. ㅡ digo e ele sorri.

ㅡ Que tal rifle? South Fork... precisão e estabilidade e ainda tem... ㅡ ele para de falar assim que alguém entra. Olho e vejo Natasha.

ㅡ Peço desculpas a princesa da mafia. ㅡ ela diz me encarando. ㅡ Por ontem. Eu achei que era algo a mais... me enganei.

ㅡ Eu não me importo. ㅡ digo colocando a arma na bancada novamnete.

ㅡ Eu entendi tudo agora. ㅡ ela diz sorrindo como se tivesse aliviada.

ㅡ Entendeu o que?

ㅡ O modo diferente que Hugo te trata. Você é a herdeira de Los Angeles, por mais que la esteja um caos... esse fato não muda. ㅡ ela diz e passa a mão em algumas facas. ㅡ Não só eu, mais todos acharam que você tinha domado a fera. ㅡ ela ri. ㅡ Mais é apenas negócios.

ㅡ Natasha... acho melhor você ficar... ㅡ Felipo tenta a impedir então entro na frente dele e encaro mais ainda Natasha.

ㅡ Sei que quer dizer alguma coisa, estão fala logo. ㅡ digo e ela fecha a cara.

ㅡ Hugo não é de cumprir as políticas da mafia... ele faz a própria política. Então não se empolgue. ㅡ levanto uma sobrancelha.

ㅡ De que porra você tá falando?

ㅡ Você não sabe? ㅡ ela parecia surpresa. ㅡ Pela máfia por você ser a herdeira da N.F.U e Hugo ter se aliado a eles... a máfia espera que vocês se casem para unificar o poder dos dois lados e tornar oficial a aliança. Mais nunca ninguém achou que o chefe da N.F.U realmente tivesse uma filha, já que nunca ninguém a viu. Tenho certeza que Hugo vai desfazer a aliança. Afinal você estava escondida na CNP, ele só esta esperando Will aparecer para fazer isso. Fala sério seu pai foi realmente muito covarde a ponto de colocar você com a CNP, justo o nosso riv...

Sem deixar ela terminar a frase dou um tapa de mão cheia em sua cara que até estalou. Felipo faz um barulho de susto.

ㅡ Eu avisei que se me provocase ia saber realmente quem eu era. Se for mulher o suficiente vai aguentar eu arregaça sua cara. Se acha que vou escutar você... uma ninguém falar que meu pai foi covarde sem saber de porra nenhuma... está bem enganada. ㅡ ela passa a mão na bancada e pega uma faca e tenta me acertar mais seguro seu braço e a encaro. ㅡ Que fique bem claro que foi você quem pediu por isso.

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