Capítulo 36

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Naya

Eu fiquei apagada por horas e agora estou amarrada em uma cadeira e minha boca tampada por uma fita. O lugar é escuro e úmido. Não dava para ver muito, mais parecia que eu estava em uma espécie de galpão abandonado.

Aconteceu tão rápido a invasão na mansão que não tivemos tempo de reagir. Se Greta não estivesse no local eu juro que daria um jeito de confronta-los, porém eles pegaram ela como refém. Me lembro de ver seu rosto apavorado com tudo aquilo. Não me arrependo de ter me oferecido no lugar dela, faria tudo de novo se fosse para protege-la.

ㅡ Seria tão diferente... ㅡ uma voz familiar da eco no lugar e logo vejo uma sombra de um homem. ㅡ Seria diferente se você não tivesse me largado aquela época. ㅡ então vejo claramente o rosto de John e acabo não conseguindo esconder minha surpresa. ㅡ Sim querida Naya, eu sou o chefe dos Rebeldes. Foi tão fácil persuadir aqueles idiotas. Foi tão divertido brincar de caça ao ratos com seus pais... vendo eles se esconderem em cada ruela feito ratinhos assustados, foi o melhor entretenimento que pude ter. ㅡ ele ri e meu coração acelera de raiva. ㅡ Eu tinha acabado de ser expulso da minha alcatéia... Hadria não viu meu potencial como o killer da mafia. Eu queria poder lhe provar ao contrário, queria provar que poderia ter uma máfia tão cruel quanto a dele... porém os subordinados do seu pai eram tão medíocres que não vi futuro ali... nunca alcançaria Hadria. ㅡ ele falava andando ao meu redor. ㅡ Foi quando te conheci... a primogênita, tão linda e angelical. Fiz de você meu novo propósito. Não me importava mais em provar alguma coisa para Hadria... eu me importava com você. Eu fui rejeitado como companheiro, ela cortou laços comigo. ㅡ ele ri. ㅡ Me tornei tão fraco quanto um omega... Estava sem alcatéia e sem uma companheira... então resolvi fazer de você a minha nova companheira. ㅡ ele me encara e seu olhar se torna furioso. ㅡ MAIS AI VOCÊ TERMINOU COMIGO.

Seus olhos começa a passar de um amarelo para um azul fraco.

ㅡ Eu fui me tornando uma escoria dos lobisomens aos poucos e você... ㅡ ele aperta a minha bochecha e a única coisa que eu sentia era raiva e repulsa. ㅡ Você me deu o golpe final... me fazendo virar um... omega. ㅡ ele diz a palavra com nojo. ㅡ Por quê aceitou ele? ㅡ seus olhos mudam novamente. ㅡ Por quê aceitou ser a companheira dele? ㅡ sua voz sai com um rosnado e minha fúria por ele só aumentava. ㅡ Não me olha assim... ㅡ ele aponta para meu rosto. Eu não podia falar nada por causa da fita, porém meu rosto faltava tremer com o ódio. ㅡ NÃO ME OLHA ASSIM PORRA. ㅡ ele da um tapa em meu rosto me fazendo cair junto com a cadeira no chão. Meu rosto arde e sai sangue de meu nariz, porém a vontade de arrancar a cabeça dele era maior que a dor... tudo que aconteceu com meus pais não passou de um capricho desse idiota. ㅡ Me desculpe Naya... ㅡ ele se abaixa colocando a cadeira de pé novamente. ㅡ Naya diz... diz que vai rejeitar Hugo... prometo esquecer tudo que você me fez. Iremos recomeçar assim como quando namoramos. ㅡ ele tira a fita de minha boca. ㅡ O que você acha? Seja minha companheira... rejeite Hugo e tudo ficará bem.

ㅡ Sabe... quando estávamos namorando... ㅡ tento esconder o máximo de repulsa em minha voz. ㅡ Os beijos, os toques, as declarações... ㅡ ele sorri esperançoso. ㅡ Nunca senti nada. ㅡ ele desmancha o sorriso. ㅡ E ao lembrar daquela época só me causa náuseas e desprezo. Nunca senti nada por você John e a única coisa que sentirei ao seu respeito é repulsa por ter deixado você se aproximar. VOCÊ É UM DOENTE NOJENTO. ㅡ eu não conseguia sentir nada além de raiva e desprezo ao olha-lo.

ㅡ Você não devia ter dito isso. ㅡ ao dizer presas surge em sua boca e ele rosna. ㅡ Farei você pagar por cada palavra. Vai se arrepender por ter escolhido Hugo.

Fecho o olho me convencendo a aceitar o que quer que ele fizesse comigo. Então ouço seu rosnado atrás de mim e uma dor inimaginável me atinge. A sua garra atravessou a cadeira e rasgou a minha costa. A dor me consome então grito desesperada.

ㅡ Isso Naya, grite e sofra muito mais. ㅡ ele diz aprofundando mais a garra então tira de uma vez fazendo minha pele se dilacerar mais ainda.

A dor não se comparava a de qualquer pesadelo que já tive... porém me lembrei imediatamente daquele pesadelo. A mão cheia de sangue não foram as minhas... mais sim de John que me olhava com um sorriso psicopata. Sinto a ferida latejar a cada segundo e o sangue escorrendo em minha pele. A cada grito que dou parecia que a ferida se alargava e aprofundava em meus ossos.

Minha visão começa a ficar turva, estava perdendo muito sangue e logo perderia a consciência. Mais aí um vulto passa em minha frente arremessando John para um pilar. Minha respiração se descontrola e a dor aumenta.

ㅡ Naya... Naya, fica comigo. ㅡ vejo Hugo de joelhos segurando meu rosto. ㅡ Não ouse desmaiar agora. ㅡ sua voz sai desesperada.

ㅡ Nunca... fiquei tão... feliz em te ver... ㅡ digo com dificuldade e permito minhas lágrimas descerem, meu corpo estava aliviado de poder ver ele novamente.

ㅡ Olha pra mim. ㅡ ele força um sorriso mais eu via seu pavor nos olhos. ㅡ Vai ficar tudo bem, eu prometo.

ㅡ Sim... ㅡ mais lágrimas escorre dos meus olhos. ㅡ Já... está tudo bem. ㅡ uma tosse me atinge saindo sangue pela minha boca e vejo os olhos de Hugo mudarem. ㅡ Está... tudo bem. ㅡ sim estava tudo bem. Ele estava ali comigo. Eu não sentia medo de morrer, não sentia medo de deixar esse mundo... porém um desespero me tomava ao saber que eu nunca mais poderia ve-lo. Eu queria poder ver mais uma vez as suas mudanças de personalidade dele quando esta comigo, eu queria desfrutar mais de sua presença, queria poder me sentir especial por ele tentar me incluir em seu mundo... queria abraça-lo uma última vez. Ele é minha família. ㅡ Está... tudo... be...

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