Naya
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Estávamos na sala de Santiago que não parava de xingar. Ele estava com muita raiva de não ter conseguido nada com a operação de ontem.
ㅡ Eu estava tão confiante... merda. ㅡ ele esbraveja e soca o ar. ㅡ Como aquele cretino sempre escapa? ㅡ ele respira fundo e me olha. ㅡ Tenho informações que está noite terá um racha na rodovia, um de vocês dois entra na corrida para não dar muito na cara. Eu preciso de alguma informação deles... qualquer coisa
ㅡ Como sabe do racha? Ou daquele encontro de ontem... por acaso o senhor tem algum informante de dentro da máfia? ㅡ Adrian pergunta.
ㅡ Isso não vem ao caso. Vocês dois faz parte do Grupo de Operações Especias... eu quero resultados. ㅡ Santiago esquiva da pergunta de Adrian que é até questionável. ㅡ Estão dispensados. Estejam prontos para hoje, enviarei por e-mail os detalhes. Por hora estão dispensados.
{...}
Como eu teria o dia livre eu iria aproveitar pra ficar com Greta. Desde que chegamos na Espanha ela não saiu do prédio, então hoje seria uma grande oportunidade de podermos sair um pouco.
Eu não sabia exatamente do que Greta gostava de fazer, porém creio que toda criança gosta de brincar. Não podíamos sair em lugares abertos então automaticamente não poderíamos ir no parque. Não sei no que meus pais estão metidos, não irei correr o risco. Mais dava para ir no shopping.
Será que eu estava sendo paranoica?
Eu via o rosto dela brilhar e aquilo aqueceu meu coração. Seguro em sua mão e fomos para o estacionamento do prédio. Faz um bom tempo que eu não andava no meu querido fusca. Hoje mais cedo quando fui para a CNP eu tinha ido com ele para ver se o motor ainda estava em bom estado, ele me deu um baile pra sair da garagem por causa do tempo que ficou parado, sem contar que o coitado estava todo empoeirado então já aproveitei para dar uma lavada nele. Quando Greta olha para o fusca vermelho a mesma me olha animada faltando pular.
ㅡ Você é uma amante de fusca também não é cachinhos. ㅡ digo vendo sua alegria.
Meu vermelhinho é o fusca de 1980, completamente conservado. Antes de eu ir para os EUA eu reformei ele todo, lataria, assoalho, estofado, pintura e motor... estava impecável.
Arrumei Greta no banco de trás e faço um pequeno ritual para sairmos. Dou partida e acelero para esquentar o motor e não apagar. Saímos e escolhi o shopping mais perto que ficava na Av. Dell General.
{...}
O dia havia passado muito rápido. Greta parecia não cansar. Levei ela em uma ala infantil que tinha vários brinquedos, ela estava super agitada e o tempo inteiro me incluía em suas brincadeiras e devo dizer que amei. Vimos a exposição de bonecos de cera e depois levei ela para escolher alguns doces. Tínhamos acabado de comer e já estávamos indo para o estacionamento. Soltei a mão de Greta um segundo para procurar a chave do fusca, porém quando volto atenção para ela novamente... ela não estava lá.
Olho ao redor e vejo apenas os carros em sua vaga. Meu coração acelera e minha respiração começa a fallhar. Eu estava entrando em pânico.
ㅡ Greta. ㅡ começo a chama-la e até o tom em minha voz era tremula. ㅡ GRETA. ㅡ grito em desespero e saio correndo entre os carros e poucos passos de mim vi sua costa. Ela segurava a mão de um homem que dizia algo para ela. Corro até eles e puxo Greta contra mim e encaro o homem. ㅡ Por que está com ela? ㅡ estava com raiva e ao mesmo tempo apavorada com medo do que podia ter acontecido. ㅡ POR QUE ESTAVA COM ELA? ㅡ com meu grito Greta se assusta e afunda o rosto em minha perna.
ㅡ Ela estava correndo entre os carros, ela atravessou em minha frente e foi por pouco não ter pegado ela. ㅡ ele diz se justificando, então olho para a situação e vi que estávamos na pista do estacionamento e o carro do homem parado com a porta aberta em nossa frente. ㅡ Eu só estava perguntando onde tava o responsável dela.
Ele me encarava com um olhar peculiar. Ele parecia um homem descente, estava de social e seu semblante era tranquilo. O homem tem pele clara e cabelos escuros, é alto e magro.
Faço uma anotação mental.
ㅡ Dis... disculpa. ㅡ Greta fala com a voz embargada. Me abaixo e seguro seu rosto.
ㅡ Tudo bem cachinhos. ㅡ sorrio e beijo sua testa. ㅡ Não precisa chorar tá? ㅡ ela confirma com a cabeça. Pego a mesma em meu colo e ela enfia seu rosto em meu pescoço. ㅡ Me desculpa ter exaltado... É que eu me apavorei, estava pegando a chave na bolsa e... ela tinha sumido.
ㅡ Sem problema. ㅡ o homem sorri. ㅡ Qualquer mãe teria a mesma reação. ㅡ ele diz e a palavra "Mãe" fica ecoando em minha cabeça.
ㅡ Obrigada...
ㅡ Hugo... Hugo Ferraz. ㅡ ele diz com um sorriso simpático.
ㅡ Hugo Ferraz... ㅡ repito seu nome tentando me lembrar de algo. ㅡ Ferraz da Construcciones Ferraz S.A.?
ㅡ Você é bem rápida. ㅡ ele diz e ri.
ㅡ É... trabalhei em um caso que incriminam a Ferraz S.A. de lavagem de dinheiro... e seu carro tem a identificação na placa como corporativo. ㅡ ele levanta uma sobrancelha.
ㅡ Então é uma agente... bom então sabe que essa acusação foi totalmente um equívoco. Já foi esclarecida e acusação retirada. ㅡ sua expressão era séria agora.
ㅡ Sim... um equívoco. ㅡ digo repetindo suas palavras. ㅡ Bom de qualquer forma, muito obrigada senhor Ferraz.
Digo me virando indo em direção do meu fusca. Eu tenho uma boca grande e sou bem compulsiva. Eu sou frustrada de como a Ferraz S.A sempre sai das acusações é óbvio que alguém é comprado nessa história... porém eu não precisava deixar tão aparente que não concordo da "inocência" alegada por eles.
Coloco Greta no seu lugar e a memas estava sonolenta. Já era esperado, ela está bem cansada.
ㅡ Não me faça ficar apavorada de novo mocinha. ㅡ beijo sua testa.
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La Mafia Ballard
Misteri / ThrillerFamília de Naya é cheia de segredos e quando esses segredos são revelados coloca ela em uma situação complicada, entre seu trabalho e sua família, esse segredo só foi descoberto graças a aparição de Hugo na vida de Naya que chega sem pedir licença e...