capítulo 4

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Eda Yildiz 

- Iaê gostou? - minha mãe pergunta sobre os brincos novos de diamantes que acabou de ganhar de kemal.

- Eles são muito lindos, Melinha. - eles se beijam.

- É, e você também. - sorrindo, falo vendo como os dois são doidos um pelo outro.

- Meu amor, quem está linda é você. Aliás, você está tão bonita que está na hora de conhecer um bom partido, é... daqueles assim - mostra os brincos.- que te dê de presente brincos de diamantes como este; de preferência herdeiro de supermercado, que é pra ficar tudo em família.

Eu reviro os olhos.

Eu mereço isso.

A campainha toca e o kemal vai atender.

- É o serkan.- kemal grita de felicidade e minha respiração acelera.- eles se abraçam.

- Que bom que você veio.- kemal empolgado com a presença do filho. Ele me olha e sorri.

- Tudo bem, Eda? - Eu só sei sorrir.

- Leãozinho, vou guardar os brincos no cofre. - minha mãe nos tira da bolha.

- Melinha? Me faz um favor? Anota a senha do cofre para mim, por gentileza. - kemal pede.

E olhamos para eles.

- Aí, meu amor, quantas vezes eu vou ter que dizer? A senha e o dia em que a gente se conheceu.- eles se olham.

- Aí que fofo.- eu falo abobalhada para eles.

- É, garanhão.- serkan bate nas costas do pai e sorri para ele. É muito bonitinho mesmo.

- Aliás, vou anotar a senha do cofre e passar para vocês dois. - ela pega uma agenda e uma caneta, anota e rasga dois pedaços de papéis.- vai que acontece alguma coisa com a agente, não é, meu amor?

- Credo, mãe, que horror. - bato na madeira.

- É isso mesmo.- ela vem entregar.

- Toma aqui, serkan. - entrega o papel.

— Toma aqui, Eda. - idem comigo.

- Prestem atenção, guardem isso direito, vai que os dois perdem o contato e...- ela não termina a frase por que serkan a interrompe.

- Não Amélia, vai ser difícil eu perder o contato com ela. - ele me olha.

- É... eu também acho.- coro com o modo dele me observar.

De relance vejo o kemal olhando estranho para nós dois.

- VOCÊS...- ele começa e serkan continua o interrompendo.

- Somos ótimos irmãos postiços, pai. - ele sorri debochado.

- Ótimos.- eu repito as palavras e minha mãe ri e olha para o kemal.

- Por falar nisso, eu queria falar com você depois.- arranha a garganta.- em particular, ok?

- Tá, claro. - sorri já sabendo o que ele quer.

Os dois mais velhos nos observam e sorriem.

- Bom crianças, a gente vai dormir. Mamãe diz.
- Comportem-se.- kemal aponta para mim e serkan.

- Eu em Leãozinho, os meninos já são bem grandinhos para fazerem bagunça, não é? - sorri.

- Eu quis dizer.- kemal tentou falar, mas minha mãe o puxou.- vamos, você não quis dizer nada, vamos.

- Boa noite, meninos.- os dois se despedem.

E meu coração está a ponto de sair pela boca. 

Imaginar ficar sozinha com esse homem.

Jesus me da força.

Nós nos olhamos e sorrimos, serkan passa as mãos sobre a nuca e abaixa a cabeça e em seguida me olha.

- Você está tão bonita assim... bronzeadinha.

Ele vem se aproximando e eu vou me afastando.

- Olha serkan, o que rolou naquele dia. - começo, mas ele me interrompe.

- O que rolou aquele dia foi pouco.

- Han? - coro.

- É Eda, olha para a gente.- faz gestos com a mão entre mim e ele.- Nós temos uma química, vai dizer que não? - me olha nos olhos.

- Eu sei serkan, mas não estou falando disso. - eu começo a rir da carinha que ele faz.

- Ok, eu vou te mostrar.- me puxa pelo pescoço e agarra minha cintura e junta seus lábios aos meus sem me dar chance de protesto.

Ele me beija como se precisasse disso pra viver, como se eu fosse um oásis em meio a um deserto seco e árido; suas mãos me puxam, mas para si, aperta minha bunda e eu escuto barulho e me solto de seus braços.

- Ai… que susto.- pus as mãos no coração.

Era só a cortina batendo no abajur.

- Calma, Eda, você está preocupada com a tua mãe? Preocupada que a Amélia descubra, é isso?

- Claro que sim! Ela já implicava com o Cenk  imagina com você, caso ela descubra.

- Espera aí, mas a gente não é irmão, Eda. Nem fomos criados juntos dês de criança, não temos parentesco nenhum. - ele tenta me persuadir.

- Eu sei, mas é meio esquisito, não?

- Eda...

- Olha só, eu acho melhor você ir embora, tá, amanhã eu tenho aula de desenho e tenho que acordar cedo.

- Tá bom.- ele vai em direção a porta e eu estou louca para que ele volte.

Ele me olha...

Ele volta, meu Deus ele volta.

Me beija com volúpia, me deixando desnorteada e me solta. 

Eu estou sem saber quem sou.

De onde eu vim?

Para onde eu vou?

Caramba, nunca senti isso na vida.

É bom.

- Boa Noite.- ele diz.

- Boa Noite. - Eu respondo.

Ele some da minha vista.

E é aqui que eu morro.

Esse homem ainda me mata um dia.

COM UM BEIJO TUDO MUDOU (REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora