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Chan abriu a sombrinha assim que saíram de casa, sorrindo e estendendo a mão para que changbin o acompanhasse.

O vampiro tinha surgido na sua casa magicamente as duas da tarde, precisamente na sua cozinha, de novo. Ele estava vestido de preto dos pés a cabeça, até mesmo os óculos de sol que usava. Para chan, changbin estava uma gracinha todo medroso em sair com ele numa tarde ensolarada, mas o dia estava lindo e o lobisomen queria mostrar ao menor que podiam muito bem se divertir numa tarde de domingo em um dia ensolarado e sem riscos de pancadas de chuva. Era o dia perfeito.

— chan… — changbin olhou para o céu, sem coragem de sair do terraço da residência, temeroso de ser queimado. — você tem certeza que é seguro?

— confia em mim. — ele ainda estendia a mão na direção do vampirinho medroso, que mantinha as mãos nos bolsos da costumeira jaqueta jeans. — a sombrinha é grande e é só pra você, posso ir no sol e do seu lado. Se algo acontecer, o que não vai acontecer, posso te pegar no colo e sair correndo até um lugar coberto, te garanto que sou bem rápido. — sorriu entusiasmo pela ideia de caminhar um pouco.

— promete que vai ficar por perto?

— prometo, bin.

Changbin suspirou e deu um passo a frente, segurando delicadamente a mão quente do lobisomem, descrente que estava mesmo fazendo isso, no auge dos seus cento e vinte e três anos de vida sem se arriscar de verdade num dia ensolarado, e tudo por causa de um lobo bom de lábia. Estava perdido.

Quis afagar a cabeça do seo quando ele veio para debaixo da sombrinha, os olhos tão fechadinhos que rugas se formaram nas bordas. Ele podia ser um fofo quando não estava salpicado de sangue animal. Ainda de mãos dadas, usando sua destra segurando a sombrinha, chan começou a conduzir o caminho, proferindo palavras de encorajamento para o vampirinho assustado.

— tá tudo bem, bin, a gente até saiu da rua da minha casa. Já é uma grande evolução, e sem nenhuma queimadura e nem cheiro de borracha pegando fogo. — o incentivou a continuar andando.

— cheiro de borracha? Por que eu teria cheiro de borracha? — indagou tentando parecer firme, como de costume, mas não dava para levá-lo a sério quando ele andava grudado no seu braço e apertando sua mão tão forte que podia quebrá-la.

— não sei, só falei a primeira coisa que veio na mente.

— como sempre.

— como sempre. — sorriu para ele, esfregando o nariz no cabelo cheiroso dele.

Eles andaram mais algumas quadras até chegar numa praça bonitinha, notando uma movimentação de pessoas. Não era tanta, mas ainda existia, e quem estava por perto estranhou os dois rapazes andando de sombrinha em uma tarde tão ensolarada e bonita, ainda mais um deles vestido de preto dos pés a cabeça. Não entendiam como o garoto não estsva morrendo de calor, mas changbin nem ao menos estava vivo, quem dirá morreria com o aparente clima quente.

Chan deixou o menor num banco, perto da aérea infantil, mantendo a sombrinha fazendo sombra para ele. Numa garantia muda que o vampirinho não pegaria fogo do nada.

— pra onde você vai? — segurou na roupa do loiro, impedindo que ele se fosse.

— sorvete. O que seria do nosso encontro sem um sorvete? É tipo uma regra, estamos num encontro, precisamos de um sorvete.

— quem fez essa regra idiota?

— algum romântico incompreendido. — changbin mordeu o lábio para não rir, a presinha apertando a carne da sua boca. Chan tentou não pirar. — nada de se transformar em morcego e fugir, entendeu?

— entendido.

MordidaOnde histórias criam vida. Descubra agora