Mordida

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A cada novo encontro com o vampiro de pele pálida e lábios vermelhos como sangue, christopher se via ainda mais caído de amores pelo rapazinho sanguessuga.

Eles sempre estavam se encontrando, seja nos fins de semana ou até mesmo em dias comerciais, como toda quarta-feira, especificamente. Chan não sabia ao certo porque changbin gostava tanto de encontrá-lo nesse dia, mas não questionava nada, era bom vê-lo em dias que sua carga de estresse era tão alta que ele queria apenas correr por aí em sua forma verdadeira e não voltar nunca mais. A vida de proletário não era nenhum pouco fácil.

Como toda quarta feira, changbin surgia, as vezes pela porta, as vezes pela janela, ou até mesmo na cozinha simplesmente do nada. É como dizem, dê dinheiro mas não dê intimidade. Hoje em questão, o pequeno e carismático vampiro apareceu pela porta, batendo três vezes, como sempre fazia. Era seu "código de aviso" que chan decorara durantes as últimas semanas em que se viam. Ao ouvir as batidas, o lobo deixou seu programa de culinária para trás e correu até a porta, checando se seu cabelo parecia arrumado, ou no mínimo legal, mas ele nunca estava, era difícil manter os fios em seus lugares quando tudo parecia uma bagunça na sua vida. Após checar seu hálito e desistir de pentear o cabelo com os dedos, chan abriu a porta e céus, aquela era a visão mais estranhamente atraente que já teve de alguém.

Changbin estava sujo de sangue, literalmente sujo. Sua camiseta verde estava toda melecada de fluído animal — conseguia sentir o cheiro de cervo nele, era tão característio e marcante que sua barriga até roncou —  e a cor era tão vivida que chris ficou um pouco enjoado ao vê-lo desse jeito. Além disso, sua boca e rosto estavam salpicados, o cabelo bagunçado e esvoacado denunciavam que ele teve uma noite complicada, mas era difícil ter agonia de changbin sujo de sangue quando ele tinha aquele sorriso tímido de quem tinha aprontado.

— eu tava comendo. — explicou o vampiro, tentando esconder a camiseta suja com a jaqueta, que acredite se quiser, estava tão suja quanto. — pode me empresta uma roupa? Se eu voltar assim pra casa, os vizinhos vão estranhar. — chris correu os olhos pelo corpo do baixinho inconscientemente, desde seus braços pálidos e meio avermelhados até seu rosto angelical, embora imundo. — por favor, hyung?

Ele sabia, aquele vampirinho safado sabia que chan era fraco para honoríficos, então, quando ele cedeu a passagem, changbin sorriu com suas presinhas afiadas, saltando para dentro, sem antes beijar sua bochecha alva, manchando o rosto de christopher de sangue fresco.