Capítulo 16

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Alguns dias depois, Catarina vai até a revista entregar os artigos que tinha escrito.

- Catarina! Que surpresa vê-la por aqui.

- Vim entregar os artigos que escrevi.

- Ah! Claro.

- Hm... Muito curioso, essa é a redação de uma revista feminina, no entanto só vejo homens trabalhando - diz reparando na redação da revista.

- É porque as mulheres tem outras ocupações.

- Como por exemplo?

- Hora, como por exemplo... Cuidar da casa, do marido.

- Eu ouvi bem?

- Esse cara é um idiota! Já tô me irritando!- disse Isabel.

- Grande novidade - Antônio disse baixo.

- O que disse?

- Nada não.

- Ah, então ainda não sabe que as mulheres já estão em todas as profissões? Temos até uma aviadora, Anésia pinheiro machado, a primeira a voar, do Rio de janeiro a São Paulo - falou Catarina.

- Deus me livre voar com uma mulher no controle, é capaz do avião cair enquanto ela arruma os cabelos.

- Francamente, o senhor é um ridículo completo! Não porque aceitei escrever para você! - ela vai embora furiosa.

Saindo da revista ela acaba se encontrando com petruchio por acaso.

- Catarina! - ele se aproxima dela - O que fazia na revista desse jornalistazinho de meia pataca?

- Primeiro, que você é meu noivo, não meu dono, segundo, não interessa.

- Delicada como sempre - disse Isabel se referindo a mãe.

- O que faz aqui atrás de mim?

- Eu num tô atrás do ocê, eu tava passando e te vi.

- Hm...

- A gente podia dar uma volta...

- Não, obrigada, eu tenho muito o que fazer.

- Então eu vô levar ocê até em casa.

Não adiantou nem Catarina discordar.

- Você é um carrapato!

- Hoje o papai é paciente, mas antigamente ele era insistente... - disse Isabel.

- Para o bem da nossa existência né - falou Antônio.

De repente os dois andavam pela rua quando um homem passa correndo e esbarra em Catarina.

- Ei! Não olha por onde anda!? - vira-se para gritar com o homem, mas ao voltar.

Seu corpo se prende junto ao de petruchio, e o clima que sempre surgia quando estavam juntos ou muito próximos apareceu, os olhares fixos, coração acelerado no mesmo compasso, ela se sentindo fragilizada e seus olhos querendo se fechar para dar lugar ao beijo, ele aproxima sua boca da dela, colam suas testas, porém, não a beija.

- Eu acho essa rua bem movimentada - se justifica por não ter beija-la.

Entretanto, a rua estava vazia, não tinham muitas pessoas passando e ela percebeu, mas não daria o braço a torcer.

- Hm... É - disse indignada.

- Eu acho muito engraçado que toda vez que o papai nega beijar a mamãe, ela fica furiosa e sempre faz essa cara.

- Sim, e pelo visto sempre foi assim - diz Antônio.

- Agora eu já posso ir, sei que ocê já tá segura.

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