Capítulo 1

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Amélia P.O.V

É, ser uma adolescente já é difícil, mas ser uma adolescente cercada de mídia é 2 vezes mais complicado. Não é como se eu estivesse reclamando do meu trabalho ou do que ele me trouxe, é só que ter diversas pessoas acompanhando cada passo seu é complicado as vezes. Mas eu amo meu trabalho, amo atuar, amo estar em frente as câmeras, amo principalmente as coisas boas que meu trabalho me trouxe, por exemplo meus amigos e as pessoas que me acompanham.
Ter atuado em The Black Phone trouxe diversas coisas boas para minha vida, mas a principal com certeza foi meus amigos.

Eu lembro de um momento específico em que Mason estava gravando e eu e os meninos estávamos esperando acabar para irmos embora, eu estava morrendo de sono e então Miguel me abraçou por cima do ombro e fez eu deitar em seu ombro em uma tentativa de me fazer descansar um pouco, tive que ouvir Brady falando na minha cabeça sobre esse fato durante dias, já que insistem em querer que eu e Miguel tenhamos algo além do que temos, que é amizade.

Desde o início das gravações temos o costume de nos reunirmos em algum lugar, esse "algum lugar" em sua maioria é na minha casa. No início de tudo isso, era apenas uma tentativa de nos aproximarmos para conseguirmos trabalhar melhor juntos, mas meio que virou uma tradição do grupo agora.

Isso tudo é importante para o que está acontecendo agora. Hoje é dia de uma dessas reuniões, combinamos de ver algum filme aqui então, estou correndo pra arrumar a casa pra esse evento e conseguir ao menos tomar um banho antes deles chegarem.

(...)

- Eu não acredito que alguém já chegou e eu ainda nem arrumei o cabelo.
Digo em quanto desço as escadas correndo pra atender a porta.

- Ah, é você, entra.
Digo após ver Miguel parado na porta com uma mochila nas costas já que iria dormir aqui.

- Porque você sempre deixa as coisas para última hora?
O garoto diz rindo ao me ver com a toalha na cabeça correndo pro quarto.

- Porque você sempre tem que chegar exatamente no horário marcado?
Respondo indo em direção ao meu quarto para terminar de me arrumar.

- Porque diferente de você eu sou pontual, é simples.

- Que seja, não é como se fosse uma novidade eu estar sempre atrasada.
Digo enquanto termino de passar o creme no meu cabelo.

- Isso nós temos que concordar.

- Vá a merda Miguel!

- O que foi? Foi você que falou isso.

Após alguns minutos a campainha toca e eu peço Miguel pra atender já que ainda estava terminando de me arrumar.

- Desde quando é você que recebe a gente?
Brady diz entrando sendo seguido por Tristan.

- Desde que a anfitriã se atrasou pra se arrumar.

- Então seguindo sua lógica, você deveria ter nos recebido desde a primeira vez que viemos aqui, porque a Lia está sempre atrasada.

- EU ESCUTEI ISSO TRISTAN!

- Escutou o que? Não falei nada.
Diz ele rindo junto dos outros meninos.

- Ok, podem parar de reclamar agora, estou pronta.
Digo enquanto desço as escadas.

Abraço os meninos e vamos para sala que deixei arrumada com várias almofadas espalhadas pelos colchões e pelo sofá.

- Lia, onde tem copo?
Brady pergunta enquanto abria um armário na minha cozinha.

Tons de castanho || Miguel Cazarez Onde histórias criam vida. Descubra agora