O Vídeo

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Capítulo 1
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“Quando a tempestade passar, seremos realmente livres?” – Autor Desconhecido

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Sinceramente, eu amo tempestades. Daquelas bem fortes e trevosas, com tornados e furacões, a sensação de perigo e medo me cativa mais do que em um dia ensolarado. Mas tenho certeza que o clima nunca será assim aqui na Califórnia.
Provavelmente você não me conhece, meu nome é Maria, tenho 18 anos e acabei de deixar minha cidade natal, Toronto. Com todos os meus amigos já traçando seu futuro, eu tinha que fazer o mesmo, indo estudar em uma faculdade de fotografia e artes visuais perto de Los Angeles.
Uma cidade nova aonde ninguém me conhece, é só disso que eu preciso.

— Chegamos — O taxista fala.

Desgrudo minha cabeça da janela e olho em volta, está nublado, provavelmente por estar muito cedo.

— Obrigada — Entrego o dinheiro à ele, pego minha mochila e saio do carro.

Ando até atrás do veículo e retiro de lá minha mala roxa, quando estou na calçada, aceno para o motorista e ele buzina, partindo para seu próximo passageiro.
Tomo coragem para me virar para frente, achei que a sensação de estar de frente para sua faculdade dos sonhos seria eufórica, e não uma sensação de vazio e solidão. Olho para os arredores, para o começo da rua e para o fim, está tudo coberto por uma neblina.
Antes de ir, resolvo colocar meus fones no ouvido, tocando "To All Of You" de 'Syd Matters', assim andando até a porta de entrada.
O campus aqui do lado de fora é enorme, há árvores e objetos de exercícios físicos. Enquanto puxo a mala, tento ouvir outro barulho sem ser o de rodinhas. Quando chego perto das escadas até as portas duplas, abaixo o segurador da mala e pretendo pegar ela, então um homem abre a porta. Ele usa boné azul e está vestido um macacão cinza. Ele desce passando do meu lado e apenas me olha seriamente, deve ser o zelador ou alguma coisa parecida.
Puxo a mala para cima e empurro as portas duplas, ando mais para frente e não tem ninguém no extenso corredor com armários vermelhos.
Isso me faz ficar ansiosa, aonde estão todas as pessoas!?
São exatamente...06:47. Não deveria estar mais lotado com algum funcionário? Limpando ou organizando cadeiras?

— Está perdida? — Ouço uma voz.

Me assusto e olho para trás, quando um homem moreno e careca com barba aparece atravessando a porta. Ele está usando uma roupa social preta e carrega uma maleta marrom.

— Um pouco, talvez. Quem é você? — Pergunto olhando para seu rosto, ele não é muito velho.

— Sr.Wood, o diretor. E você posso saber quem é? 

— Maria, acabei de chegar do Canadá — Busco maneiras de justificar estar aqui tão cedo — Eu vou morar no dormitório então tive que passar aqui.

— Ah, é claro. Eu posso te ajudar, só preciso deixar essas coisas na minha sala — Ele levanta um pouco a maleta indicando para eu — Me acompanha?

— Sim, óbvio — Falo rápido pegando no puxador da mala.

Sigo ele por muitos corredores vazios, ele destranca sua porta e fico esperando do lado de fora. Estou um pouco assustada em conhecer gente nova, mas acho que tudo vai dar certo.

— Certo — Ele fecha a porta da sala e me olha sorrindo — Me siga que te mostrarei.

E começo a seguir ele novamente. Nós saímos daquele prédio e atravessamos outros campus que ficava atrás, até então um prédio alaranjado bem extenso de de dois andares.

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