O Quarto Escuro

12 2 0
                                    

Capítulo 8 – O Quarto Escuro

!ATENÇÃO, ESTE CAPÍTULO CONTÉM CENAS DE ESTUPRO, TORTURA, VIOLÊNCIA E ABUSO. PROSSIGA COM CUIDADO!

“Não falaremos disso nem nas noites mais profundas”

– Autor desconhecido.


Adam começa...

Meu passarinho está na gaiola. Ela é pequena e frágil, esticada no chão em um sono profundo. Me aproximo e a observo por alguns momentos.
Como pode uma pessoa como eu ter encontrado um passarinho tão perfeito? Que não vai fugir de mim, que não vai ficar assustado... Eu vou proteger ela, a colocarei em minhas mãos e não vou deixar nenhum monstro machucar.
Meu passarinho abre os olhos, e no mesmo instante, se move para trás e encosta as costas no vidro, ainda sentada. Olha ao redor, analisa a situação...
Ali não é uma gaiola ruim, tem uma cama quentinha para ela. E vou ajudar a se limpar quando fizer cocô. Também irei alimentar todos os dias, para que ela se sinta em casa. Todo passarinho fica assustado no começo, mas ela vai se adaptar.
Coloco a mão no vidro, querendo entrar lá para tocá-la e fazer carinho. Mesmo sem poder encostar nela, abro um sorriso só pelo fato de apenas eu ter essa preciosidade.

— Me tira daqui! Me tira daqui! — O passarinho grita, ainda sentada no chão — Me tira daqui seu louco! O que pensa que está fazendo?

Ela é o passarinho mais escandaloso que eu tive. Não gosto que fiquem gritando desesperados, é como se eu fosse a pessoa ruim prendendo ela. Mas quero mostrar que não é isso, eu só quero tratar bem dela.

— Você está com fome? — Pergunto para ela, que arregala os pequenos olhos e se encolhe mais no canto — Eu posso pegar comida para você.

— Eu não quero nada seu! Eu quero sair desse lugar! Me tira daqui seu psicótico de merda! — Ela grita mais, e até escorre baba de sua boca de tanto que falou. O rostinho ficou vermelho e as pontas das asas estão tremendo.

— Você precisa se acalmar... — Pego minha chave e abro a porta da jaula, entro com cuidado e me viro para trancar novamente.

Meu passarinho voa em minha direção rapidamente. Me viro a tempo de conseguir segurar em seu corpo. Ele grita e tenta me bicar, usando as asas e as garras para causar algum efeito que possa me machucar. Mas a tempo, consegui jogar de volta para o meio da jaula.
Ela grita de dor e ouço um som se estalar, acho que a empurrei muito forte, pois uma de suas patas está torcida.
Meu passarinho grita mais assim que olha para o machucado, e eu me abaixo para tentar acalmá-la. Mas ela agarra minha cabeça e usa seu bico para pressionar contra minha testa, e as asas em volta do meu pescoço. Infelizmente sou obrigado a bater em seu rostinho, a fazendo cair novamente.
Não queria magoar meu passarinho, mas ela não me deixou com escolhas. Está se comportando mal.
Fico de pé e a observo, está caída no chão, seu nariz agora está sangrando dos dois lados. Está muito desobediente, querendo voar para fora da gaiola, mas o mundo lá fora é um lugar horrível, aqui é melhor.

— Não me machuca, eu só estou querendo o melhor para você — Falo para ela. E só agora percebo que lágrimas escorrem de seus olhos — Não chore, por favor, eu estou aqui para proteger você.

— Me proteger?! Você é um monstro! Olha o que está fazendo! — Ela se senta novamente e olha ao redor — Você está prendendo garotas, matando elas, você chama isso de proteção?!

— Eu às liberto para um lugar melhor, Maria — Ando até o outro lado da jaula e abro o baú que está no canto, e pego de lá a seringa que guardei para ela.

Vortex - Na Mente de Um Psicopata Onde histórias criam vida. Descubra agora